Книга - Obcecada

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Obcecada
Morgan Rice


Memórias de um Vampiro #12
Um livro que pode competir com CREPÚSCULO e DIÁRIOS DE VAMPIROS e fará com que você queira continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, amor e vampiros, este é o livro para você! Vampirebooksite. com (sobreTRANSFORMADA) OBCECADA é o livro #12- e livro final - da série best-seller MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO, que começa com TRANSFORMADA (Livro #1) - um download gratuito com mais de 900 avaliações cinco estrelas! Em OBCECADA, Scarlet Paine, de 16 anos, corre para salvar seu verdadeiro amor, Sage, antes que ele seja morto nas mãos dos Imortais. Afastada de seus amigos e familiares - e com apenas uma noite restando antes que Sage seja exterminado - Scarlet é forçada a escolher se deve sacrificar tudo por ele. Caitlin e Caleb correm desesperadamente para salvar sua filha, ainda determinados a encontrar uma maneira de curar Scarlet e acabar com o vampirismo de uma vez por todas. Sua busca os leva a um segredo chocante atrás do outro, enquanto buscam a antiga cidade perdida dos vampiros, escondida nas profundezas da Esfinge no Egito. O que encontram pode mudar o destino da raça dos vampiros para sempre. No entanto, pode ser tarde demais. A nação dos Imortais tem a intenção de matar Scarlet e Sage, enquanto Kyle, está em uma fúria assassina, transformando Vivian e todo o colégio em seu próprio exército de vampiros, determinado a destruir a cidade. Em OBCECADA, o surpreendente final da série de 12 livros de MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO, Scarlet e Caitlin se encontram em um impasse monumental - que mudará o mundo para sempre. Scarlet fará o sacrifício final para salvar a vida de Sage? Caitlin desistirá de tudo para salvar sua filha? Será que ambas arriscarão tudo por amor?Morgan Rice prova mais uma vez que é uma talentosa contadora de histórias…Agradará uma grande variedade de público, incluindo jovens fãs do gênero vampiro/fantasia. Termina em um surpreendente suspense que o deixará impressionado. The Romance Reviews (sobre Amada)







obcecada



(Livro #12 na série Memórias de um Vampiro)



Morgan Rice


Morgan Rice



Morgan Rice é a autora número #1 do best-seller da USA Today da série de fantasia épica THE SORCERER’S RING (O ANEL DO FEITICEIRO), formado até agora por dezessete livros; da série best-seller número #1 THE VAMPIRE JOURNALS (MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO), uma série composta por doze livros; da série best-seller número #1 THE SURVIVAL TRILOGY (A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA), um thriller pós-apocalíptico com dois livros até o momento; e da série de fantasia épica KINGS AND SORCERERS (REIS E FEITICEIROS), formada por seis livros. Os livros de Morgan estão disponíveis em edições de áudio e impressas e suas traduções estão disponíveis em mais de 25 idiomas.

Morgan quer ouvir a sua opinião, então, por favor, sinta-se à vontade para visitar seu website www.morganricebooks.com (http://www.morganricebooks.com) para fazer parte da lista de e-mails, receber um livro de graça, ganhar brindes, baixar o novo aplicativo, ficar por dentro das últimas novidades exclusivas, conectar ao Facebook e Twitter e manter contato!


Crítica selecionada para Morgan Rice



"Um livro que pode competir com CREPÚSCULO e DIÁRIOS DO VAMPIRO, e fará com que você queira continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, amor e vampiros, este é o livro para você!"

--Vampirebooksite.com (sobre TRANSFORMADA)



"Rice faz um ótimo trabalho ao trazer o leitor para dentro da história desde o início, usando uma incrível qualidade descritiva que transcende a mera pintura do cenário... Bem escrito e extremamente rápido de ler."

--Black Lagoon Reviews (sobre Transformada)



"Uma história ideal para jovens leitores. Morgan Rice fez um ótimo trabalho tramando uma inesperada reviravolta… Inovador e único. A série acontece em torno de uma garota… uma incrível garota!... Fácil de ler, mas de ritmo extremamente acelerado. Apropriado para maiores de 12 anos."

-- The Romance Reviews (sobre Transformada)



"Prendeu minha atenção desde o início e não deixou mais escapar… Esta história é uma aventura incrível, de ritmo intenso e cheia de ação desde o início. Não há um momento entediante sequer."

-- Paranormal Romance Guild (sobre Transformada)



"Cheio de ação, romance, aventura e suspense. Ponha as suas mãos nesse e se apaixone mais uma vez."

-- Vampirebooksite.com (sobre TRANSFORMADA)



"Uma trama incrível e é especialmente o tipo de livro difícil de parar de ler à noite. O suspense do final é tão espetacular que imediatamente você vai querer comprar o livro seguinte, só para ver o que acontece."

-- The Dallas Examiner (sobre Amada)



"Morgan Rice prova mais uma vez que é uma talentosa contadora de histórias… Agradará uma grande variedade de público, incluindo jovens fãs do gênero vampiro/fantasia. Termina em um surpreendente suspense que o deixará impressionado."

--The Romance Reviews (sobre Amada)


Livros de Morgan Rice



SOBRE COROAS E GLÓRIA

ESCRAVA, GUERREIRA, RAINHA (Livro # 1)



REIS E FEITICEIROS

Ascensão dos Dragões (Livro # 1)

ASCENSÃO DOS VALENTS (Livro # 2)

O PESO DA HONRA (Livro # 3)

A FORJA DE VALOR (Livro # 4)

UM REINO DE SOMBRAS (Livro # 5)

NOITE DOS AUDACIOSOS (Livro # 6)



O ANEL DO FEITICEIRO

EM BUSCA DE HERÓIS (Livro # 1)

MARCHA DE REIS (Livro # 2)

UM DESTINO DOS DRAGÕES (Livro # 3)

UM GRITO DE HONRA (Livro # 4)

UM VOTO DE GLÓRIA (Livro # 5)

A CHARGE OF VALOR (Livro # 6)

A RITE OF SWORDS (Livro # 7)

A GRANT OF ARMS (Livro # 8)

A SKY OF SPELLS (Livro # 9)

A SEA OF SHIELDS (Livro # 10)

A REIGN OF STEEL (Livro # 11)

A LAND OF FIRE (Livro # 12)

A RULE OF QUEENS (Livro # 13)

AN OATH OF BROTHERS (Livro # 14)

A DREAM OF MORTALS (Livro # 15)

A JOUST OF KNIGHTS (Livro # 16)

A GIFT OF BATTLE (Livro # 17)



A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA

ARENA UM: COMERCIANTES DE ESCRAVOS (Livro # 1)

ARENA DOIS (Livro # 2)



MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO

TRANSFORMADA (Livro # 1)

AMADA (Livro # 2)

TRAÍDA (Livro # 3)

DESTINADA (Livro # 4)

DESEJADA (Book # 5)

COMPROMETIDA (Livro # 6)

PROMETIDA (Livro # 7)

ENCONTRADA (Livro # 8)

RESSUSCITADA (Livro # 9)

COBIÇADA (Livro # 10)

PREDESTINADA (Livro # 11)

OBCECADA (Livro # 12)













Ouça à série MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO em formato de áudio livro!


Direitos Reservados © 2016 por Morgan Rice



Todos os direitos reservados. Exceto como permitido pela lei de Direitos Autorais dos EUA de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida por nenhuma forma ou meio, ou armazenada em banco de dados ou em sistemas de recuperação, sem a permissão prévia do autor.



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Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais e incidentes são frutos da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.



A ilustração da capa é um direito autoral de GoingTo, usada sob licença da Shutterstock.com.


ÍNDICE



CAPÍTULO UM (#ue56e520f-bddd-5522-8bb4-f263384ab425)

CAPÍTULO DOIS (#u5c26283e-fa7c-5417-8d95-ca3b1dc57dc0)

CAPÍTULO TRÊS (#u4f0003ea-7806-57a0-9fe0-7c8e578949d6)

CAPÍTULO QUATRO (#u6f465eb6-5773-55c0-831b-f7107ba8998a)

CAPÍTULO CINCO (#u188c9511-7069-5235-9c7e-21bfa1fd785b)

CAPÍTULO SEIS (#u9947b239-7ae6-5e4e-9019-1a41ac1be97c)

CAPÍTULO SETE (#u744b15ca-c229-5d81-9863-77dca2e76c32)

CAPÍTULO OITO (#u5d3c9e9e-32ef-535f-9d74-623b53d43704)

CAPÍTULO NOVE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZ (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO ONZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DOZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO TREZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO QUATORZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO QUINZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZESSEIS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZESSETE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZOITO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZENOVE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E UM (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E DOIS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E TRÊS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E QUATRO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E CINCO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E SEIS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E SETE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E OITO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E NOVE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO TRINTA (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO TRINTA E UM (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO TRINTA E DOIS (#litres_trial_promo)


"Assim, com um beijo, eu morro."

William Shakespeare

Romeu e Julieta




CAPÍTULO UM


Do telhado do antigo Castelo Boldt, Scarlet Paine podia ouvir os gritos agonizantes de Sage. Eles ecoavam pela fria noite de novembro, cada um lhe dava a sensação de um corte de faca em seu coração. Ela não podia suportar a ideia de Sage estar sendo torturado até a morte por sua própria espécie, porque ele a amava, porque ele não iria matá-la para poder viver mais dois mil anos. Scarlet jamais sonhara que seria amada tão apaixonadamente por alguém, tão apaixonadamente que poderiam realmente morrer por ela. E, no entanto, ali estava ela, prestes a fazer o mesmo por ele.

Lore, o primo de Sage, a atraíra para o Castelo Boldt. O tempo de vida de dois mil anos dos Imortais acabaria assim que a lua sumisse e Lore estava desesperado para lhe tirar a vida, a única maneira de salvar a deles. Ela, o último vampiro na Terra, teria que ser sacrificada. Mesmo Scarlet sabendo que era uma armadilha, ela tinha que ir. Ela sabia que sua vida terminaria naquela noite, mas valeria a pena se fosse uma chance de salvar Sage.

Outro grito de Sage ecoou pela noite. Scarlet não suportava escutar sua agonia por mais tempo. Ela se manteve em pé, batendo suas asas de modo que estava pairando uma ou duas polegadas acima das telhas de ardósia inclinadas do castelo. Então, com o coração batendo forte, ela entrou voando pela janela.

A sala tinha, pelo menos, cem pés de altura. Scarlet mergulhou nas sombras do teto abobadado e se empoleirou no cimo de uma das velhas vigas de madeira. Ela sentiu uma onda de calor que vinha por baixo dela e olhou para baixo. O salão estava lotado com uma multidão agitada e raivosa de Imortais. Devia haver, no mínimo, mil deles ali. A multidão parecia um enxame de insetos àquela distância, alguns andavam para lá e para cá, enquanto outros se elevavam algumas jardas acima do solo. Eles estavam suficientemente longe, pelo menos, para não conseguirem notá-la escondida ali.

Scarlet agarrou-se a sua viga, sentindo as palmas de suas mãos ficarem cada vez mais escorregadias com sua transpiração ansiosa, esperando sua chance, preparando-se psicologicamente para saltar.

