Книга - Transformada

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A

Transformada
Morgan Rice


Memórias de um Vampiro #1
TRANSFORMADA é um livro que pode competir com CREPÚSCULO e DIÁRIOS DO VAMPIRO, e fará com que você queira continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, amor e vampiros, este é o livro para você! --Vampirebooksite. com TRANSFORMADA é o livro 1 da série best-seller MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO, que inclui dez livros até o momento. Em TRANSFORMADA (Livro 1 da série Memórias de um Vampiro), Caitlin Paine, de 18 anos, é arrancada de sua vida nos subúrbios e forçada a frequentar uma perigosa escola de ensino médio na cidade de Nova York, quando a sua mãe se muda novamente. O único raio de sol naquele ambiente é Jonah, um novo colega de classe que parece gostar dela instantaneamente. Mas antes que o seu romance possa florescer, Caitlin descobre que está mudando. Ela é dominada por uma força sobre-humana, uma sensibilidade à luz, um desejo de se alimentar - por sentimentos que ela não entende. Ela procura respostas para o que está acontecendo com ela, e os seus desejos a levam ao lugar errado, na hora errada. Seus olhos se abrem para um mundo oculto, bem debaixo dos seus pés, prosperando nos subterrâneos de Nova York. Ela se vê presa entre dois clãs, bem no meio de uma guerra de vampiros. É nesse momento que Caitlin conhece Caleb, um misterioso e poderoso vampiro que a resgata das forças do mal. Ele precisa da sua ajuda para levá-lo até um lendário artefato perdido. E ela precisa dele para obter respostas, e proteção. Juntos, eles precisarão responder a uma pergunta crucial: quem foi o verdadeiro pai dela? Mas Caitlin acaba presa entre dois homens quando algo mais cresce entre eles: um amor proibido. Um amor entre as raças que arriscará a vida de ambos e os forçará a decidir se arriscarão tudo um pelo outro… "TRANSFORMADA é a história ideal para leitores jovens. Morgan Rice fez um belo trabalho criando uma reviravolta interessante para o que poderia ser um conto de vampiros típico. Inovador e único, TRANSFORMADA tem os elementos clássicos encontrados em muitas histórias paranormais para jovens adultos. O primeiro livro da série Memórias de um Vampiro se concentra em uma menina.. uma menina extraordinária! TRANSFORMADA é fácil de ler, mas tem um ritmo extremamente acelerado.. Recomendado para qualquer pessoa que goste de ler romances paranormais leves. Apropriado para maiores de 12 anos. " --The Romance Reviews "TRANSFORMADA atraiu a minha atenção desde o começo e nunca parou.. Esta história é uma aventura incrível com um ritmo acelerado e cheia de ação desde o início. Não há nenhum momento monótono. Morgan Rice fez um ótimo trabalho trazendo o leitor para dentro da história. Ela também tornou fácil torcer por Caitlin e desejar desesperadamente que ela consiga encontrar a sua verdade.. Eu estarei esperando ansiosamente pelo segundo livro da série. " --Paranormal Romance Guild "TRANSFORMADA é uma leitura simpática, fácil e sombria que você pode ler ao mesmo tempo em que lê outros livros, já que é curto.. Você com certeza irá se divertir! " --books-forlife. blogspot. com







transformada

(livro número 1 na série Memórias de um Vampiro)



morgan rice


ELOGIOS SELECIONADOS PARA TRANSFORMADA



"TRANSFORMADA é a história ideal para leitores jovens. Morgan Rice fez um belo trabalho criando uma reviravolta interessante para o que poderia ser um conto de vampiros típico. Inovador e único, TRANSFORMADA tem os elementos clássicos encontrados em muitas histórias paranormais para jovens adultos. O primeiro livro da série Memórias de um Vampiro se concentra em uma menina... uma menina extraordinária! TRANSFORMADA é fácil de ler, mas tem um ritmo extremamente acelerado... Recomendado para qualquer pessoa que goste de ler romances paranormais leves. Apropriado para maiores de 12 anos."

--The Romance Reviews



“TRANSFORMADA atraiu a minha atenção desde o começo e nunca parou... Esta história é uma aventura incrível com um ritmo acelerado e cheia de ação desde o início. Não há nenhum momento monótono. Morgan Rice fez um ótimo trabalho trazendo o leitor para dentro da história. Ela também tornou fácil torcer por Caitlin e desejar desesperadamente que ela consiga encontrar a sua verdade... Eu estarei esperando ansiosamente pelo segundo livro da série.”

--Paranormal Romance Guild



“TRANSFORMADA é uma leitura simpática, fácil e sombria que você pode ler ao mesmo tempo em que lê outros livros, já que é curto... Você com certeza irá se divertir! “

--books-forlife.blogspot.com



"TRANSFORMADA é um livro que pode competir com CREPÚSCULO e DIÁRIOS DO VAMPIRO, e fará com que você queira continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, amor e vampiros, este é o livro para você!"

--Vampirebooksite.com



“Rice faz um ótimo trabalho de trazer o leitor para dentro da história desde o início, usando uma incrível qualidade descritiva que transcende a mera pintura do cenário... Bem escrito e extremamente rápido de ler, TRANSFORMADA é um bom início para uma nova série de vampiros que certamente será um sucesso com leitores que procurem uma história leve, porém interessante.”

--Black Lagoon Reviews


Sobre Morgan Rice



Morgan é a autora da série épica de fantasia best-seller, O ANEL DO FEITICEIRO, atualmente com dez livros.



Morgan Rice é a autora do best-seller MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO, uma série infanto-juvenil com dez livros que foram traduzidos em seis idiomas, e que começa com o livro TRANSFORMADA (Livro 1)!



Morgan também é a autora dos best-sellers ARENA UM e ARENA DOIS, os primeiros dois livros da TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA, um suspense de ação pós-apocalíptico que se passa no futuro.



Morgan adora ler os seus comentários, por isso sinta-se livre para visitar www.morganricebooks.com (http://www.morganricebooks.com) e entrar em contato.


Livros de Morgan Rice



O ANEL DO FEITICEIRO

UMA MISSÃO DE HERÓIS (Livro 1)

UMA MARCHA DE REIS (Livro 2)

UM BANQUETE DE DRAGÕES (Livro 3)

UM CONFLITO DE HONRA (Livro 4)

UMA PROMESSA DE GLÓRIA (Livro 5)

UMA TAREFA DE VALOR (Livro 6)

UM RITUAL DE ESPADAS (Livro 7)

UMA DOAÇÃO DE ARMAS (Livro 8)

UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro 9)

UM MAR DE ESCUDOS (Livro 10)



A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA

ARENA UM: COMERCIANTES DE ESCRAVOS (Livro 1)

ARENA DOIS (Livro 2)



MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO

TRANSFORMADA ( Livro 1)

AMADA (Livro 2)

TRAÍDA (Livro 3)

DESTINADA (Livro 4)

DESEJADA (Livro 5)

PROMETIDA (Livro 6)

JURADA (Livro 7)

ENCONTRADA (Livro 8)

RESSUSCITADA (Livro 9)

NECESSÁRIA (Livro 10)











(http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAudiobook?id=489725251&s=143441)

Ouça (http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAudiobook?id=489725251&s=143441) a série MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO em áudio!



Agora disponível em:

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Audible (http://www.audible.com/pd/ref=sr_1_1?asin=B006LAKL34&qid=1323958119&sr=sr_1_1)

iTunes (http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAudiobook?id=489725251&s=143441)


Copyright © 2011 de Morgan Rice



Todos os direitos reservados. Exceto conforme permitido sob a Lei Americana de Direitos Autorais de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida em qualquer forma ou de qualquer maneira, ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recuperação, sem a permissão prévia da autora.



Este e-book está licenciado apenas para o seu entretenimento pessoal. Este e-book não pode ser revendido ou dado para outras pessoas. Se você desejar compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, adquira uma cópia adicional para cada recipiente. Se você estiver lendo este livro e não o adquiriu, ou se ele não foi adquirido apenas para o seu uso, por favor, devolva-o e adquira a sua própria cópia. Obrigado por respeitar o trabalho árduo desta autora.



Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, lugares, eventos e incidentes são produtos da imaginação da autora ou são usados ficcionalmente. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência.


“É saudável, então, sair de casa mal vestido e aspirar este humor úmido da manhã? Como! Bruto está doente, e se esgueira do leito agasalhado, para expor-se ao contágio vil da noite?”

--William Shakespeare, Júlio César


Índice



Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Capítulo Quinze

Capítulo Dezesseis

Capítulo Dezessete




Capítulo Um


Caitlin Paine sempre temeu seu primeiro dia em uma nova escola. Haviam as coisas grandes, como conhecer novos amigos, novos professores, memorizar novos corredores. E haviam as coisas pequenas, como ter um armário novo, o cheiro de um lugar novo, os sons que ele fazia. Mais do que qualquer coisa, ela temia os olhares. Ela sentia que todos em um lugar novo sempre a encaravam. Tudo o que ela queria era o anonimato. Mas ele não parecia estar no seu destino.

Caitlin não conseguia entender por que ela era tão notável. Medindo 1,67 m, ela não era especialmente alta, e com seus cabelos e olhos castanhos (e peso normal), ela se sentia comum. Certamente não se sentia bonita, como as outras meninas. Aos 18 anos, ela era um pouco mais velha, mas não o suficiente para fazê-la se destacar.

Existia alguma outra coisa. Ela tinha algo que fazia as pessoas olharem duas vezes. Ela sabia, lá no fundo, que era diferente. Mas não sabia exatamente como.

Se havia algo pior do que um primeiro dia, era começar no meio do ano, depois que todos os outros já haviam tido tempo para se conhecer. Hoje, este primeiro dia, no meio de março, seria um dos piores. Ela conseguia sentir isso.

No entanto, na sua imaginação, ela nunca pensou que seria tão ruim assim. Nada do que ela tinha visto—e ela tinha visto muito—a havia preparado para isso.

Caitlin parou na frente da sua nova escola, uma ampla escola pública de Nova York, naquela manhã gelada de março, e se perguntou, por que eu? Ela vestia pouquíssimas roupas, apenas um suéter e leggings, e não estava nem remotamente preparada para o caos barulhento que a saudou. Centenas de jovens estavam lá, chamando, gritando e empurrando uns aos outros. Parecia o pátio de uma prisão.

Era tudo alto demais. Estes jovens riam alto demais, xingavam demais, empurravam uns aos outros com força demais. Ela teria pensado que aquilo era uma grande briga se não conseguisse encontrar alguns sorrisos e risadas de escárnio. Eles apenas tinham energia demais, e ela, exausta, com frio, sem dormir, não podia entender de onde essa energia vinha. Ela fechou os olhos e desejou que tudo sumisse.

Ela colocou as mãos nos bolsos e sentiu algo: seu ipod. Sim. Colocou seus fones de ouvido e ligou o aparelho. Ela precisava abafar tudo aquilo.

Mas nada aconteceu. Ela olhou para baixo e viu que a bateria havia acabado. Ótimo.

Ela checou seu telefone, esperando por alguma distração, qualquer coisa. Nenhuma nova mensagem.

Ela olhou para cima. Olhando para aquele mar de novos rostos, ela se sentiu sozinha. Não por ser a única garota branca—na verdade, ela preferia isso. Alguns dos seus melhores amigos em outras escolas eram negros, hispânicos, asiáticos, indianos—e alguns dos seus piores inimigos haviam sido brancos. Não, não era isso. Ela se sentia sozinha porque o ambiente era urbano. Ela estava pisando em concreto. Um sino alto soou para permitir a entrada dela nesta “área recreativa,” e ela teve que atravessar grandes portões de metal. Agora, ela estava presa—enjaulada por enormes portões de metal com arame farpado no topo. Ela se sentiu como se tivesse ido para a prisão.

Olhar para a enorme escola, as barras e grades em todas as janelas, não a fez se sentir melhor. Ela sempre havia se adaptado à novas escolas facilmente, grandes ou pequenas—mas todas elas se localizavam nos subúrbios. Aqui, não havia nada além de cidade. Ela sentiu que não conseguia respirar. Aquilo a apavorava.

Outro sino alto soou e ela foi, com centenas de jovens, arrastando os pés na direção da entrada. Ela foi empurrada com força por uma garota grande, e deixou seu diário cair. Ela o juntou (bagunçando seu cabelo), e olhou para cima para ver se a garota iria se desculpar. Mas ela já havia sumido, tendo seguido em frente com a multidão. Ela ouviu risos, mas não pôde dizer se eles estavam direcionados à ela.

Ela segurou seu diário, a única coisa que mantinha seus pés no chão. Ele havia estado com ela em todo o lugar. Ele tinha notas e desenhos de todos os lugares em que ela havia estado. Ele era um mapa da sua infância.

Ela finalmente chegou à entrada e precisou se espremer para passar por ela. Era como entrar em um trem durante a hora do rush. Ela esperava que a temperatura estivesse mais quente quando entrasse, mas as portas abertas atrás dela mantinham uma brisa severa soprando em suas costas, tornando o frio ainda pior.

Dois grandes guardas de segurança estavam parados na entrada, acompanhados de dois policiais da cidade de Nova York, em seus uniformes completos, armas visivelmente ao seu lado.

“CONTINUEM ANDANDO!” comandou um deles.

Ela não conseguia entender por que dois policiais armados precisavam guardar a entrada de uma escola de ensino médio. A sua sensação de pavor cresceu. A sensação ficou muito pior quando ela olhou para cima e viu que teria que passar por um detector de metais com segurança de aeroporto.

Mais quatro policiais armados estavam parados nos dois lados do detector, com mais dois guardas de segurança.

“ESVAZIEM SEUS BOLSOS!” gritou um guarda.

Caitlin notou os outros jovens enchendo pequenos recipientes de plástico com itens de seus bolsos. Ela rapidamente fez o mesmo, adicionando o seu ipod, carteira, chaves.

Ela passou pelo detector, e o alarme chiou.

“VOCÊ!” gritou o guarda. “Para o lado!”

Claro.

Todos os garotos olhavam enquanto ela era obrigada a levantar os braços, e o guarda passava o scanner de mão por todo o seu corpo.

“Você está usando alguma joia?”

Ela passou a mão no pulso, e então no pescoço, e de repente, se lembrou. Sua cruz.