Lá embaixo, os Imortais estavam olhando para um ponto em particular: uma plataforma ligeiramente levantada, que estava em outra extremidade do salão. Havia um homem incrivelmente alto no palco, segurando um longo bastão. Ele parecia estar apontando o bastão para uma grande cruz.

Scarlet inclinou a cabeça, confusa, pois a cruz pareceu se mover. Foi então que ela percebeu que havia alguém acorrentado à cruz, alguém que se contorcia de dor cada vez que o cajado do homem encostava-se a ele.

Seu coração deu uma guinada quando ela percebeu: Sage.

Fúria percorreu cada fibra do ser de Scarlet. O homem que ela amava estava amarrado por seus braços e pernas. Sua cabeça estava inclinada para frente, pendendo de exaustão sobre seu peito, e seu cabelo estava ensopado de suor. Havia sangue escorrendo pelo seu torso, criando uma poça aos seus pés. Scarlet queria gritar para ele, mas ela sabia que deveria ficar calada para não arriscar chamar atenção da multidão barulhenta. Ela se sentiu mal do estômago sabendo que a tortura de Sage estava sendo exibida, que ele era o centro do ódio deles.

Scarlet assistiu com horror quando o homem com um longo manto vermelho no palco brandiu o bastão com uma cruz em uma ponta contra o chão. As telhas de pedra fizeram um barulho que reverberou através do espaço cavernoso.

"Você vai renunciar?" o homem gritou. "Você vai dar a menina?"

Ele parecia ser o instigador da tortura e Scarlet concluiu que também devia ser o líder dos Imortais. Ela se lembrou de Sage lhe contando sobre o homem que liderava sua raça. Seu nome era Octal e, pelo que Sage lhe havia dito, ele era um tirano violento.

"Responda!" Octal gritou.

A multidão juntou-se com uma alta aclamação.

Scarlet não conseguiu ouvir a resposta de Sage daquela distância, mas ela sabia que o que ele tinha dito não era o que Octal queria ouvir, porque ele se inclinou para frente e empurrou o bastão de metal contra o peito de Sage. Sage soltou um grito de gelar o sangue.

Scarlet não conseguia mais se conter. Ela saltou da viga onde estava agachada e gritou a plenos pulmões.

"PARE!"

Quando ela começou a mergulhar em direção à multidão, os Imortais abaixo voltaram seus olhares para ela, em um movimento brusco e repentino. Scarlet vacilou e suas asas, de repente, falharam com terror. Ela começou a despencar pelo ar, em direção à colisão com a multidão enfurecida abaixo.

De longe, Scarlet podia ouvir Sage gritando seu nome. Era o grito de um homem desesperado e apaixonado, um homem cujo coração estava sendo arrancado para fora de seu corpo, um homem cuja dor ao ver a raça de seu amor em direção à morte era muito maior do que a dor da tortura que ele tinha acabado de enfrentar.

Scarlet bateu as asas freneticamente, mas era inútil. O terror que ela sentia havia dominado seus poderes. Ela estava caindo cada vez mais rápido em direção às multidões furiosas. Ela sabia que, quando ela os alcançasse, eles a rasgariam em pedaços, já que sua morte era a única maneira de eles sobreviverem. Suas vaias e gritos ficaram mais altos quanto mais perto ela chegava deles.

Quando ela caiu, o tempo pareceu desacelerar e os rostos de seus amigos e familiares passaram pelos seus olhos - sua melhor amiga, Maria, sua mãe, Caitlin, Ruth, o cão. Até mesmo Vivian passou por sua mente, mesmo que Scarlet a odiasse.

E então um belo rosto passou diante de seus olhos, um que a fez engasgar. Era o rosto de Sage. Em sua estranha queda em câmera lenta, Scarlet conseguiu tombar sua cabeça para o lado, de modo que seus olhos se encontraram com os de Sage. Embora ele estivesse coberto de suor e sangue e fazendo caretas de dor, ele não lhe parecia menos bonito do que a memória perfeita que seu cérebro tinha evocado. Quando eles fizeram contato com os olhos, Scarlet sentiu uma onda de amor correr através dela. Embora ela soubesse que estava a poucos segundos de morrer, ela não estava com medo, porque sabia que ela morreria sendo amada.

Ela fechou os olhos e se preparou para o impacto.

Mas antes de Scarlet bater no chão, Octal avançou e fixou seus olhos translúcidos em sua forma em queda. Sem esforço e sem emoção, ele se elevou no ar e estendeu a mão para ela. Ela sentiu mãos apertarem em torno de seu braço. Ele a puxou para ele como se a arrancasse do ar. De repente, a sensação de urgência e de aceleração que ela estava sentindo fora substituída por uma gentil calmaria, enquanto eles começavam a flutuar de maneira controlada para o chão.

Scarlet abriu os olhos, quase incapaz de acreditar que ela não estava morta. Mas, enquanto o medo da morte imediata era drenada para fora do corpo de Scarlet, ela sabia que o perigo não tinha passado. Octal podia tê-la poupado de ter seu cérebro detonado contra os azulejos duros da igreja, mas ela sabia que ele não tinha salvado sua vida por compaixão. Ele era um torturador. Ocorreu a Scarlet que ele a tinha salvado apenas para matá-la de uma forma mais desagradável.

Ela olhou, por cima do ombro de Octal, para Sage.

"Scarlet!" Sage gritou.

Octal deixou Scarlet cair. A multidão avançou, mas Octal ergueu os braços como se quisesse mantê-los afastados. A multidão obedeceu. Scarlet não sabia por que, mas Octal estava dando a ela e a Sage uma última oportunidade de estar juntos, uma última chance de dizer adeus.

Com os olhos de mil Imortais enfurecidos sobre ela, Scarlet correu para Sage. Seus olhos borraram de lágrimas quando ela lançou seus braços ao redor dele e enterrou o rosto em seu pescoço. Sua pele estava queimando, como se lutasse contra uma febre. Ela o abraçou o mais apertado que conseguia, temendo que aquela fosse a última vez que ela o faria.

"Scarlet," Sage murmurou em seu ouvido.

Ela recuou e ergueu a cabeça. Seus olhos estavam inchados e machucados, seu lábio inferior estava aberto e inchado. O coração de Scarlet doía ao vê-lo assim. Ela queria beijá-lo, tirar a sua dor e curá-lo, mas sabia que não tinha tempo. Em vez disso, ela afastou uma mecha de cabelo de seu rosto e deu um beijo delicado em sua testa, a única parte dele que parecia não estar ferida ou atingida.

"Como você me encontrou?" Ele perguntou.

"Lore. Ele me deixou um bilhete contando que estava aqui."

Medo brilhou nos olhos de Sage. "É uma armadilha. Eles vão matá-la."

"Eu sei," Scarlet engasgou. "Mas eu tinha que vê-lo. Minha vida está em ruínas de qualquer maneira."

Ela pensou em seus pais e suas constantes discussões, na promessa de sua mãe em erradicá-la, de sua casa de cabeça invadida por Lore, em Vivian, que a odiava, e em suas amigas, que pareciam ter se virado contra ela.

"Você é a única coisa boa que resta em minha vida," acrescentou ela com sinceridade. "Você não se lembra de que eu lhe disse que, se você morrer, eu morreria por você?"

Ela tentou sorrir tranquilizadoramente, mas o olhar nos olhos de Sage fez um poço de dor se abrir dentro de seu estômago.

Ele balançou a cabeça.

"Eu queria que você vivesse, Scarlet," ele engasgou, estremecendo pela dor causada pelo bastão de Octal. "Você não entende? A única coisa que me confortava durante a tortura era saber que você viveria sua vida quando eu partisse." Ele suspirou. "Mas agora nós dois vamos morrer."

Scarlet segurou a cabeça pesada de Sage em suas mãos. "E sobre o que eu quero?"

"Você é jovem," disse Sage com uma careta de sofrimento. "Você não sabe o que quer. Eu vivi dois mil anos e a única coisa que já fez sentido para mim é você. Não que você morra por mim!"

"Juliet era muito jovem?" Scarlet respondeu com firmeza, lembrando-se da noite mágica que haviam passado juntos assistindo o espetáculo de Shakespeare.

Naquele momento, Scarlet sentiu a multidão agitada atrás dela e sabia que Octal não conseguiria segurá-los por mais tempo.

"De qualquer forma," disse ela, abrindo um sorriso agridoce para Sage, "é tarde demais para mudar de ideia."

"Não é," Sage contestou. "Por favor, Scarlet. Vá para longe. Ainda há tempo."

Scarlet respondeu, pressionando um beijo feroz contra seus lábios.

"Eu não tenho medo de morrer," ela respondeu com firmeza. Em seguida, ela passou o braço em volta da cintura e se virou para a multidão assassina. "Enquanto estivermos juntos."




CAPÍTULO DOIS


Uma guerra de vampiros.

O mar abaixo de Caitlin era tão negro quanto à noite. Ela ouviu o som do motor vibrando quando o pequeno avião militar subiu por entre as nuvens, as palavras que se repetiam na cabeça de Caitlin. Ela mal podia compreender como haviam chegado naquela situação, como sua filha tinha voado para longe à noite, deixando ela e Caleb perseguindo-a desesperadamente. A preocupação que ela sentia por Scarlet a consumia, fazendo borboletas de pânico tomar conta de seu estômago.

Caitlin sentiu uma sensação forte, primal mexendo dentro dela. Scarlet estava em algum lugar nas proximidades. Caitlin tinha certeza. Ela sentou-se e segurou o braço de Caleb.

"Você pode senti-la?" ele perguntou, estudando sua expressão.

Caitlin apenas balançou a cabeça, cerrando os dentes, como se o anseio de precisar estar com sua filha crescesse dentro dela.

"Ela está em perigo, Caleb," disse Caitlin, segurando as lágrimas que ameaçavam sufocá-la.

Caleb olhou para trás, para fora do para-brisa, e repousou sua mandíbula. "Estaremos com ela em breve. Eu juro. Tudo ficará bem."

Caitlin queria desesperadamente acreditar nele, mas uma parte dela estava cética. Scarlet havia voado de bom grado para aquele lugar, aquele castelo cheio de perversos Imortais. Como sua mãe, Caitlin sentiu que não tinha escolha a não ser ir em frente. Como um vampiro, Scarlet corria certamente mais em perigo do que um adolescente comum.

Outra pontada de saudade atingiu Caitlin. Mas desta vez foi pior do que antes. Não foi apenas a dor da separação de sua filha que Caitlin estava sentindo, era algo ainda pior.

Scarlet estava em perigo mortal.

"Caleb," Caitlin disse apressadamente. "Ela está por ai e está em apuros. Temos de pousar. Agora." A urgência em sua voz fez suas palavras saírem em um sussurro urgente.

Caleb assentiu e inclinou sua visão para o lado. Abaixo deles, as ondas negras se agitaram.

"Não há lugar para pousarmos," disse ele. "Eu não quero tentar um pouso na água. É perigoso demais."

Sem perder o ritmo, Caitlin disse: "Então vamos ter de ejetar."

Os olhos de Caleb se arregalaram. "Caitlin, você enlouqueceu?"

Mas, assim que ele perguntou, viu que ela estava pegando o pacote do paraquedas.

"Não estou louca," disse ela. "Sou apenas uma mãe cuja filha precisa dela."