“Tire-a,” gritou o guarda.

Era a gargantilha que a sua avó havia dado a ela antes de morrer, uma pequena cruz de prata, gravada com uma descrição em latim que ela nunca havia traduzido. Sua avó contou a ela que a cruz havia sido passada para ela pela sua avó. Caitlin não era religiosa e não entendia realmente o que aquilo significava, mas ela sabia que a cruz tinha centenas de anos e era, de longe, a coisa mais valiosa que ela tinha.

“Prefiro não tirar,” ela respondeu.

O guarda a encarou, frio como gelo.

De repente, uma confusão começou. Pessoas gritaram quando um policial agarrou um garoto alto e magro e o empurrou contra uma parede, retirando uma faca do seu bolso.

O guarda foi ajudá-lo e Caitlin aproveitou a oportunidade para sumir com a multidão caminhando pelo corredor.

Bem-vinda à escola pública de Nova York, Caitlin pensou. Ótimo.

Ela já estava contando os dias para a formatura.

*

Os corredores eram os mais largos que ela já havia visto. Ela não podia imaginar como eles poderiam ficar cheios, no entanto, eles estavam completamente lotados, com todos os garotos espremidos, ombro contra ombro. Deviam haver milhares de jovens nesses corredores, o mar de rostos se alongando infinitamente. O barulho aqui era ainda pior, batendo nas paredes, condensado. Ela queria cobrir os ouvidos. Mas ela nem sequer tinha espaço suficiente para levantar os braços. Ela se sentiu claustrofóbica.

O sino tocou e a energia aumentou.

Já atrasada.

Ela examinou seu cartão de salas novamente e finalmente encontrou a sala distante. Ela tentou cortar caminho através do mar de corpos, mas não estava chegando a lugar nenhum. Finalmente, depois de várias tentativas, ela percebeu que precisava ficar mais agressiva. Ela também começou a cotovelar e empurrar. Um corpo por vez, ela conseguiu passar por todos os garotos através do corredor largo, e abriu a pesada porta de sua sala de aula.

Ela se preparou para todos os olhares, já que ela, a nova garota na escola, havia chegado atrasada. Ela imaginou o professor a repreendendo por interromper uma sala de aula silenciosa. Mas ela ficou chocada em ver que este não era o caso. Esta sala, construída para 30 alunos, mas abrigando 50, estava lotada. Alguns garotos estavam sentados em suas carteiras, e outros caminhavam entre as fileiras, gritando e berrando uns com os outros. Era o caos.

O sino havia tocado cinco minutos atrás, no entanto, o professor, desgrenhado, usando um terno amassado, não havia sequer começado a aula. Ele sentou com os pés em cima da mesa, lendo o jornal, ignorando a todos.

Caitlin caminhou até ele e colocou seu novo cartão de identificação na mesa. Ela ficou parada lá e esperou que ele olhasse para cima, mas ele nunca o fez.

Ela finalmente limpou a garganta.

“Com licença.”

Ele baixou o jornal relutantemente.

“Meu nome é Caitlin Paine. Eu sou nova. Acho que tenho que lhe dar isso.”

“Eu sou apenas um substituto,” ele respondeu, e levantou o jornal, bloqueando-a.

Ela ficou parada ali, confusa.

“Então,” ela perguntou, “…você não faz a chamada?”

“O seu professor vai voltar na segunda,” ele retrucou. “Ele vai cuidar disso.”

Percebendo que a conversa havia acabado, Caitlin pegou seu cartão de identificação de volta.

Ela se virou e olhou para a sala. O caos ainda não havia acabado. Se houvesse alguma esperança, pelo menos ela não era óbvia. Ninguém ali parecia se importar com ela, ou até mesmo notá-la.

Por outro lado, observar a sala lotada era preocupante: não parecia haver nenhum lugar para sentar.

Ela se preparou e, agarrando seu diário, caminhou hesitante pelas fileiras de carteiras, vacilando algumas vezes enquanto caminhava entre garotos brigões gritando uns com o outros. Quando ela chegou ao fundo, finalmente conseguiu ver a sala inteira.

Nenhuma cadeira vazia.

Ela ficou parada lá, se sentindo como uma idiota, e sentiu que os outros garotos começavam a notá-la. Ela não sabia o que fazer. Com certeza ela não iria ficar ali parada pelo período inteiro, e o professor substituto não parecia se importar com o que acontecesse. Ela se virou e olhou novamente, procurando, indefesa.

Ela ouviu risos vindos de algumas fileiras distantes, e tinha certeza de que eles estavam direcionados a ela. Ela não se vestia como estes jovens, e não se parecia com eles. As suas bochechas coraram e ela começou a se sentir totalmente visível.

Quando ela estava se aprontando para sair da sala de aula, e talvez até desta escola, ela ouviu uma voz.

“Aqui.”

Ela se virou.

Na última fila, ao lado da janela, um garoto alto estava em pé ao lado de sua carteira.

“Sente-se,” ele disse. “Por favor.”

A sala se silenciou um pouco enquanto os outros esperavam para ver como ela iria reagir.

Ela caminhou até ele. Ela tentou não olhar em seus olhos—grandes, verdes e brilhantes—mas não conseguiu evitar.

Ele era lindo. Tinha a pele macia, levemente bronzeada—ela não sabia dizer se ele era negro, hispânico, branco, ou alguma combinação—mas ela nunca havia visto pele tão macia e suave, complementando o maxilar delineado. O cabelo dele era curto e castanho, e ele era magro. Havia algo nele, algo fora do lugar ali. Ele parecia frágil. Um artista, talvez.

Não era comum para ela ficar encantada com um rapaz. Ela havia visto as suas amigas terem suas paixões, mas ela nunca havia realmente entendido aquilo. Até agora.

“Onde você vai sentar?” ela perguntou.

Ela tentou controlar a voz, mas não soou muito convincente. Ela esperou que ele não ouvisse o quão nervosa ela estava.

Ele deu um sorriso largo, revelando dentes perfeitos.

“Aqui mesmo,” ele disse, e foi em direção do grande peitoril da janela, a apenas alguns centímetros de distância.

Ela olhou para ele, e ele retornou o seu olhar, seus olhos se encontrando totalmente. Ela disse a si mesma para deixar de olhar, mas não conseguiu.

“Obrigado,” ela disse, e ficou instantaneamente furiosa consigo mesma.

Obrigado? É só isso que você conseguiu dizer? Obrigado!?

“É isso aí, Barack!” uma voz berrou. “Dê a sua cadeira para a boa moça branca!”

Os risos seguiram, e o barulho na sala de repente começou de novo, enquanto todos os ignoravam novamente.

Caitlin o viu baixar a cabeça, constrangido.

“Barack?” ela perguntou. “Esse é mesmo o seu nome?”

“Não,” ele respondeu, ficando vermelho. “É apenas do que eles me chamam. Como Obama. Eles acham que eu pareço com ele.”

Ela olhou atentamente e percebeu que ele realmente se parecia com Obama.

“É porque eu tenho descendência negra, branca e porto-riquenha.”

“Bem, eu acho que isso é um elogio,” ela disse.

“Não do jeito que eles dizem,” ele respondeu.

Ela o observou enquanto ele se sentava no peitoril da janela, sua confiança diminuída, e ela pôde perceber que ele era sensível. Vulnerável, até. Ele não pertencia à este grupo de garotos. Era estranho, mas ela quase sentiu como se precisasse protegê-lo.

“Eu sou Caitlin,” ela disse, esticando a mão e olhando nos olhos dele.

Ele olhou para cima, surpreso, e seu sorriso voltou.

“Jonah,” ele respondeu.

Ele apertou a mão dela firmemente. Uma sensação de dormência subiu pelo seu braço quando ela sentiu a pele macia dele envolver a sua mão. Ela sentiu como se os dois se fundissem. Ela continuou segurando a mão dele um segundo a mais, e não conseguiu deixar de sorrir de volta.

*

O restante da manhã foi confuso, e Caitlin estava com fome quando chegou até a cantina. Ela abriu as portas duplas e ficou impressionada com o enorme salão, o incrível barulho que parecia vir de mil garotos, todos gritando. Era como entrar em um ginásio. Com exceção de que, a cada sete metros, outro guarda de segurança estava parado, nos corredores, vigiando cuidadosamente.

Como já era de se esperar, ela não tinha ideia de onde ir. Ela examinou o enorme salão e finalmente encontrou uma pilha de bandejas. Ela pegou uma e entrou no que ela pensou ser a fila para a comida.

“Não entra na minha frente, vadia!”

Caitlin se virou e viu uma garota grande e acima do peso, quinze centímetros mais alta do que ela, olhando para baixo com um olhar ameaçador.

“Desculpe, eu não sabia—”

“A fila é lá atrás!” outra garota retrucou, apontando com o dedão.

Caitlin olhou e viu que pelo menos cem garotos estavam na fila. Parecia uma espera de vinte minutos.

Quando ela começou a ir na direção do fim da fila, um garoto na fila empurrou outro, e ele voou na frente dela, caindo duramente no chão.

O primeiro garoto pulou em cima do outro e começou a socá-lo no rosto.

A cantina explodiu em um rugido de excitação, enquanto dúzias de garotos se reuniam em torno deles.

“BRIGA! BRIGA!”

Caitlin deu vários passos para trás, assistindo horrorizada à cena de violência à seus pés.

Quatro guardas finalmente chegaram e pararam a briga, separando os dois garotos ensanguentados, carregando-os para longe. Eles não pareciam estar com nenhuma pressa.

Depois que Caitlin finalmente pegou sua comida, ela examinou a sala, esperando por um sinal de Jonah. Mas ele não estava em lugar nenhum.

Ela caminhou pelas fileiras, passando mesa após mesa, todas cheias de garotos. Haviam poucos lugares vazios, e os que estavam vazios não pareciam muito convidativos, ao lado de grandes grupos de amigos.

Finalmente, ela escolheu um lugar em uma mesa vazia perto do fundo. Havia apenas um garoto na ponta da mesa, um garoto chinês baixinho e frágil com aparelho nos dentes, mal vestido, que mantinha sua cabeça abaixada e se concentrava em sua comida.

Ela se sentiu só. Ela olhou para baixo e checou seu telefone. Haviam algumas mensagens no Facebook dos seus amigos da última cidade. Eles queriam saber o que ela estava achando da nova casa. Por alguma razão, ela não estava a fim de responder. Eles pareciam estar tão longe.

Caitlin comeu pouquíssimo, uma sensação vaga de náusea do primeiro dia ainda com ela. Ela tentou pensar em outra coisa. Ela fechou os olhos. Ela pensou em seu novo apartamento, no quinto andar de um prédio imundo sem elevador na rua 132. A sua náusea piorou. Ela respirou fundo, se esforçando para focar em algo, qualquer coisa boa em sua vida.

Seu irmão mais novo. Sam. 14 anos, parecendo ter 20. Sam nunca lembrava que era o mais novo: ele sempre agia como o seu irmão mais velho. Ele havia se tornado forte e duro com todas as mudanças de cidade, com a partida de seu pai, com a forma como a mãe tratava a ambos. Ela pôde perceber que tudo aquilo estava afetando-o e que ele estava começando a se fechar. As brigas frequentes dele na escola não a surpreendiam. Ela temia que aquilo apenas ficasse pior.

Mas quando se tratava de Caitlin, Sam a amava absolutamente. E ela a ele. Ele era a única coisa constante na sua vida, o único com quem ela podia contar. Ele parecia manter o seu último ponto fraco no mundo para ela. Ela estava determinada a fazer o possível para protegê-lo.

“Caitlin?”

Ela pulou.

Parado ao lado dela, bandeja em uma mão e estojo de violino na outra, estava Jonah.

“Se importa se eu me juntar a você?”

“Sim—quer dizer, não,” ela disse, nervosa.

Idiota, ela pensou. Pare de ficar tão nervosa.

Jonah deu aquele sorriso e sentou na frente dela. Ele sentou ereto, com postura perfeita, e colocou o seu estojo de violino cuidadosamente ao seu lado. Ele colocou sua comida gentilmente na mesa. Havia algo nele, alguma coisa que ela não conseguia identificar. Ele era diferente de todas as pessoas que ela havia conhecido. Era como se ele pertencesse a uma outra era. Ele realmente não pertencia a este lugar.

“Como foi o seu primeiro dia?” ele perguntou.

“Não foi o que eu esperava.”

“Eu sei como é,” ele disse.

“Isso é um violino?”

Ela apontou com a cabeça para o instrumento dele. Ele o mantinha próximo, e mantinha uma mão sobre ele, como se tivesse medo que alguém o roubasse.

“É uma viola, na verdade. É só um pouco maior, mas o som é muito diferente. Mais suave.”

Ela nunca havia visto uma viola, e esperava que ele a colocasse na mesa e a mostrasse para ela. Mas ele não fez nenhuma menção de fazê-lo e ela não queria se intrometer. Ele ainda estava com a mão sobre o instrumento, e parecia querer protegê-lo, como algo pessoal e privado.

“Você pratica bastante?”

Jonah encolheu os ombros. “Algumas horas por dia,” ele disse casualmente.

“Algumas horas!? Você deve ser ótimo!”

Ele encolheu os ombros novamente. “Eu sou bom, eu acho. Existem muitos outros músicos melhores do que eu. Mas eu espero que esta seja a minha passagem para fora deste lugar.”

“Eu sempre quis tocar piano,” Caitlin disse.

“Por que não toca?”

Ela ia dizer, eu nunca tive um, mas não o fez. Ao invés disso, ela deu de ombros e voltou a olhar para a comida.

“Você não precisa ter um piano,” Jonah disse.

Ela olhou para cima, surpresa ao perceber que ele havia lido a sua mente.

“Existe uma sala de ensaio nessa escola. Com tudo de ruim aqui, pelo menos há alguma coisa boa. Eles dão aulas gratuitas. Tudo o que você precisa fazer é se inscrever.”

Os olhos de Caitlin se abriram.

“Mesmo?”

“Tem uma folha de inscrição do lado de fora da sala de música. Peça pela Sra. Lennox. Diga a ela que você é minha amiga.”

Amiga. Caitlin gostou do som daquela palavra. Lentamente, ela sentiu uma felicidade crescendo dentro dela.

Ela deu um sorriso largo. Os olhos dos dois se encontraram por um momento.