Assim que as palavras deixaram seus lábios, a dolorosa necessidade de ver sua filha a inundou novamente. Ela conseguia enxergar uma figura ao longe e pensou que, talvez, fosse um edifício.

Pingos de chuva começaram a cair, desenhando linhas sobre o vidro e refletindo a luz brilhante da lua e as mãos de Caleb apertando os controles.

"Você quer que eu abandone o avião," disse ele, com calma, mais como uma afirmação do que uma pergunta.

Caitlin fechou o paraquedas em seu corpo. "Sim."

Ela estendeu o outro pacote de paraquedas para Caleb. Ele apenas olhou para ela, a expressão em seu rosto era de incredulidade.

"Não há lugar para pousar o avião," Caitlin acrescentou com firmeza. "Você mesma disse isso."

"E se a gente se afogar?" Caleb quis saber. "Se as ondas forem fortes demais? A água, muito fria? Como podemos ajudar Scarlet se estivermos mortos?"

"Você precisa confiar em mim," disse Caitlin.

Caleb respirou fundo. "O quão certa você está de que Scarlet está por perto?"

Caitlin nivelou seu olhar com o de Caleb quando outra pontada de desejo correu por ela. "Tenho certeza."

Caleb puxou ar entre os dentes e, em seguida, sacudiu a cabeça.

"Não posso acreditar que estou fazendo isso," disse ele.

Em seguida, ele rapidamente tirou as alças de seus ombros e colocou o paraquedas. Assim que se aprontou, ele olhou para Caitlin.

"Isso não vai ser divertido," ele falou. "E pode não acabar bem."

Ela estendeu a mão e apertou a mão dele. "Eu sei."

Caleb assentiu, mas Caitlin podia ver o medo no rosto e a preocupação em seus olhos.

E então ele bateu a palma da mão sobre o botão de ejeção.

De uma vez só, uma rajada de vento girou em torno deles. Caitlin sentiu seu cabelo emaranhar no vento gelado e sentiu-se impelida para cima tão rapidamente que seu estômago parecia afundar, como se tivesse sido deixado para trás.

E então eles estavam caindo.




CAPÍTULO TRÊS


Vivian acordou de repente e se viu deitada numa espreguiçadeira em seu quintal. O sol havia sumido há muito tempo e o luar brilhou fora da superfície da piscina. Das janelas da mansão de sua família, um brilho laranja e quente se espalhava pelo gramado tão bem cuidado.

___Vivian sentou-se e foi atingida por uma onda de dor. Ela parecia irradiar de seus próprios poros, como se cada um de suas terminações nervosas estivesse em chamas. Sua garganta estava seca, sua cabeça latejava, e havia uma sensação pulsante como punhais atrás de seus olhos.

Vivian agarrou os lados da espreguiçadeira para se firmar quando náuseas vieram.

O que está acontecendo comigo?

Memórias começaram a flutuar na superfície de sua mente, dentes caindo sobre ela, uma dor excruciante em seu pescoço, o som da respiração grotesca de alguém em seu ouvido, o cheiro de sangue enchendo suas narinas.

Vivian agarrou as laterais com mais força quando lembranças horríveis lhe passaram por sua cabeça. Seu coração batia rápido e seu estômago despencou enquanto ela se lembrou de que finalmente do momento em que Joe a transformara em um vampiro. Ao entender, a espreguiçadeira se quebrou.

Vivian deu um salto, alarmada com sua força. Com isso, a dor que ela estava sentindo imediatamente dissipou. Sentia-se diferente, quase como se estivesse habitando um novo corpo. Um poder que não existia antes correu por suas veias. Por ser líder de torcida, ela sempre fora forte e atlética - porém, o que ela sentia agora era mais do que apenas aptidão física. Era mais do que força. Ela se sentia invencível.

Não era apenas o poder. Havia algo mais se acumulando dentro dela. Raiva. Fúria. O desejo de causar dor. O desejo de vingança.

Ela queria fazer Joe sofrer pelo que ele tinha feito com ela. Ela queria fazê-lo sofrer o tanto que ela estava sofrendo.

Ela tinha apenas começado a caminhar em direção à mansão, determinada a juntar as peças e encontrá-lo, quando as portas do pátio se abriram. Ela parou assim que sua mãe, usando seus chinelos rosa de pompom, roupão de seda e óculos de sol Prada, a encarou. Era típico de que sua mãe usar óculos de sol mesmo quando estava escuro. Seu cabelo estava em rolos, um sinal de que ela estava se preparando para sair, provavelmente para uma de suas funções estúpidas na sociedade.

Ao olhar para sua mãe, a recente raiva de Vivian começou a borbulhar até o limite. Ela apertou as mãos em punhos.

"O que você está fazendo aqui fora?" sua mãe gritou, usando uma voz crítica e estridente que deixou os nervos de Vivian à flor da pele. "Você deveria estar se preparando para a festa dos Sandersons!" Ela fez uma pausa quando Vivian deu um passo para a luz. "Meu Deus do céu, parece que você está morta! Venha para dentro rapidamente para que eu possa ajeitar o seu cabelo.”

O longo cabelo loiro de Vivian já fora seu orgulho e alegria, fonte de inveja entre seus colegas de escola e um poderoso ímã para meninos bonitos - mas, agora, Vivian não conseguia se importar menos com sua aparência. Tudo em que ela podia pensar eram as novas sensações ricocheteando através de seu corpo, a fome que corroía a boca do seu estômago e o desejo de matar que pulsava em suas veias.

"Venha!" sua mãe chamou rispidamente, fazendo com que os rolos em sua cabeça balançassem. "O que você está esperando aí?"

Vivian sentiu um sorriso se formar no canto da boca. Ela deu mais um passo lento em direção à mãe. Quando ela falou, sua voz era fria e sem emoção.

"Eu não vou para a festa dos Sandersons."

Sua mãe a encarar, seu olhar estava cheio de ódio.

"Não vai?" Ela berrou. "Isso não é uma opção, mocinha. Este é um dos eventos mais importantes no calendário deste ano. Se você não for, todos os tipos de rumores vão começar a espalhar. Agora se apresse, temos apenas uma hora antes que o carro chegue. E olhe para as suas unhas! Parece que você esteve rastejando na sujeira!"

Ela lhe lançou um olhar de incredulidade misturado com descrença e vergonha.

A raiva de Vivian só aprofundou. Ela pensou na forma em que sua mãe a tratara durante toda a sua vida, sempre colocando suas premiadas funções da sociedade em primeiro lugar, só se preocupava se Vivian se encaixava na imagem perfeita que ela queria projetar para todo mundo. Ela odiava essa mulher, mais do que conseguia expressar.

"Eu não vou para a festa os Sandersons," Vivian rosnou, se aproximando.

Ela então percebeu que havia uma palavra para o que ela estava fazendo: cercando. Era o que grupos de animais faziam na natureza quando se aproximam de suas presas. Uma ansiedade de antecipação a percorreu enquanto observava a mudança de expressão de sua mãe passar de frustração para medo.

"Eu não vou para a festa dos Sandersons," Vivian repetiu "ou dos Johnsons, dos Gilbertons, dos Smythes. Eu não vou mais para nenhuma festa."

O olhar nos olhos de sua mãe era algo que Vivian não queria nunca esquecer.

"O que deu em você?" ela questionou, desta vez, com um tremor nervoso em sua voz.

Vivian se aproximou. Ela lambeu os lábios e estalou pescoço.

Sua mãe recuou, horrorizada.

"Vivian...," ela começou.

Mas ela não teve a chance de terminar.

Vivian atacou, mostrando os dentes e estendendo as mãos. Ela pegou sua mãe, forçou a cabeça dela para trás e afundou os dentes em seu pescoço. Seus óculos de sol Prada voaram para o chão e ela os esmagou sob seus pés.

O coração de Vivian acelerou quando o gosto metálico de sangue invadiu sua boca. E, quando sua mãe caiu molemente em seus braços, Vivian sentiu uma enorme sensação de triunfo.

Ela a soltou e o corpo sem vida de sua mãe caiu no chão, não era nada mais que um monte de membros torcidos e roupas de grife. Seus olhos mortos olhavam diretamente para Vivian, sem enxergar. Vivian olhou para baixo e lambeu o sangue de seus lábios.

"Adeus, mãe," disse ela.

Ela se virou e correu pelo jardim sombrio, correndo cada vez mais rápido, a próxima coisa que ela sabia era que ela estava voando, para o ar da noite, sobre sua propriedade imaculada, adentrando a fria noite. Ela iria encontrar o homem que fizera isso com ela e iria despedaçá-lo membro a membro.




CAPÍTULO QUATRO


A lua cheia brilhava acima de Kyle, fazendo com que as árvores que ladeavam a rua suburbana de Vivian parecessem com silhuetas de esqueletos. Ele lambeu o sangue seco de seus lábios, saboreando seu delicioso assassinato, recordando a expressão de medo e terror de Vivian. Isto o sustentou. Ela iria, ele resolveu, ser a primeira de muitos, a primeira vítima no exército de vampiros que ele estava prestes a construir.

O colégio. Lá seria o próximo lugar. Ele tinha um desejo ardente de encontrar a menina que o tinha transformado - Scarlet. Talvez ela estivesse lá - ou alguém que soubesse onde ela estava.

Se não, tudo bem de qualquer forma - haveria uma fonte infinita de crianças e jovens se transformando. Desde o seu banquete com Vivian, ele tinha começado a apreciar o sabor dos adolescentes e ela gostava da ideia de ter um pequeno exército obediente seguindo-o por aí. Mais do que isso, ele gostava da ideia de causar estragos naquela cidade - e no mundo.

Kyle começou a correr pela calçada, então ele parou de repente e riu para si mesmo. Lembrou-se de que era um vampiro agora, com força e habilidade acima do sonho de qualquer ser humano - e, mais importante, tinha a capacidade de voar. Era a única coisa que ele ainda não tinha tentado totalmente. E agora ele queria sentir tudo, sentir tudo plenamente. Ele queria subir para o céu e olhar para aquelas formigas insignificantes que viviam suas monótonas vidas abaixo dele. Ele queria mergulhar no ar e caçá-los como uma águia escolhendo sua presa.

Ele sorriu para si mesmo ao dar dois grandes passos e se levantar para o ar.

Foi emocionante. O vento passava correndo por ele, despenteando seu cabelo enquanto ele voava mais e mais alto no céu. Abaixo dele, ele podia ver as pequenas luzes cintilantes da cidade. Ele pensou em todas as pessoas em suas casas, ignorantes ao inferno que ele estava prestes a desencadear. Ele riu para si mesmo, imaginando o caos que criaria em breve. Nada lhe daria mais alegria do que arruinar todas aquelas vidas.

Logo Kyle viu o colégio ao longe, muito abaixo. A polícia tinha montado um bloqueio em torno de uma grande área do bairro, incluindo cada estrada que levava para a escola. Cada rota tinha filas de carros de polícia.

Idiotas, Kyle pensou ao voar bem acima deles, despercebido.

Eles estavam sendo ignorantes. Claramente, a ideia de um assassino vampiro à solta era demais para os seus pequenos cérebros processarem, então eles o rebaixaram a apenas um assassino comum. Eles não faziam ideia.