Olhando para aqueles olhos verdes e brilhantes, ela desejou profundamente lhe fazer um milhão de perguntas: Você tem namorada? Por que está sendo tão legal? Você gosta mesmo de mim?

Mas, ao invés disso, ela mordeu a língua e não disse nada.

Temendo que o tempo deles juntos fosse acabar em breve, ela procurou por algo para perguntar que prolongasse a sua conversa. Ela tentou pensar em algo que garantisse que ela o veria novamente. Mas ela ficou nervosa e imóvel.

Ela finalmente abriu a boca, e no momento em que o fez, o sino tocou.

O local explodiu em barulho e movimento, e Jonah levantou, segurando a sua viola.

“Estou atrasado,” ele disse, pegando sua bandeja.

Ele olhou para a bandeja dela. “Posso levar a sua?”

Ela olhou para baixo, percebendo que havia esquecido dela, e sacudiu a cabeça.

“OK,” ele disse.

Ele ficou parado ali, tímido de repente, sem saber o que dizer.

“Bem…até mais.”

“Até mais,” ela respondeu desajeitadamente, sua voz apenas um sussurro.

*

Com o fim do seu primeiro dia de aula, Caitlin saiu do prédio e encontrou uma tarde ensolarada de março. Apesar de uma brisa forte estar soprando, ela não sentia mais frio. Apesar de todos os garotos em torno dela estarem gritando enquanto saíam, ela não estava mais incomodada com o barulho. Ela se sentiu viva, e livre. O resto do dia havia passado como uma névoa; ela não conseguia se lembrar do nome de um único professor.

Ela não conseguia parar de pensar em Jonah.

Ela se perguntou se havia agido como uma idiota na cantina. Ela tinha atropelado as palavras, quase não tinha feito nenhuma pergunta a ele. Tudo o que ela conseguiu perguntar foi sobre aquela viola estúpida. Ela devia ter perguntado onde ele morava, de onde ele era, para qual faculdade ele queria ir.

Mas principalmente, se ele tinha uma namorada. Alguém como ele tinha que estar namorando alguém.

Naquele exato momento, uma garota bonita e hispânica passou por Caitlin. Caitlin a olhou da cabeça aos pés quando ela passou, e se perguntou por um segundo se era ela.

Caitlin virou na rua 134, e por um segundo, esqueceu para onde estava indo. Ela nunca havia ido à pé da escola para casa e, por um momento, ela não conseguia lembrar de onde ficava o seu novo apartamento. Ela ficou parada lá, na esquina, desorientada. Uma nuvem cobriu o sol e um vento forte soprou, e de repente, ela sentiu frio novamente.

“Ei, amiga!”

Caitlin virou-se e percebeu que estava na frente de um bar imundo de esquina. Quatro homens estranhos estavam sentados em cadeiras de plástico na frente do bar, parecendo não sentir o frio, sorrindo para ela como se ela fosse a sua próxima refeição.

“Venha aqui, amor!” gritou outro.

Ela se lembrou.

Rua 132. É isso.

Ela se virou rapidamente e caminhou em um passo acelerado por outra rua lateral. Ela olhou por cima do ombro algumas vezes para ver se aqueles homens a estavam seguindo. Felizmente, eles não estavam.

O vento frio queimava o seu rosto e a acordou, enquanto ela começava a entender a dura realidade da sua nova vizinhança. Ela olhou para os carros abandonados, as paredes pichadas, o arame farpado, as barras em todas as janelas, e de repente, se sentiu muito sozinha. E com medo.

Faltavam apenas 3 quadras para chegar ao seu apartamento, mas ela sentiu como se fosse uma eternidade. Ela desejou ter um amigo ao seu lado—até melhor, Jonah—e perguntou a si mesma se ela conseguiria fazer esta caminhada sozinha todos os dias. Mais uma vez, ela sentiu raiva da mãe. Como ela podia continuar fazendo-a se mudar, colocando-a em novos lugares que ela odiava? Quando aquilo acabaria?

Vidro quebrado.

O coração de Caitlin bateu mais rápido quando ela percebeu uma certa atividade na esquerda, do outro lado da rua. Ela caminhou rápido e tentou manter a cabeça baixa, mas quando chegou mais perto, ela ouviu gritos e risadas grotescas, e não pôde deixar de notar o que estava acontecendo.

Quatro garotos enormes— de 18 ou 19 anos, talvez—estavam em pé, na frente de outro garoto. Dois deles seguravam os seus braços, enquanto um terceiro avançava e o socava no estômago, e um quarto socava o seu rosto. O garoto, talvez 17 anos, alto, magro e indefeso, caiu no chão. Dois dos garotos avançaram e o chutaram no rosto.

Contra a sua própria vontade, Caitlin parou e observou. Ela estava horrorizada. Ela nunca havia visto nada como aquilo.

Os outros dois garotos deram alguns passos em torno da sua vítima, então levantaram suas botas bem alto e as abaixaram.

Caitlin estava com medo de que eles fossem pisotear o menino até a morte.

“NÃO!” ela gritou.

Houve um som terrível de quebra quando eles abaixaram os pés.

Mas não era o som de ossos quebrados—em vez disso, era o som de madeira. Madeira sendo quebrada. Caitlin viu que eles estavam pisoteando um pequeno instrumento musical. Ela olhou mais atentamente, e viu pequenos pedaços de uma viola por toda a calçada.

Ela levou a mão até a boca, horrorizada.

“Jonah!?”

Sem pensar, Caitlin atravessou a rua até o grupo de garotos, que agora já haviam notado a sua presença. Eles olharam para ela e seus sorrisos malignos se alargaram enquanto eles cutucavam uns aos outros.

Ela caminhou diretamente até a vítima e viu que realmente era Jonah. O seu rosto estava sangrando e machucado, e ele estava inconsciente.

Ela olhou para o grupo de garotos, sua raiva superando o seu medo, e ficou entre Jonah e eles.

“Deixem ele em paz!” ela gritou para o grupo.

O garoto no meio, com pelo menos 1,95 m de altura e musculoso, riu.

“Ou o quê?” ele perguntou com uma voz muito grossa.

Caitlin sentiu o mundo passar por ela, e percebeu que acabara de ser empurrada pelas costas. Ela levantou os cotovelos enquanto caía no concreto, mas isso mal amorteceu a sua queda. Pelo canto do seu olho, ela pôde ver seu diário voar, os papéis soltos se espalhando por todo o lugar.

Ela ouviu risos. E então, pegadas vindo na direção dela.

Com o coração batendo forte no peito, a adrenalina dela entrou em ação. Ela conseguiu rolar e se levantar desajeitadamente antes que eles a alcançassem. Ela fugiu por um beco próximo, correndo à toda velocidade.

Eles a seguiam de perto.

Em uma de suas muitas escolas, quando Caitlin acreditava que teria um longo futuro em algum lugar, ela teve aulas de atletismo e corrida, e percebeu que era boa nisso. A melhor do time, na verdade. Não em longas distâncias, mas em corridas de 100 metros. Ela conseguia vencer até mesmo a maioria dos rapazes. E agora, tudo aquilo havia voltado para ela.

Ela correu o mais rápido que pôde, e os garotos não conseguiram alcançá-la.