À medida que Kyle se aproximava da entrada da escola, ele podia ver pedaços fita policial agitando-se ao vento, de onde aqueles dois homens tinham tentado desarmá-lo. Ele podia ver seu próprio sangue no concreto. Ele cerrou os punhos e pensou que ninguém poderia detê-lo. Ele era imortal agora. Carro, balas, nada poderia impedi-lo.

Ele decidiu então entrar pela porta de trás. Ele voou sobre o campo de atletismo, onde havia uma aula de futebol sob o brilho dos holofotes, e pousou sob as sombras. Usando sua visão super aguçada, ele concentrou-se em dois carros de polícia estacionados perto de uma curva, pensavam que estavam fora de vista. Talvez, Kyle pensou com um sorriso, eles estivessem fora da vista de um ser humano. Mas não de um vampiro.

O lugar estava em desordem. Vidro quebrado e lixo estavam espalhados por todo o pavimento. Ele se perguntou como diabos eles conseguiram convencer os alunos a permanecerem na escola. Era aquela ignorância intencional mais uma vez, ele concluiu.

Ele andou em direção às portas do ginásio fechadas, considerando que aquele era o jeito mais fácil de entrar na escola. Ali, ele notou, também havia segurança extra. Kyle podia ver que havia um cara corpulento grande perto das portas, maior até do que ele era. Ele era o tipo de segurança que seria mais bem colocado em uma boate feia do centro do que em uma escola secundária. Kyle apenas sorriu para si mesmo, saboreando o desafio de enfrentar o homem.

Ele foi confiante até o guarda de segurança, observando a maneira como a mão do homem deslizou até a cintura. Kyle imaginou que ele podia estar pegando tanto uma arma quanto um walkie-talkie para backup. Sequer perturbou Kyle. As armas não poderiam matá-lo e até mesmo uma centena de policiais não faria mais do que atrasá-lo.

"Você tem coragem de voltar para cá," o segurança disse enquanto Kyle caminhava até ele. "Você é um homem procurado. Cada policial e cada segurança da cidade sabe o seu rosto. Toda a cidade está à sua procura."

Kyle sorriu e abriu os braços.

"E, no entanto, aqui estou," respondeu ele.

O segurança tentou não deixar transparecer preocupação em seu rosto, mas Kyle podia enxergá-la.

"O que você quer?" ele perguntou, sua voz trêmula.

Kyle acenou com a cabeça em direção às portas do ginásio. Ele podia ouvir a batida de música que vinha de dentro e poderia imaginar todas as líderes de torcida dentro no meio de seu treino. Ele queria transformar cada uma delas.

Kyle foi até o guarda de segurança e agarrou-o pelo pescoço, levantando-o do chão. Mesmo que ele fosse maior e mais alto do que Kyle, a força de Kyle era superior. O homem mal parecia pesar mais do que uma criança.

"Eu quero fazer um exército," Kyle sussurrou no ouvido do homem.

O homem soltou um gemido estrangulado e chutou o ar. Kyle abaixou a cabeça e mordeu o pescoço do guarda. O homem tentou chorar, mas o aperto de Kyle ao redor de seu pescoço era forte. Ele não pode fazer nenhum enquanto seu sangue era drenado.

Kyle deixou o homem cair aos seus pés, sabendo que ele tinha criado seu segundo vampiro. Quando acordasse, renascido, ele estaria em seu exército.

Soldado número dois.

Kyle abriu as portas do ginásio e a música pop alta estourou para fora junto com o cheiro de suor e os aplausos das meninas treinando.

"Ei!" uma menina gritou da arquibancada. "Você não pode ficar aqui."

Ela estava vestindo a mesma roupa de líder de torcida, assim como o resto das meninas. Ela estourou em direção a Kyle e parou na frente dele, encarando-o com uma careta.

"Saia daqui!" Ela exigiu.

Kyle ignorou suas ordens.

"Você conhece Scarlet Paine?" Ele questionou.

Ela fez uma careta. "Aquela esquisita? Eu sei sobre ela."

Atrás da menina, as outras líderes de torcida se viraram para ver o que estava acontecendo.

"Onde ela está?" Kyle perguntou.

A menina deu de ombros.

"Como eu saberia?" Ela perguntou.

Kyle se lançou para frente e agarrou-a, puxando-a acima de sua cabeça. As outras meninas começaram a gritar.

"Se alguma de vocês sabe onde Scarlet Paine está," Kyle berrou para elas, "é melhor que vocês comecem a falar agora."

As líderes de torcida se encolheram. A menina que Kyle estava segurando acima de sua cabeça se retorceu. Apenas uma das meninas que prestavam atenção teve coragem suficiente para dizer alguma coisa.

"Eu não sei onde ela está," ela respondeu, tremendo. "Mas suas amigas, Becca e Jasmine, estão no coral da escola. Elas estão praticando no corredor."

Kyle estreitou os olhos para a menina. "Você está dizendo a verdade?"

Ela apertou os lábios e balançou a cabeça.

Finalmente, Kyle colocou a garota relutante em seus braços no chão. Ela correu para o resto das meninas e elas se amontoaram ao seu redor, mantendo-a segura por trás delas, algumas estavam chorando.

Kyle foi até a parede e tirou uma escada de madeira. Ele arrancou um dos longos degraus de madeira e o usou para impedir que as portas do ginásio deslizassem.

"Ninguém se move," ele instruiu as meninas aterrorizados.

Ele ainda queria transformá-las, mas precisava seguir a pista primeiro.

Ele podia ouvir o choro abafado atrás dele ao sair do ginásio e chegar aos corredores da escola. Apesar das altercações e tiros anteriores, o lugar ainda estava lotado com crianças. Kyle riu para si mesmo quando ele percebeu que deviam ter pensado que cercar a escola com carros da polícia seria suficiente para mantê-lo longe. Eles estavam tentando manter tudo normal para não assustar nenhum aluno nem os pais da comunidade.

"Como essas pessoas podem ser tão burras?" Kyle pensou consigo mesmo enquanto sorria.

Kyle se aproximou de um grupo de alunos alternativos que estavam perto dos armários. Pareciam o tipo de adolescentes com quem ele andava junto na escola, o tipo que iria acabar sem diplomas e destinado a trabalhar em bares para o resto de suas vidas.

"Cara," um dos rapazes disse, cutucando o amigo ao lado dele. "Olha só esse vagabundo".

Kyle caminhou até o grupo e deu um murro no armário ao lado deles, criando um buraco. O grupo saltou com o susto.

"Qual é o seu problema, cara?" o menino disse.

"O ensaio do coral," Kyle grunhiu. "Onde é?"

Uma das meninas no grupo, uma gótica com cabelo preto longo, deu um passo adiante. "Como se fossemos lhe contar."

Antes que qualquer um do grupo pudesse piscar, Kyle tinha agarrado a menina e puxado a para ele. Ele afundou os dentes em seu pescoço e chupou. Em questão de segundos, ela ficou mole em seus braços. O resto do grupo gritou.

Kyle soltou a menina no chão e limpou o sangue de seus lábios com as costas da mão.

"O ensaio do coral," repetiu ele. "Onde é?"

O menino que tinha falado primeiro apontou um dedo trêmulo para o corredor. Ao lado dele, duas de suas amigas estavam chorando e se abraçando, seus olhares assustados paralisados no corpo da garota morta.

Kyle estava quase saindo de lá, mas logo após dar dois passos, ele se virou e pegou as duas meninas chorando. Ele mordeu uma primeiro, depois a outra, drenando o sangue de seus pescoços enquanto seus gritos de dor finalmente se transformaram em silêncio. Ele as deixou caírem aos seus pés, passou por cima delas e se dirigiu ao fundo do corredor, deixando o resto do grupo estupefato.

Kyle seguiu os sons de canto até que chegar à sala onde o coral estava treinando. Ele escancarou as portas.

O grupo soube, no instante em que ele entrou, de que todos estavam em perigo. O canto cessou imediatamente.

"Jasmine. Becca," ele exigiu.

As duas meninas tremendo vieram para frente. Ele pegou as duas pelos pescoços, transportando-as do chão.

"Scarlet Paine. Digam-me onde ela está."

As meninas chutavam o ar e se contorciam em seu aperto. Nem conseguiam falar, pois Kyle estava apertando seus pescoços com muita força.

"Eu sei," alguém falou.

Todo mundo se virou, surpreso. Kyle deixou Becca e Jasmine caírem no chão e olhou para a menina.

"Quem são vocês?" Kyle continuou.

"Jojo," respondeu a menina. Ela enrolou um pouco de cabelo em seus dedos e sorriu. Ela estava usando um top Ralph Lauren. Claramente uma das amigas de Vivian.

"E então?" Kyle continuou.

"Eu..." a menina começou, mas parou. "Nós estávamos em uma festa juntas na outra noite."

"E?" Kyle exigiu.

"Eu a vi. Com esse cara. Um cara muito gato na verdade."

Becca e Jasmine trocaram um olhar. Jojo tossiu e continuou falando.

"Eles estavam falando sobre o fato de eles não poderem ficar juntos para sempre, porque ele estava, tipo, morrendo ou algo assim."

A paciência de Kyle se esgotou. Ele voou pelo chão até a menina e a levantou no ar.

"Vá logo para o fim!" Ele gritou.

A menina agarrou sua mão em volta do pescoço. "Igreja."

Kyle estudou-a por um momento, em seguida, a colocou no chão. "Igreja?"

A menina balançou a cabeça, os olhos arregalados de terror. Ela esfregou seu pescoço.

"Igreja. Ou castelo. Ou catedral. Algo parecido. Eles... voaram juntos."

Se a menina tivesse dito tal coisa antes, seus colegas a teriam ridicularizado. Mas, momentos após testemunharem Kyle voar através da sala até ela, a ideia de Scarlet Paine e algum belo rapaz voarem juntos para a luz da lua, de repente, parecia menos rebuscada.

De sua pilha no chão, Becca piscou os olhos irritadamente para a menina.

"Por que você lhe contou isso, Jojo?" Ela berrou. "Ele claramente quer machucá-la!"

"Lealdade à Vivian," Jasmine respondeu sarcasticamente.

As orelhas de Kyle apuraram. Ele pensou no doce sangue de Vivian. Ele se virou para Jojo.

"Você é uma das amigas de Vivian?" Ele perguntou.

A menina assentiu.

Kyle agarrou a mão dela.

"Você vem comigo."

O coro assistiu com horror Jojo ser arrastada da sala até o corredor. Kyle a arrastou ao longo dos corredores com ele. O lugar todo era uma cena de caos. As crianças que tinham se transformado haviam começado a banquetear-se com os outros. Aqueles que ainda tinham se transformado estavam correndo e gritando, tentando fugir. Kyle acenou para a garota gótica e seu amigo ao passar por eles, observando-os sugar o sangue de seus colegas de escola. Ao lado dele, ele sentiu Jojo estremecer.

Ele chegou ao ginásio e escancarou as portas e viu que as meninas líderes de torcida tinham tentado formar uma pirâmide humana para sair através de uma das janelas do alto. A pirâmide caiu assim que elas perceberam que aquele homem havia retornado e frustrado o plano.

"Inteligente," Kyle disse com uma risada. "Vocês todas farão adições excelentes para minha família."

"Jojo!" alguém gritou quando a amiga de Vivian foi jogada no ginásio.

Kyle olhou em volta e lambeu os lábios.