Caitlin olhou para trás e viu que eles estavam se afastando, e se sentiu otimista sobre conseguir fugir de todos. Ela apenas precisava fazer as curvas certas.

O beco terminava em um T, e ela podia virar para a esquerda ou para a direita. Ela não teria tempo de mudar de ideia se quisesse manter a sua vantagem, e teria que decidir rápido. No entanto, ela não conseguia ver o que a esperava depois da curva. Cegamente, ela virou para a esquerda.

Ela rezou para que fosse a escolha certa. Vamos lá. Por favor!

Seu coração parou quando ela fez a curva acentuada para a esquerda e viu a rua sem saída em sua frente.

Escolha errada.

Uma rua sem saída. Ela correu para o muro, procurando por uma saída, qualquer saída. Percebendo que não havia nenhuma, ela se virou para confrontar seus agressores, que se aproximavam.

Sem fôlego, ela os viu fazer a curva e se aproximar. Ela podia ver por cima de seus ombros que, se ela tivesse virado para a direita, estaria livre. Claro. Já era de se esperar.

“OK, vadia,” um deles disse, “agora, você vai sofrer.”

Percebendo que ela não tinha como fugir, eles caminharam na direção dela, ofegantes, sorridentes e saboreando a violência que estava por vir.

Caitlin fechou os olhos e respirou fundo. Ela tentou desejar que Jonah se acordasse, aparecesse na esquina, acordado e poderoso, pronto para salvá-la. Mas abriu os olhos e ele não estava lá. Apenas os seus agressores. Chegando mais perto.

Ela pensou em sua mãe, no quanto a odiava, em todos os lugares nos quais ela foi forçada a morar. Ela pensou no seu irmão Sam. Ela pensou em como a sua vida seria depois daquele dia.

Ela pensou em toda a sua vida, em como ela sempre tinha sido tratada, em como ninguém a entendia, em como nada dava certo para ela. E algo aconteceu. De alguma forma, ela havia alcançado o seu limite.

Eu não mereço isso. EU NÃO mereço isso!

E então, repentinamente, ela sentiu.

Era uma onda, algo diferente de tudo o que ela havia experimentado. Era uma onda de raiva, inundando-a, limpando o seu sangue. Ela estava centralizada em seu estômago, e se espalhou dali. Ela conseguia sentir seus pés enraizados no chão, como se ela e o concreto fossem um só, e então pôde sentir uma força primitiva se apoderar dela, fluindo pelos seus pulsos, pelos seus braços, chegando até os seus ombros.

Caitlin deixou escapar um rugido primitivo que surpreendeu e assustou até a ela mesma. Quando o primeiro garoto se aproximou dela e colocou sua mão grande no pulso dela, ela observou quando a sua mão reagiu sozinha, agarrando o pulso do agressor e torcendo-o para trás em um ângulo reto. O rosto do garoto se contorceu em choque enquanto o seu pulso, e depois o seu braço, era quebrado em dois.

Ele caiu de joelhos, gritando.

Os outros três garotos arregalaram os olhos, surpresos.

O maior dos três avançou contra ela.

“Sua filha da—”

Antes que ele pudesse terminar, ela havia pulado e plantado seus dois pés no meio do seu peito, fazendo-o voar por cerca de três metros e cair em uma pilha de latas de lixo.

Ele ficou lá, sem se mexer.

Os outros dois garotos olharam um para o outro, em choque. E verdadeiramente assustados.

Caitlin avançou e, sentindo uma força desumana fluir dentro dela, ouviu a si mesma rosnar quando pegou os dois garotos (cada um com o dobro do tamanho dela), e os levantou do chão com uma única mão.

Com ambos pendurados no ar, ela os balançou para trás, depois bateu um contra o outro com uma força incrível. Os dois caíram no chão.

Caitlin ficou ali, respirando, espumando de raiva.

Todos os quatro garotos não se moviam.

Ela não sentiu alívio. Pelo contrário, ela queria mais. Mais garotos com quem brigar. Mais corpos para jogar.

E ela queria algo mais.

De repente, ela tinha a visão perfeita, e era capaz de focar em seus pescoços expostos. Ela conseguia enxergar coisas minúsculas, e podia ver, de onde estava, as veias pulsando em cada um. Ela queria morder. Se alimentar.

Sem entender o que estava acontecendo com ela, ela virou a cabeça para trás e soltou um gritou sobrenatural, ecoando nos prédios e por toda a quadra. Era um grito primitivo de vitória, e cheio de raiva não satisfeita.

Era o grito de um animal que queria mais.




Capítulo Dois


Caitlin ficou parada na frente da porta de seu novo apartamento, e de repente, percebeu onde estava. Ela não tinha ideia de como havia chegado ali. A última coisa de que se lembrava era de ter estado no beco. De alguma forma, ela havia chegado em casa.

No entanto, ela lembrava de cada segundo do que aconteceu naquele beco. Ela tentou apagar aquilo da mente, mas não conseguiu. Ela olhou para seus braços e mãos, esperando que eles estivessem diferentes—mas eles estavam normais. Exatamente como sempre foram. A raiva que havia tomado conta dela, que a transformou, havia sumido tão rápido quanto chegou.

Mas os efeitos dela permaneciam: um deles era um sentimento de estar oca. Dormente. E ela sentiu algo mais. Ela não conseguia entender o que era. Imagens continuavam surgindo em sua mente, imagens dos pescoços expostos daqueles garotos. Do coração deles pulsando. E ela sentiu uma fome. Um desejo.

Caitlin realmente não queria voltar para casa. Ela não queria ter que lidar com a mãe, especialmente hoje, não queria ter que lidar com uma casa nova, desempacotar suas coisas. Se não fosse pelo fato de Sam estar lá, ela poderia simplesmente dar meia volta e ir embora. Para onde iria, ela não tinha a mínima ideia—mas, pelo menos, ela estaria caminhando.

Ela respirou fundo e colocou a mão na maçaneta. Ou a maçaneta estava quente, ou a mão dela estava fria como gelo.

Caitlin entrou no apartamento muito iluminado. Ela conseguiu sentir o cheiro de comida no fogão—ou provavelmente, no micro-ondas. Sam. Ele sempre chegava em casa cedo e fazia seu próprio jantar. Sua mãe não chegaria até mais tarde.

“Parece que não foi um bom primeiro dia.”

Caitlin se virou, chocada ao ouvir o som da voz de sua mãe. Ela estava sentada lá, no sofá, fumando um cigarro, olhando para Caitlin com desprezo.

“O que você fez, já estragou esse suéter?”

Caitlin olhou para baixo e percebeu pela primeira vez as manchas de sujeira; provavelmente por cair no cimento.

“Por que você está em casa tão cedo?” Caitlin perguntou.

“Primeiro dia para mim também, não é?” ela retrucou. “Você não é a única. O chefe me mandou para casa mais cedo.”

Caitlin não podia aguentar o tom desagradável de sua mãe. Ela sempre agia de maneira arrogante com ela, e hoje, Caitlin já estava cansada daquilo. Ela decidiu dar à mãe um pouco do seu próprio veneno.

“Ótimo,” Caitlin respondeu rispidamente. “Isso quer dizer que nós vamos nos mudar de novo?”

Sua mãe se levantou de repente. “Veja lá como fala!” ela gritou.