"Que a diversão comece," disse ele para si mesmo.




CAPÍTULO CINCO


A oficial de polícia Sadie Marlow olhou para a sala através da pequena janela de vidro. Naquela sala quase vazia, ela viu que havia uma cama contra uma parede. Sentada sobre ela, estava a garota com quem ela deveria conversar.

O psicólogo que estava ao seu lado puxou um cartão de acesso do bolso. Mas pouco antes de ele encostá-lo na fechadura da porta para permitir a entrada dos agentes, ele fez uma pausa e virou-se para encará-los.

"Vocês sabem que não conseguimos obter nenhuma palavra inteligível dela ainda," disse o psicólogo. "Tudo o que ela diz é 'Scarlet. Scarlet. Eu tenho que encontrar Scarlet'."

Foi a vez de o policial Brent Waywood falar.

"É por isso que estamos aqui, senhor," disse ele, apontando para seu notebook aberto. "Scarlet Paine. Esse nome continua aparecendo em nossa investigação."

O psicólogo franziu os lábios.

"Eu entendo porque você está aqui," ele respondeu. "Eu simplesmente não acho amável a polícia interrogar meus pacientes."

Brent fechou seu notebook bruscamente, fazendo um barulho. Ele olhou para o psicólogo.

"Temos policiais mortos," disse ele em um tom cortante. "Bons homens e mulheres que não voltarão para casa, para suas famílias hoje à noite por causa de algum psicopata que vai matar todos em seu caminho. O que é que ele quer? Scarlet Paine. Isso é tudo que nós sabemos. Então você pode ver por que questionar a sua paciente é uma prioridade para nós."

A oficial Marlow mexeu desconfortavelmente seus pés, frustrada pela forma com que seu parceiro parecia encontrar conflitos em toda situação. Ela não podia deixar de pensar que seu trabalho seria muito mais simples se ela pudesse fazer estas entrevistas sozinha. Ao contrário de Brent, ela tinha um comportamento calmo - e um jeito de lidar com testemunhas, particularmente os mentalmente vulneráveis, como a garota que eles estavam ali para ver. É por isso que o chefe de polícia a tinha enviado à unidade mental em primeiro lugar. Ela só queria que tivessem escolhido um oficial melhor para acompanhá-la. Ela percebeu então, com um sentimento de desamparo, que o chefe de polícia não tinha exatamente muitos policiais para escolher. Tirando os que cercavam o colégio, os outros da delegacia estavam mortos ou feridos.

Ela deu um passo para a frente.

"Nós entendemos que a testemunha esteja em um estado vulnerável," ela disse, diplomaticamente. "Nós vamos manter um tom civilizado. Sem perguntas exigentes. Sem levantar a voz. Confie em mim, senhor, eu tenho anos de experiência em conversar com as crianças como ela."

Todos olharam pela janela para a menina. Ela estava balançando para frente e para trás, os joelhos encolhidos junto ao peito.

O psicólogo finalmente pareceu satisfeito em permitir a entrada dos oficiais. Ele encostou o cartão contra a fechadura da porta. Uma luz verde acendeu, acompanhada por um bipe.

Ele guiou os dois oficiais para entrar no quarto, em direção à menina curvada. Foi então que a oficial Marlow notou as algemas em seus tornozelos e mãos. Restrições. O hospital não usava restrições a menos que o paciente fosse perigoso para si mesmo ou para outros. O que quer que aquela garota tivesse passado, tinha sido horrível. De que outro jeito uma garota do ensino médio de dezesseis anos de idade, sem uma mancha sequer em seu registro, de repente, poderia ser considerada perigosa?

O psicólogo falou primeiro.

"Há alguns oficiais aqui para vê-lo," disse ele, com calma para a menina. "É sobre a Scarlet."

A cabeça da menina se ergueu. Seus olhos estavam selvagens e percorreram as faces das três pessoas diante dela. A oficial Marlow podia ver a angústia e o desespero em sua expressão.

"Scarlet," a menina gritou, puxando suas algemas. "Eu preciso encontrar Scarlet".

O psicólogo olhou para os dois oficiais, ao sair do quarto.



*



Maria olhou para os oficiais. Em algum lugar no fundo de sua mente, a parte sã dela ainda estava trabalhando, ainda lúcida e acordada. Mas a parte que Lore tinha mexido estava no controle, e parecia uma nuvem de tempestade escura embaçando sua mente. Ela tinha que sair daquele lugar e encontrar Scarlet. Scarlet estaria com Sage, e Sage, ela estava certa, seria capaz de ajudá-la. Ele seria capaz de desfazer o que seu primo tinha feito com ela.

Mas não importava o quanto ela tentasse, ela não conseguia explicar a ninguém que ela não estava louca, que ela não deveria estar ali, acorrentada como um condenado. Mesmo quando suas amigas vieram vê-la, mesmo quando sua mãe segurou sua mão e chorou, Maria não conseguia pronunciar as palavras. Seja o que for que Lore havia colocado dentro de seu cérebro, era algo impenetrável. E estava ficando mais forte. A cada momento que passava, ela sentia sua força escapar. Sua capacidade de combater o controle da mente de Lore diminuía e a parte sã dela estava se tornando cada vez mais fraca. Maria estava certa de que, se ela não conseguisse se salvar, acabaria por desaparecer completamente, restando uma carcaça vazia.

O oficial homem ficou olhando para Maria. A oficial empoleirou-se ao seu lado, na cama.

"Maria, precisamos fazer algumas perguntas," disse ela, em voz baixa.

Maria tentou assentir, mas nada aconteceu. Sentia o corpo pesado. Estava exausta. Lutar contra o que quer que Lore tivesse feito ao seu cérebro era um trabalho cansativo.

"Sua amiga, Scarlet," a mulher continuou da mesma maneira suave. "Você sabe onde ela está?"

"Scarlet," disse Maria.

Ela queria dizer mais, mas as palavras não saíam. Ela observou em frustração quando o oficial revirou os olhos.

"Isso é inútil," disse ele a sua parceira.

"Oficial Waywood, você precisa ser paciente," a mulher virou-se para ele.

"Paciente?" O oficial Waywood estourou. "Meus amigos estão mortos! Nossos colegas estão em perigo! Não temos tempo para sermos pacientes!"

Presa dentro de sua própria mente, Maria sentia sua própria frustração aumentar. Ela entendia a preocupação do oficial Waywood. Ela queria ajudar, ela realmente queria. Mas, graças a Lore, ela mal conseguia pronunciar uma palavra. Tirar palavras de sua boca parecia como se ela estivesse correndo em uma esteira - muito esforço sem sair do lugar.

A policial ignorou a explosão do oficial Waywood e voltou-se para Maria.

"O homem que está procurando sua amiga chama-se Kyle. Alguma vez você já o viu antes? Ouviu Scarlet falar dele?"

Maria tentou sacudir a cabeça, mas não conseguiu. A policial mordeu o lábio e brincou com o caderno nas mãos. Maria podia dizer, por seus gestos, que ela estava pesando algo em sua mente, tentando decidir se deveria falar mais.

Por fim, a oficial estendeu a mão e apertou a mão de Maria. Ela olhou profundamente em seus olhos.

"Kyle... ele é um vampiro, não é?"

De sua posição de pé, o oficial Waywood jogou os braços no ar e zombou. "Sadie, você enlouqueceu! Essa coisa de vampiro é apenas uma idiotice!"

A policial se levantou rapidamente, aproximando o rosto do homem.

"Não se atreva a dizer tal coisa," disse ela. "Eu sou uma policial. É meu dever questionar esta testemunha. Como posso questioná-la adequadamente sem lhe dizer o que sabemos?" Antes que oficial Waywood teve a chance de responder, Sadie acrescentou: "E é oficial Marlow, por favor."

O oficial Waywood lhe deu um olhar descontente.

"Oficial Marlow," ele disse, enunciando através de seus dentes, "em minha opinião profissional, introduzir a ideia de vampiros para uma testemunha mentalmente instável é uma má ideia."

De seu lugar na cama, Maria começou a balançar. Ela podia sentir a parte sã dela, enterrada tão profundamente por baixo de tudo o que Lore tinha feito a ela, começando a vir à tona. De alguma forma, o fato de a oficial Marlow acreditar em vampiros estava ajudando as peças presas de sua mente a se libertarem. Ela tentou falar e, finalmente, um barulho veio da sua garganta.

"Guerra."

Os dois oficiais pararam de discutir e olharam para Maria.

"O que ela disse?" disse o oficial Waywood com uma carranca em seu rosto.

A oficial Marlow correu para a cama e sentou-se ao lado dela.

"Maria?" Ela perguntou. "Diga isso de novo."

"Gue…" Maria tentou. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Sua lucidez estava voltando para ela. Sua mente estava se tornando sua novamente. Finalmente, ela conseguiu pronunciar a palavra. "Guerra."

A policial Marlow olhou para seu colega. "Eu acho que ela está dizendo 'guerra'".

Ele balançou a cabeça, com uma expressão preocupada no rosto.

Maria respirou fundo outra vez, desejando que a parte lúcida assumisse o controle para dizer-lhes o que ela tão desesperadamente precisava.

"Vampiro," disse ela por entre os dentes cerrados. "Vampiro. Guerra."

O rosto da oficial Marlow empalideceu.

"Continue," ela pediu à Maria.

Maria lambeu os lábios. Precisou forçar cada grama de seu corpo para permanecer presente.

"Kyle," disse ela com uma careta. "Líder."

A oficial Marlow apertou a mão de Maria. "Kyle vai liderar uma guerra de vampiros?"

Maria apertou de volta e assentiu.

"Scarlet," acrescentou. "Única. Esperança."

Marlow exalou e endireitou-se. "Você sabe onde Scarlet é?"

Maria rangeu os dentes e falou com o maior cuidado que conseguiu. "Com o Sage... no castelo."

De repente, uma dor profunda começou dentro do cérebro de Maria. Ela gritou e agarrou sua cabeça, puxando os cabelos em seus punhos apertados. Imediatamente, ela soube que sua parte sã estava sendo dominada de novo pelo que Lore havia feito para ela. Ela estava se esvaindo.

"Ajude-me!" Ela gritou.

Ela começou a puxar suas amarras e a se debater descontroladamente.

Em pânico, a oficial Marlow se levantou. Ela olhou por cima do ombro para o seu parceiro.

"Avise o departamento," ela ordenou.

Ela tentou acalmar Maria, mas a menina estava descontrolada. Ela estava gritando mais e mais. A porta se abriu e psicólogo entrou apressado.

"O que aconteceu?" Ele gritou.

"Nada," a oficial Marlow disse, recuando. "Ela simplesmente se descontrolou."

Ela se afastou enquanto o psicólogo tentava acalmar Maria e ficou ao lado de seu parceiro.

"Você ligou?" ela perguntou, ofegante de angústia.

"Não," ele respondeu laconicamente.

A policial Marlow franziu a testa e pegou o walkie-talkie. Mas Waywood inclinou-se e o agarrou de suas mãos.

"Não," ele retrucou. "O chefe não quer ouvir essa porcaria. Ele tem que tomar conta de toda sua equipe e você quer incomodá-lo porque uma garota louca pensa que há uma guerra de vampiros!"

Sobre o som dos gritos de Maria, Sadie Marlow falou com uma voz apressada, insistente.

"O Chefe enviou-nos aqui por uma razão. Por que ele iria querer questionar uma 'garota louca' se ele não achasse que ela poderia ajudar? Kyle quer Scarlet Paine. Essa menina," ela apontou para Maria, "é o mais próximo que vamos chegar de encontrá-la e talvez acabar com essa coisa. Se ela sabe alguma coisa, então eu tenho certeza que o Chefe vai querer saber."

Waywood sacudiu a cabeça.

"Tudo bem," disse ele, empurrando o walkie-talkie de volta para ela. "É a sua carreira em risco, não a minha. Deixe o chefe pensar que você é uma lunática."

Marlow arrebatou o dispositivo de seu parceiro e clicou no botão.

"Chefe? É Marlow. Eu estou no instituto com a testemunha."

O walkie-talkie estalou.

A oficial Marlow fez uma pausa, pesando suas palavras. "Ela disse que vai haver uma guerra de vampiros. Liderados por Kyle. E a única pessoa que pode pará-los é Scarlet Paine."

Ela olhou para as sobrancelhas levantadas do seu parceiro, sentindo-se uma tola. Em seguida, o walkie-talkie tocou novamente e a voz do chefe de polícia soou.

"Estou chegando."




CAPÍTULO SEIS


Scarlet tossiu e limpou a poeira de seus olhos. Sua mente rodou enquanto tentava entender o que estava acontecendo ao seu redor. Em um momento os Imortais estavam avançando sobre ela e Sage, no momento seguinte, uma tremenda explosão abalou o castelo. Em seguida, o teto tinha cedido, trazendo consigo tijolos, madeiras, e pesadas telhas de ardósia.

Scarlet olhou a sua volta e descobriu que ela estava em um casulo de escombros. Estava tão escuro que ela mal podia enxergar. Uma poeira grossa obstruía seus pulmões, tornando sua respiração difícil.

"Sage?" Scarlet gritou para a escuridão.

Algo agitou-se ao lado dela.

"Scarlet?" veio a voz de Sage. "É você?"

O coração de Scarlet saltou quando ela percebeu que seu amado ainda estava vivo. Ela arrastou-se sobre pedras e detritos em direção a forma arqueada de Sage. Assim que ela chegou a ele, apertou seus lábios contra os dele.

"Estou com você," ela sussurrou.

"Scarlet, é tarde demais," ele respondeu.

Mas Scarlet não estava escutando. Ela passou os braços em torno de seu torso nu e o colocou sentado. Ele tombou, fraco, mal conseguindo suporta seu próprio corpo

"O que aconteceu?" ele perguntou, inspecionando os danos, sua voz pouco mais que um coaxar.

"Eu não tenho ideia," Scarlet respondeu.

Ela olhou ao redor novamente e, desta vez, começou a notar o emaranhado de Imortais esparramados pelo chão ou presos sob vigas do teto e aglomerados de tijolos e pedras. Chamas subiram de várias áreas diferentes, como estranhos arbustos laranjas.

Octal jazia imóvel no chão. Seu cajado estava ao lado dele, quebrado ao meio, e a cruz na ponta que tinha sido usado para perfurar Sage estava em chamas. Scarlet não sabia dizer se Octal estava morto ou não, mas ele certamente parecia incapaz de causar qualquer dano no momento.

Então Scarlet reconheceu a fuselagem de metal retorcido de um avião militar entre os escombros. Ela engasgou.

"Foi um avião," disse ela. "Um avião militar caiu no castelo."

Sage sacudiu a cabeça, confusão cruzou sua testa.

"Não há nenhuma razão para um avião estar aqui," ele respondeu. "Este castelo fica no meio do nada."

"A não ser que estivessem procurando por ele," Scarlet terminou a frase em seu lugar, assim que ela percebeu. "A não ser que estivessem procurando por mim.”

Então, um monte de tijolos foram deslocados e Sage fez uma careta quando um bateu em sua perna.

"Temos que sair daqui," Scarlet respondeu.

Não era apenas o perigo do edifício danificado que a preocupava, mas também os Imortais. Eles tinham que escapar antes que alguém retomasse seus sentidos.

Ela se virou para Sage.

"Você consegue correr?"

Ele olhou para ela com olhos cansados. "Scarlet. É tarde demais. Estou morrendo."

Ela rangeu os dentes. "Não é tarde demais."

Ele agarrou-lhe as mãos e olhou profundamente em seus olhos. "Ouça. Eu amo você. Mas você tem que me deixar morrer. Acabou."

Scarlet virou o rosto para longe dele e limpou a única lágrima que caiu de seu olho. Quando ela se virou para trás, ela estendeu a mão e puxou o braço de Sage através de seu ombro, deixando-o em uma posição ereta. Ele gritou de dor e caiu sobre ela. Quando ela começou a carregá-lo através do entulho e através das nuvens de fumaça acre, ela disse:

"Não acabou até eu disser que acabou."



*



O castelo estava em desordem. Embora o avião que colidiu fosse pequeno, os danos no antigo edifício tinham sido colossais.

Scarlet atravessava os corredores enquanto as paredes desmoronavam ao seu redor. Ela segurou Sage firmemente ao seu lado e ele se apoiou nela, gemendo de dor. Ele estava tão fraco e frágil que fazia o coração de Scarlet apertar. Tudo o que queria era levá-lo para algum lugar seguro.

Foi então que ela ouviu gritos vindo de trás.

"Eles estão fugindo!"

Scarlet percebeu, com uma sensação de desamparo, que eles estavam despertando e que, apesar de o castelo estar destruído e muitos de sua raça estarem feridos e moribundos ao seu redor, seu desejo de vingança iria levá-los adiante.

"Sage," disse Scarlet, "eles estão vindo atrás nós. Precisamos ir mais rápido."

Sage engoliu em seco e fez uma careta.

"Eu estou indo o mais rápido que consigo."

Scarlet tentou apressar o passo, mas a fraqueza de Sage estava deixando-os muito lentos. Ele teve que parar de correr. Ela tinha que encontrar um lugar seguro para se esconderem, para que pudessem ao menos se despedir.

Ela olhou por cima do ombro e viu vários Imortais avançando. Ali, na parte de trás, meio escondido pelas sombras, ela viu Octal. Então ele não estava morto.

À medida que o grupo se aproximava deles, Scarlet viu que metade do rosto de Octal estava gravemente queimada. Ele devia estar sentindo bastante dor, mas, mesmo assim, ainda queria fazer mal a ela e Sage. Scarlet ficou muito triste ao pensar que o amor entre ela e Sage indignava tanto os Imortais.

De repente, um poderoso acidente fez Scarlet saltar, enquanto um súbito jato de água gelada a encharcou. Ela olhou por cima do ombro esquerdo e percebeu que um lado inteiro do castelo desmoronou no mar, causando uma onda poderosa para cima deles.

Ela ouviu gritos e olhou para trás, viu os Imortais caindo no mar. Eles caíram tão rapidamente que nem sequer tiveram tempo para voar para algum lugar seguro e, assim que as ondas os pegaram, o mar bravo os tragou.

Quando as telhas começaram a ceder sob seus pés, Scarlet bateu as costas contra a parede do corredor e pressionou Sage com seu braço. A água negra se agitou vários pés abaixo deles. Scarlet, de repente, sentiu como se estivesse se equilibrando precariamente na borda de uma montanha.

A única pessoa que restava em pé, do outro lado de um grande abismo, era Octal. Scarlet sabia que ele não levaria mais do que alguns segundos para voar aquela distância entre eles. Mas, em vez disso, ele decidiu esperar.

Ele acha que é impossível. Ele acha que nós vamos morrer.

"Rápido," ela disse a Sage. "Antes de cairmos no mar."

O oceano frio respingou em seu rosto enquanto ela o levava através da borda. A cada passo, mais pavimento rompia e caia no oceano. O coração de Scarlet disparou com angústia. Ela rezou para que eles conseguissem sair do castelo em segurança.

"Ali," ela disse para Sage. "Só mais alguns passos."

Mas assim que as palavras deixaram seus lábios, as telhas sob os pés de Sage racharam. Ele só teve tempo de olhar em seus olhos antes que o piso cedesse e ele caísse para baixo, para a escuridão.

"Sage!" Scarlet gritou, sua mão estendida, tentando alcançá-lo.

Mas ele se fora.

Scarlet olhou para o outro lado do abismo e viu que um sorriso se espalhou pelo rosto terrivelmente desfigurado de Octal.

Sem um segundo de hesitação, Scarlet pulou da beira como um mergulhador salta de sua plataforma, e foi em direção à figura de Sage em queda. Segundos antes de cair no oceano, ela o acolheu em seus braços.

"Peguei você," ela sussurrou, apertando-o contra o peito.

Sage era pesado. Scarlet só conseguiu pairar no ar. Eles estavam a poucas polegadas acima das águas traiçoeiras. Ela sabia que não poderia voar para o alto, pois isso revelaria a Octal que tinham sobrevivido e ele os atacaria imediatamente.

Foi então que ela viu umas cavernas à sua direita. Eles eram naturais, corroídas na rocha sólida pelo oceano ao longo dos séculos. O castelo devia ter sido construído em cima delas.

Scarlet não perdeu tempo. Ela voou para dentro da caverna, com Sage em seus braços, e o pousou no chão. Ele caiu para trás e gemeu.

"Estamos bem," Scarlet lhe disse. "Conseguimos."

Mas ela estava toda molhada e tremendo. Seus dentes batiam enquanto falava. Quando ela segurou a mão de Sage, ela percebeu que ele estava tremendo demais.

"Nós não conseguimos," ele finalmente disse. "Tenho lhe dito o tempo todo, eu vou morrer. Esta noite."

Scarlet balançou a cabeça, fazendo as lágrimas de suas bochechas voarem.

"Não," ela disse.

Mas ela percebeu que era inútil. Sage estava morrendo. Era realmente verdade.

Ela o abraçou e deixou as lágrimas rolarem livremente. Elas desceram pelo seu rosto e pescoço. Ela não se preocupou em limpá-las.

Scarlet estava prestes a proferir seu adeus quando notou um brilho estranho vindo de debaixo de sua camiseta, exatamente onde seu coração estava. Ela balançou a cabeça, pensando primeiramente que ela devia estar alucinando. Mas o brilho ficou mais forte.

Ela olhou para baixo e percebeu que era seu colar que estava iluminado uma luz branca, que se espalhava através das dobradiças. Ela colocou a mão dentro de sua blusa e tirou seu colar. Ela nunca tinha sido capaz de abrir o colar, mas algo lhe dizia que desta vez seria diferente. Quando ela deslizou uma unha na trava, ela percebeu que suas lágrimas tinham escorrido para dentro dele. Talvez tivessem, de alguma forma, desbloqueado o pingente.

As duas metades se abriram e a luza branca irrompeu na caverna, iluminando as figuras de Scarlet e Sage. No meio da luz brilhante, havia uma imagem. Scarlet a analisou. Era um castelo no meio do mar, mas não o Castelo Boldt. Este era mais alto e mais fino, parecia mais uma torre elaborada do que um castelo real.

Scarlet balançou o ombro de Sage.

"Olhe," ela instruiu.

Sage conseguiu abrir metade de um olho cansado.

Scarlet o ouviu respirar bruscamente.