Caitlin sabia que a mãe estava apenas esperando por uma desculpa para gritar com ela. Ela decidiu que era melhor jogar a isca e acabar logo com aquilo.

“Você não devia fumar perto do Sam,” Caitlin respondeu friamente, depois entrou em seu quarto minúsculo e bateu a porta, trancando-a.

Imediatamente, sua mãe bateu na porta.

“Saia daí, sua pirralha! Isso é jeito de falar com a sua mãe!? Sou eu quem coloca comida na sua mesa…”

Naquela noite, Caitlin, distraída, conseguiu abafar a voz da mãe. Em vez disso, ela ficou relembrando os eventos do dia. O som da risada daqueles garotos. O som do seu próprio coração batendo em seus ouvidos. O som do seu próprio rugido.

O que, exatamente, havia acontecido? Como ela havia conseguido tanta força? Foi apenas uma descarga de adrenalina? Uma parte dela desejou que fosse. Mas outra parte dela sabia que não era. O que era ela?

As batidas em sua porta continuaram, mas Caitlin mal as ouvia. Seu telefone celular estava em sua mesa, vibrando como louco, acendendo com mensagens instantâneas, SMS, e-mails, conversas do Facebook—mas ela mal ouvia aquilo também.

Ela foi até a sua pequena janela e olhou para baixo, para a esquina da avenida Amsterdam, e um novo som chegou até a sua mente. Era o som da voz de Jonah. A imagem do seu sorriso. Uma voz baixa, forte, suave. Ela se lembrou de quão delicado ele era, quão frágil ele parecia. Então, ela o viu caído no chão, ensanguentado, seu precioso instrumento em pedaços. Uma nova onda de raiva cresceu.

A sua raiva se transformou em preocupação—preocupação em saber se ele estava bem, se ele conseguiu caminhar, se chegou em casa. Ela o imaginou chamando por ela. Caitlin. Caitlin.

“Caitlin?”

Uma nova voz estava do outro lado da porta. Uma voz de menino.

Confusa, ela voltou à realidade.

“É Sam. Me deixe entrar.”

Ela foi até a porta e inclinou a cabeça contra ela.

“Mamãe saiu,” disse a voz do outro lado. “Ela foi comprar cigarros. Vamos, me deixe entrar.”

Ela abriu a porta.

Sam ficou parado ali, olhando para ela, com preocupação no rosto. Aos 15 anos, ele parecia mais velho. Ele havia crescido rápido, e media quase um 1,80 m, mas ainda não havia se desenvolvido, e era desajeitado e desengonçado. Com cabelos pretos e olhos castanhos, a coloração dele era parecida com a dela. Eles definitivamente pareciam ser parentes. Ela podia ver a preocupação no rosto dele. Ele a amava mais do que qualquer coisa.

Ela o deixou entrar, fechando a porta rapidamente.

“Desculpe,” ela disse. “Eu só não consigo lidar com ela hoje.”

“O que aconteceu entre vocês duas?”

“O mesmo de sempre. Ela estava no meu pé desde o momento em que entrei em casa.”

“Eu acho que ela teve um dia difícil,” Sam disse, tentando apaziguar as coisas entre elas, como sempre. “Eu espero que eles não a despeçam novamente.”

“Quem se importa? Nova York, Arizona, Texas…Quem se importa com o que virá? As nossas mudanças nunca vão acabar.”

Sam franziu a testa quando sentou na cadeira da sua mesa, e ela se sentiu mal imediatamente. Às vezes, ela era áspera com as palavras, falava sem pensar, e desejou que pudesse retirar o que havia dito.

“Como foi o seu primeiro dia?” ela perguntou, tentando mudar de assunto.

Ele encolheu os ombros. “Foi bom, eu acho.” Ele tocou a cadeira com o pé.

Ele olhou para ela. “E o seu?”

Ela encolheu os ombros. Devia haver algo na expressão dela, já que ele continuou com o olhar fixado nela.

“O que aconteceu?”

“Nada,” ela disse, defensiva. Ela se virou e caminhou na direção da janela.

Ela podia senti-lo olhando para ela.

“Você parece…diferente.”

Ela parou, se perguntando se ele sabia, se a sua aparência exterior mostrava qualquer mudança. Ela engoliu em seco.

“Como?”

Silêncio.

“Eu não sei,” ele respondeu finalmente.

Ela olhou para fora da janela, assistindo sem reação à um homem no bar da esquina passando um saquinho de maconha a um comprador.

“Eu odeio esse lugar novo,” ele disse.

Ela se virou e olhou para ele.

“Eu também.”

“Eu até estava pensando em...” ele abaixou a cabeça, “…ir embora.”

“O que você quer dizer?”

Ele encolheu os ombros.

Ela olhou para ele. Ele parecia realmente deprimido.

“Para onde?” ela perguntou.

“Talvez…encontrar o papai.”

“Como? Nós não temos nenhuma ideia de onde ele está.”

“Eu poderia tentar. Eu poderia encontrá-lo.”

“Como?”

“Eu não sei…. Mas eu poderia tentar.”

“Sam. Ele pode até estar morto a essa altura.”

“Não diga isso!” ele gritou, e seu rosto ficou vermelho.

“Desculpe,” ela disse.

Ele se acalmou.

“Mas você já pensou que, mesmo se nós o encontrarmos, ele pode não querer nos ver? Afinal, ele foi embora. E ele nunca tentou manter contato.”

“Talvez por que a mamãe não deixe.”

“Ou talvez por que ele simplesmente não gosta de nós.”

As rugas na testa de Sam ficaram mais profundas ao se levantar novamente. “Eu procurei por ele no Facebook.”

Os olhos de Caitlin se arregalaram, surpresos.

“Você o achou?”

“Eu não tenho certeza. Haviam quatro pessoas com o mesmo nome dele. Dois deles tinham perfis privados e nenhuma foto. Eu mandei uma mensagem para os dois.”

“E?”

Sam balançou a cabeça.

“Ainda não tive resposta.”

“O papai não estaria no Facebook.”

“Você não sabe disso,” ele respondeu, mais uma vez na defensiva.

Caitlin suspirou, caminhou até a sua cama e se deitou. Ela olhou para o teto amarelo, com a tinta descascando, e se perguntou como todos eles haviam chegado àquele ponto. Haviam cidades onde eles tinham sido felizes, até momentos em que a mãe deles parecia quase feliz. Como quando ela estava namorando aquele cara. Feliz o suficiente, pelo menos, para deixar Caitlin em paz.

Haviam cidades, como a última, onde ela e Sam tinham feito alguns bons amigos, nas quais eles realmente pareciam poder ficar—pelo menos por tempo suficiente para se formar. E então, tudo pareceu mudar tão rápido. Mais uma mudança. Dizer adeus a todos. Era pedir demais ter uma infância normal?

“Eu poderia voltar para Oakville,” Sam disse de repente, interrompendo seus pensamentos. Sua última cidade. Era incrível como ele sempre sabia exatamente o que ela estava pensando. “Eu poderia ficar com amigos.”

O dia estava a afetando. Era simplesmente demais para ela. Ela não estava pensando claramente e, em sua frustração, o que ela estava ouvindo era que Sam estava se preparando para abandoná-la também, que ele não se importava mais com ela.