"Você sabe onde é?" Ela perguntou.

Sage assentiu. "Sim."

Em seguida, ele desabou a cabeça em seu colo, exausto.

Algo dentro de Scarlet lhe dizia que onde quer que aquele lugar fosse, era importante. E, se Sage o conhecia, então ele significava algo para os Imortais. Por que seu colar estava lhe mostrando um lugar assim? E por que só se abriu quando suas lágrimas caíram sobre ele? Certamente era uma pista.

Scarlet fechou o colar de uma vez e o brilho branco desapareceu, levando consigo a imagem de um castelo torto no meio de um oceano em fúria. De alguma forma, ela sabia no fundo que, se levasse Sage para este castelo, ele viveria. Mas ela estava ficando sem tempo.

Ela colocou Sage inconsciente sobre suas costas. Ele era pesado, mas, desta vez, Scarlet estava mais determinada do que nunca e mais certa de que ainda havia esperança. Ela voou para o céu.

Iria salvá-lo. Não importava as circunstâncias.




CAPÍTULO SETE


Caitlin lutava para recuperar o fôlego após cair no céu noturno. Em um momento Caleb tinha apertado o botão de ejeção e, no seguinte, o avião de repente não estava mais ao seu redor. Ela estava no ar negro, caindo em direção ao oceano em fúria.

Ela olhou para a direita, procurando por Caleb. Ele não estava lá. Sentindo-se angustiada, ela olhou em volta e, finalmente, viu Caleb acima dela, seu paraquedas armado. Ele estava apontando para o cabo de paraquedas. Ela não podia ouvi-lo sobre o som do ar rugindo.

Então ela percebeu: ele estava tentando lhe dizer para puxar o cabo. Ela o fez e, de uma vez só, a queda foi amenizada quando seu corpo foi retido no ar. Tudo de repente estava tranquilo. Ela estava pairando, flutuando, o paraquedas branco estava aberto por cima dela, como asas de anjo.

Caitlin inspirou profundamente para acalmar seu coração acelerado. Ela olhou de volta para Caleb e viu que ele estava mostrando seus polegares para cima. Caleb, que tinha muito mais experiência com este tipo de coisa, conseguiu manobrar para que eles ficassem no mesmo nível.

"Vai ficar bem frio!" ele gritou para ela.

Caitlin olhou para baixo. A água estava se aproximando e, antes que ela tivesse a chance de pensar sobre as ondas congeladas batendo nela, uma enorme explosão fez tudo estremecer.

Em pânico, Caitlin olhou para a direita e viu que o avião havia caído em algo. Ela percebeu, com uma sensação de angústia, que era o edifício que tinha visto no horizonte, onde seus sentidos disseram que poderiam encontrar Scarlet.

"Não!" Ela gritou.

Chamas e pedaços de fuselagem queimada caíram no mar e uma enorme nuvem de fumaça negra se elevou no ar.

Então Caitlin atingiu o oceano.

Caitlin engasgou quando ela colidiu contra a água gelada. Estava tão frio, ela sentiu como se seus ossos tivessem virado gelo.

Mas a dor aguda causada pelo oceano frígido era pequena em comparação com a angústia em seu coração. Pouco mais à frente, o prédio onde Caitlin estava certa de que sua filha estava encontrava-se em chamas. Ela observou, como se estivesse em transe, o teto desabar. Um momento depois, toda a lateral sucumbiu no oceano, deixando uma ferida profunda no exterior.

"Caitlin!" A voz de Caleb veio de uma pequena distância.

Caitlin sacudiu a cabeça e encontrou seu caminho de volta para seus sentidos. Caleb estava nadando em direção a ela, seu paraquedas já destacado e flutuando para longe, levado pela correnteza forte.

"Tire o seu paraquedas!" Caleb a instruiu no segundo em que chegou ao lado dela.

Caitlin tirou aquela coisa pesada de seus ombros, sentindo instantaneamente maior facilidade para boiar. Mas seu corpo ainda estava cansado e suas roupas encharcadas estavam afundando-a.

"Temos de chegar a terra," disse Caleb.

Ele colocou seu braço em torno de sua esposa. Ela podia sentir que ele estava tremendo violentamente. Ele estava tentando ser forte por ela, mas a verdade é que sua situação era tão perigosa quanto à dela.

"Você acha que consegue nadar para longe?" acrescentou, acenando para o Castelo Boldt em destruição.

Caitlin rangeu os dentes batendo.

"E se o avião a atingiu?" ela conseguiu falar.

Caleb sacudiu a cabeça. "Não pense assim."

"Não vai ajudar nada. Ela é nossa filha. E se-"

Mas Caleb não a deixou terminar. Ele apertou sua mão sobre o coração de Caitlin.

"Se ela estivesse morta, você saberia," disse ele. "Não saberia? Se você pode sentir a nossa filha, localizá-la neste lugar, então você saberia em seu coração. Estou certo, não estou?"

Caitlin mordeu o lábio.

"Sim," ela disse, finalmente. "Você tem razão. Eu saberia se ela estivesse morta. Eu sentiria."

Mas, mesmo ao dizer estas palavras, mesmo acreditando nelas, ela não podia deixar de ter aquela sensação de pavor. Mesmo se Scarlet estivesse viva, ela certamente ainda estava em perigo.

Caitlin sentiu os braços começarem a cansar após se movimentar na água por tanto tempo.

"O que nós vamos fazer?" ela gritou para Caleb. "O único jeito de alcançar terra é por este caminho."

Ela apontou para o Castelo Boldt, para o buraco na lateral. Caleb seguiu seu dedo estendido.

"Eu sei," disse ele apreensivo.

Caitlin concordou. Mechas molhadas de cabelo grudavam em seu rosto. Ela as afastou e começou a nadar em direção ao castelo.

Foi então que um barulho chamou a atenção de Caitlin. Parecia um barulho de choro distante, de natureza mecânica. Familiar. E ia ficando mais alto.

Caitlin olhou por cima do ombro para Caleb.

"Um helicóptero," disse ela.

Caleb fez uma pausa e olhou para o céu, o barulho ficava cada vez mais alto.

"A polícia?" Ele questionou. "Eles não podem ainda estar atrás de nós, podem? A menos que eles estivessem monitorando o avião."

Caleb, de repente, bateu as palmas das mãos abertas contra a água, fazendo um respingo enorme. Mas o ruído foi quase completamente abafado pelas lâminas zunindo do helicóptero se aproximando rapidamente.

Suas formas foram se definindo.

"Prepare-se," disse ele. "Isso está prestes a ficar muito mais perigoso."



*



Eles levaram vários minutos para nadar até o Castelo Boldt. O lado mais próximo de Caitlin e Caleb estava completamente destruído, onde o avião havia atingido. Pedras e entulhos haviam caído no oceano, criando uma espécie de ladeira pela qual era possível subir. Foi uma viagem precária, mas eles finalmente chegaram ao Castelo Boldt.

O cheiro de combustível do avião estava forte no ar, misturado com o cheiro de poeira, fumaça e sal marinho. Caitlin ouviu um clamor de ruído na distância, pessoas gritando, xingando e gritando de dor. Ela soube imediatamente que o edifício estava cheio antes da colisão do avião e que, graças a ela, muitas pessoas tinham sido feridas. Ela estremeceu, seu corpo congelado atormentado pela culpa.

Caitlin estava em um estado deplorável, seu cabelo estava um desastre, o salto do avião e a força das ondas o transformaram em dreads encharcados. Suas roupas estavam rasgadas em alguns lugares. Caleb parecia tão acabado quanto ela.

"E então?" Ele questionou. "Você pode senti-la?"

Caitlin colocou um dedo sobre os lábios para silenciá-lo. Ela tentou sentir algo em relação a sua filha, tentou permitir que seus instintos lhe dissessem onde ela estava, mas estava tendo dificuldade em detectar qualquer coisa tangível. O som do helicóptero rugindo circulando acima deles, o calor vindo do fogo, os gritos vindo dos feridos, tudo estava se acumulando em sua mente e interferindo suas habilidades.

"Eu não posso senti-la," Caitlin sussurrou, sentindo-se derrotada.

Caleb coçou o queixo. Caitlin sabia que ele estava no limite de sua inteligência. Ela gostaria de poder fazer mais para ajudar, mas sua mente estava desesperada demais para encontrar Scarlet.

"Ela está em algum lugar do castelo?" Caleb perguntou.

Apesar de seus melhores esforços para escondê-lo, Caitlin podia ouvir o desespero em sua voz. Fora ela que o levara para aquele lugar, que o obrigara a saltar de um avião, e agora ela sequer podia lhe dizer se eles haviam feito o certo ou não.

Ela apertou seus olhos fechados e tentou acalmar sua mente.

"Eu acho que ela está," disse ela finalmente. "Eu acho que ela está aqui em algum lugar."

"Então vamos procurar," Caleb respondeu.

Ele se virou para sair dali, mas Caitlin agarrou seu braço.

"Estou com medo," ela disse.

"Do que podemos encontrar?"

Ela balançou a cabeça.

"Não," ela respondeu, "de ver o dano que eu causei".

Caleb estendeu a mão e apertou a dela.

Eles adentraram mais no castelo. E caminharam com cuidado, pois o chão sob seus pés parecia instável. Quando Caleb parou de repente, bloqueando o caminho de Caitlin com um braço estendido, ela assumiu que havia algum tipo de obstáculo à frente. Mas quando ela esticou a cabeça para olhar por cima do ombro, sua boca abriu de espanto. Um pouco mais à frente deles, havia centenas e centenas de homens e mulheres. Alguns deles estavam voando, outros pairando, e todos estavam olhando pra um homem que era mais alto do que qualquer humano que Caitlin já vira. Ele tinha pelo menos o dobro do tamanho de um homem normal. Metade de seu rosto estava queimado em carne viva.

"O que ele é?" Caitlin sussurrou para o marido.

Caleb apenas balançou a cabeça.

Caitlin estremeceu. Encontrar sua filha parecia mais imperativo do que nunca. Aquelas pessoas estranhas eram desconcertantes para ela, especialmente o homem gigante com o rosto desfigurado.

"Por aqui," Caleb disse em um tom abafado para ela.

Eles se arrastaram para longe, tentando permanecerem os mais silenciosos possíveis, aderindo às sombras, onde a multidão não iria vê-los. Então Caitlin colocou a mão no braço de Caleb para impedi-lo. Ele a encarou.

"O que foi? Alguma coisa de errado?"

"Scarlet," disse Caitlin. "Eu não consigo mais senti-la."

"Você quer dizer que ela não está aqui?" Caleb a pressionou.

Caitlin encolheu ao ouvir a fúria em sua voz.

"Eu acho que ela foi para algum outro lugar," ela disse em voz baixa, sentindo-se derrotada e desesperada. "Eu podia senti-la antes, perto do local por onde entramos, mas quanto mais entramos neste castelo, mais fraco minha sensação fica. Eu acho que ela foi embora antes de chegarmos aqui. Ela saiu por onde nós entramos."

Caleb passou as mãos pelos cabelos, exasperado.

"Não acredito nisso," ele murmurou baixinho.

Foi então que uma forte luz irradiou no castelo, vinda do helicóptero acima. Ele estava aproximando-se do teto desabado.

"Está tentando pousar!" Caleb gritou incrédulo.