“Então vá!” ela explodiu de repente, sem querer. Era como se outra pessoa tivesse dito aquilo. Ela ouviu a dureza em sua própria voz, e se arrependeu imediatamente.

Por que ela tinha que dizer coisas como aquela? Por que ela não conseguia se controlar?

Se ela estivesse com um humor melhor, se ela estivesse mais calma e não tivesse que lidar com tanta coisa de uma só vez, ela não teria dito aquilo. Ou ela teria sido mais gentil. Ela teria dito algo do tipo, eu sei que o que você está tentando dizer é que nunca iria embora daqui, não importa o quanto as coisas ficassem ruins, porque você não iria me deixar sozinha para lidar com tudo isso. E eu amo você por isso. E eu também nunca abandonaria você. Nesta nossa infância problemática, pelo menos nós temos um ao outro. Em vez disso, o seu humor havia falado mais alto. Em vez disso, ela tinha sido egoísta, e explodido.

Ela sentou na cama e pôde ver a mágoa no rosto dele. Ela queria retirar o que disse, dizer que sentia muito, mas estava sobrecarregada demais. Por alguma razão, ela não conseguia abrir a boca.

No silêncio, Sam levantou lentamente da cadeira dela e saiu do quarto, fechando gentilmente a porta.

Idiota, ela pensou. Você é tão idiota. Por que você tem que tratá-lo do mesmo jeito que a mamãe trata você?

Ela deitou novamente, olhando para o teto. Ela entendeu que havia outra razão pela qual ela havia explodido. Ele havia interrompido os pensamentos dela, e ele o havia feito justamente quando eles estavam ficando piores. Um pensamento ruim havia cruzado pela sua mente, e ele a havia interrompido antes que ela tivesse uma chance de resolvê-lo.

O ex-namorado da sua mãe. Três meses atrás. Tinha sido a única vez que a mãe dela realmente parecia feliz. Frank, 50 anos. Baixinho, musculoso, perdendo cabelo. Robusto como um touro. Com cheiro de colônia barata. Ela tinha 16 anos.

Ela estava de pé na pequena lavanderia, dobrando suas roupas, quando Frank apareceu na porta. Ele era nojento, estava sempre olhando para ela. Ele se abaixou e pegou uma das calcinhas dela, e ela podia sentir suas bochechas corarem por vergonha e raiva. Ele a levantou e riu.

“Você deixou cair,” ele disse, rindo. Ela a puxou das mãos dele.

“O que você quer?” ela respondeu, irritada.

“Isso é jeito de falar com o seu novo padrasto?”

Ele avançou meio passo.

“Você não é meu padrasto.”

“Mas eu vou ser—em breve.”

Ela tentou voltar a dobrar suas roupas, mas ele avançou mais um passo. Perto demais. O coração dela pulava em seu peito.

“Eu acho que está na hora de nos conhecermos um pouco melhor,” ele havia dito, tirando o cinto da cintura. “Você não acha?”

Apavorada, ela tentou passar por ele e sair do pequeno cômodo, mas quando tentou, ele bloqueou sua passagem, a segurou com força e a jogou contra a parede.

Foi então que aquilo aconteceu.

Uma fúria a inundou. Uma fúria diferente de tudo o que ela havia experimentado. Ela sentiu seu corpo se aquecer, pegar fogo, dos dedos dos pés até o couro cabeludo. Quando ele se aproximou dela, ela pulou e o chutou, plantando os dois pés no meio do seu peito.

Apesar de ter um terço do tamanho dele, ele voou pela porta, quebrando a madeira das juntas, e continuou voando, 3 metros até o outro cômodo. Era como se uma bola de canhão o tivesse jogado pela casa.

Caitlin havia ficado parada lá, tremendo. Ela nunca tinha sido uma pessoa violenta, nunca tinha sequer dado um soco em alguém. Além disso, ela não era muito grande ou forte. Como ela tinha conseguido chutá-lo daquele jeito? Como ela tinha a força para fazer aquilo? Ela nunca tinha visto ninguém—muito menos um homem adulto—voar pelo ar, ou quebrar uma porta. De onde a força dela tinha vindo?

Ela caminhou até ele e parou ali.

Ele estava totalmente inconsciente, caído de costas. Ela se perguntou se havia o matado. Mas, naquele momento, com a raiva ainda dentro dela, ela não se importava. Ela estava mais preocupada consigo mesma, com quem—ou o quê—ela realmente era.

Ela nunca viu Frank novamente. Ele terminou o namoro com a mãe dela no dia seguinte, e nunca mais voltou. Sua mãe havia suspeitado que algo tivesse acontecido entre os dois, mas nunca disse nada. No entanto, ela culpou Caitlin pelo fim do namoro, por estragar o único momento de felicidade em sua vida. E ela não havia deixado de culpá-la desde então.

Caitlin voltou a olhar para o seu teto descascado, o coração batendo forte novamente. Ela pensou na raiva de hoje, e se perguntou se os dois episódios estavam ligados. Ela sempre havia acreditado que Frank tinha sido apenas um incidente estranho e isolado, alguma explosão estranha de força. Mas agora, ela se perguntava se aquilo era algo mais. Existia algum tipo de poder dentro dela? Ela era algum tipo de aberração?

Quem era ela?




Capítulo Três


Caitlin correu. Seus agressores estavam de volta, e a perseguiam pelo beco. Uma rua sem saída estava em sua frente, um enorme muro, mas ela correu de qualquer jeito, direto naquela direção. Conforme corria, ela ganhou velocidade, uma velocidade impossível, e os prédios passaram por ela como um borrão. Ela conseguia sentir o vento em seu cabelo.

Quando chegou mais perto, ela pulou e, em um único salto, estava no topo do muro, a nove metros de altura. Mais um salto, e ela voou pelo ar novamente, nove metros, seis metros, caindo no concreto sem perder o ritmo, ainda correndo, correndo. Ela se sentiu poderosa, invencível. Sua velocidade aumentava mais e mais, e ela sentiu que podia voar.

Ela olhou para baixo e, diante dos seus olhos, o concreto virou grama—grama alta, verde e balançando. Ela correu por uma campina, o sol brilhando, e reconheceu o lugar como a casa de sua primeira infância.

Na distância, ela podia sentir que seu pai estava lá, de pé, no horizonte. Enquanto corria, ela sentia que estava chegando mais perto dele. A imagem dele começou a ficar mais clara. Ele estava lá, com um sorriso largo e os braços abertos.

Ela ansiava por vê-lo novamente. Ela correu o máximo que pode. Mas sempre que chegava mais perto, ele se distanciava.

De repente, ela estava caindo.

Uma grande porta medieval se abriu, e ela entrou em uma igreja. Ela caminhou pelo corredor pouco iluminado, tochas queimando em ambos os lados. Na frente de um altar, estava um homem de costas para ela, ajoelhado. Quando ela chegou mais perto, ele se levantou e se virou.

Era um padre. Ele olhou para ela, e seu rosto se encheu de medo. Ela sentiu seu sangue correndo em suas veias, e viu a si mesma se aproximar dele, sem poder parar. Ele levantou uma cruz, com medo.

Ela se lançou sobre ele. Ela sentiu seus dentes ficarem longos, longos demais, e assistiu enquanto eles perfuravam o pescoço do padre.





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