A multidão no grande salão começou a se dispersar, com pessoas correndo e voando por todo o lugar.

"Temos que sair," disse Caitlin para o marido.

"Eu sei," ele respondeu. "Mas como?"

"Por aqui," disse Caitlin, puxando seu braço.

Ela o conduziu através do grande salão. Graças ao helicóptero descendo, nenhuma das pessoas estranhas no salão pareceu notar que as duas figuras que corriam por ali não eram familiares. As pás do helicóptero estavam criando um minitornado no local, levantando nuvens de fumaça que aumentavam ainda mais o caos.

Caitlin e Caleb saíram do salão e entraram em um corredor sombrio. A fumaça era grossa aqui e as luzes eram fracas. Juntos, Caitlin e Caleb atravessaram o corredor até chegarem a uma porta. Caleb a empurrou com o ombro e a abriu ao mesmo tempo, revelando-lhes o mundo exterior.

"Ali!" Caitlin gritou, examinando seus arredores.

Caleb olhou para onde ela estava apontando.

Pouco mais à frente, alguns degraus de pedra abaixo, que conduziam ao castelo, havia um pequeno estacionamento com espaço suficiente para quatro ou cinco veículos. Entre eles havia uma motocicleta.

Eles correram para a moto. Ela não estava presa nem fixada em nenhum lugar.

Eles precisaram de várias tentativas até conseguirem dar vida ao motor, mas de repente a motocicleta rugiu e vomitou lufadas de fumaça. A essa altura, as pessoas de dentro da igreja em ruínas haviam começado a sair.

"Rápido," Caitlin gritou, pulando na garupa, atrás de Caleb. "Eles estão vindo."

Mas antes que Caleb tivesse a chance de acelerar para longe, o som de sirenes de polícia começaram a ressoar nas proximidades.

Ele deu partida, desviando para evitar as pessoas que saíam do castelo. Indo para longe do Castelo Boldt, atrás deles vinha a polícia que tinha chegado de helicóptero. Arremessados para o caminho escuro e sinuoso, vieram vários carros de polícia em direção a eles, suas luzes piscavam furiosamente.

"E agora?" Caitlin chorou.

Caleb olhou para ela. Ele acelerou o motor.

"Agora você segura firme," disse ele.

Caitlin só teve tempo de envolver seus braços ao redor da cintura de Caleb antes de a moto acelerar.



*



A moto chacoalhou ao longo da estrada. Caitlin estava exausta. Ela descansou a cabeça contra as costas de Caleb, confortada por seu batimento cardíaco constante, e olhou para a noite negra. Mas ela sabia que não podia descansar. Scarlet precisava da ajuda dela e não havia como fazer uma pausa nem por um momento sequer, enquanto ela estivesse em perigo.

"Alguma ideia?" Caleb gritou por cima do ombro, se esforçando para que sua voz fosse escutada acima do vento e das sirenes da polícia que os seguiam. "Direções?"

Caitlin sabia que ele estava se esforçando o máximo possível para permanecer calmo e sob controle, mas ele estava tão esgotado quanto ela.

"Não consigo senti-la," Caitlin gritou de volta. "Não agora."

Caleb não disse nada, mas Caitlin viu que suas mãos apertaram o guidão com força suficiente para fazer os nós dos dedos ficarem brancos.

A moto voou em diante, aumentando gradualmente a distância entre eles e os carros da polícia.

A estrada era de uma trilha estreita. Começou a subir uma colina. Logo havia uma queda acentuada de um lado e um penhasco no outro. Sentindo-se enjoada, Caitlin abaixou-se atrás das costas de Caleb para se se proteger. O vento dançava através de seu cabelo.

Foi então que ela sentiu algo vibrar no bolso. Certamente não podia ser seu telefone celular. Mas quando Caitlin alcançou dentro do bolso, ela descobriu que seu telefone celular tinha, de fato, sobrevivido ao mergulho no oceano. Ela não tinha sinal antes, mas, agora, de repente, seu celular estava de volta à vida, mostrando-lhe que ela tinha uma mensagem de voz.

Caitlin discou o número de seu correio de voz e ouviu a voz apressada de Aidan do outro lado.

"Caitlin," disse ele. "Onde está você? Você precisa retornar esta ligação agora."

A mensagem terminou. Era isso. Ela teclou o botão de discar novamente - mas o sinal estava perdido.

"Droga!" Ela berrou.

"O que foi?" Caleb falou, por cima do ombro.

"Nós precisamos encostar," Caitlin respondeu, percebendo ao olhar para seu aparelho que a bateria estava em apenas um por cento.

"Eu não parar," Caleb respondeu. "A polícia está bem atrás de nós. Temos que dar o fora deste lugar primeiro."

Foi quando Caitlin notou uma caverna na lateral do penhasco.

"Ali!" Ela berrou.

Caleb agiu rapidamente, girou o guidão da moto com uma precisão de especialista para que ele desviasse e derrapasse na caverna, levantando poeira antes de desviar de um impasse.

Assim que eles pararam, Caleb se virou para sua esposa. "Você consegue sentir Scarlet?"

"Não," respondeu Caitlin. "Meu telefone voltou. Preciso ligar para Aidan."

Neste momento os carros da polícia que estavam atrás deles passaram reto pela pequena caverna onde Caitlin e Caleb estavam escondidos.

Caitlin pegou o celular e digitou o número de Aidan, rezando para que a bateria aguentasse. Ele respondeu no terceiro toque.

"Você demorou muito," disse ele.

"Eu estava um pouco ocupada," Caitlin respondeu, pensando na viagem de avião e no salto no oceano. "Então o que foi que você precisava me falar?"

Caitlin ouviu o som da voz de Aidan no outro lado do telefone enquanto ele embaralhava e vasculhava livros e papéis. Ela sentiu sua frustração crescer.

"Você pode, por favor, se apressar?" Caitlin disse rispidamente. "Minha bateria está acabando."

"Ah, sim," disse ele, por fim.

"O quê?" Caitlin exigiu. "Diga-me!"

"Diga-me o cântico novamente. Diga-me o poema da cura."

Caitlin se atrapalhou com seu bolso e tirou as notas que tinha feito ao estudar o livro. Mas elas estavam encharcadas e a tinta tinha escorrido. Ela fechou os olhos e tentou visualizar a página que ela tinha lido. As palavras começaram a aparecer em sua mente.

"Eu sou o mar, o céu e areia,

Eu sou o pólen ao vento.

Eu sou o horizonte, a saúde, a urze na colina.

Sou gelo,

Sou nada,

Estou extinto."

____Caitlin Abriu os olhos e as palavras desapareceram de sua mente. Aidan ficou em silêncio por um longo momento.

Caitlin queria gritar para que ele se apressasse.

"Caitlin!" disse por fim. "Já entendi. Entendi!"

"Conte-me," Caitlin respondeu apressadamente, sentindo seu coração disparar.

"Nós fomos tão tolos! Não é um cântico afinal de contas."

Caitlin franziu a testa.

"O que você quer dizer?" Como é que pode não ser um cântico? Eu não entendo. "

"Quero dizer que este poema não é a cura," Aidan respondeu, atropelando suas palavras em sua excitação. "É uma pista para a cura!”

Caitlin podia sentir seu coração batendo com antecipação.

"Então qual é a pista?" Ela perguntou.

"Caitlin! Pense bem. É um enigma. São instruções. Ele está dizendo a você para ir a algum lugar."

Caitlin sentiu o sangue fugir de seu rosto enquanto ela repassava as palavras em sua mente.

"Eu sou o mar, o céu e areia," repetiu em voz baixa. Então, de repente, uma ideia lhe veio. "Não. Você não quer dizer -"

"Sim," respondeu Aidan. "S. P. H. I. N. X."___

"A cidade vampiro," Caitlin sussurrou baixinho.

Mas é claro. Antes de Scarlet haver desaparecido no caminho perigoso, Caitlin estava tentando encontrar a cura, encontrar uma maneira de fazer sua filha vampiro voltar a ser um ser humano. Ela pensava que as palavras na página deveriam ser lidas para Scarlet para curá-la, que o que ela tinha encontrado fosse a cura. Mas não. O que ela tinha encontrado eram instruções que iriam levá-la até a cura. Caitlin tinha deixado sua angústia inata de mãe substituir o pensamento lógico e sensato que ela precisava ter agora, o que a teria ajudado a perceber que aquele enigma não era a cura - mas um mapa.

"Obrigada, Aidan," ela disse apressadamente.

Seu telefone ficou mudo.

Caitlin olhou para o rosto expectante de Caleb.

"E então?" Ele questionou.

"Sei para onde temos que ir," Caitlin respondeu, sentindo uma pontada de esperança, pela primeira vez em um longo tempo.

Caleb levantou uma sobrancelha e olhou para sua esposa.

"Onde?" Ele questionou.

Caitlin sorriu.

"Nós vamos para o Egito."




CAPÍTULO OITO


Lore estava sobre um monte de entulho entre as ruínas do Castelo Boldt. As hélices do helicóptero se aproximando açoitaram suas roupas rasgadas e despentearam seu cabelo. Ele olhou ao redor, inspecionando os danos que o avião tinha causado. O ódio o invadiu.

Ele caiu em lágrimas, sacudindo o punho para o buraco na lateral do antigo castelo. Então ele respirou fundo. Não havia tempo a perder. Seu povo estaria morto, erradicado, até o final da noite. Sua única esperança era encontrar a menina que tinha roubado o coração de seu primo. E isso significava matar qualquer um que estivesse em seu caminho.

Mas os Imortais estavam em pânico, assustados com a presença do helicóptero. Eles começaram a circular pelo grande salão, alguns estavam saindo do castelo, correndo para a morte inevitável.

"O que você está pensando, meu filho?" uma voz ao lado Lore disse, interrompendo seu devaneio.

Ele olhou para baixo e viu sua mãe olhando para ele. Embora os Imortais experimentassem as relações pais-filhos de forma diferente dos humanos, Lore ainda respeitava a mulher que o havia alimentado, lhe dado roupas, e mantido sua segurança durante sua infância. Pensar sobre a morte dela no final da noite fazia seu coração apertar ainda mais do que o pensamento sobre a sua.

"Estou pensando em Sage," Lore respondeu. "Nós o utilizamos como isca antes e a menina veio."

Sua mãe franziu a testa.

"Você acha que ainda há esperança?" ela perguntou, em voz baixa.

Lore podia ver que o cansaço tinha tomado conta de seus olhos. Ela estava pronta para morrer. Ou, pelo menos, pronta para parar de lutar.

Mas Lore não estava. E as centenas de Imortais ainda agarrados à vida em no Castelo Boldt também não estavam.

"Eu não vou desistir," Lore disse a ela ferozmente. "Não podemos deixar que o nosso povo morresse só porque o meu primo se apaixonou por uma vampira. Ele vai morrer de qualquer maneira. Qual é o ponto?"

A mãe de Lore sacudiu a cabeça. "Você não entende o amor."

"Não," respondeu Lore. "Mas talvez se eu vivesse mais dois mil anos, eu entenderia."

Sua mãe sorriu e apertou seu braço.

"Eu quero isso para você, meu filho," disse ela gentilmente, "Mas não consigo deixar de sentir que o destino está contra nós." Ela inclinou a cabeça para o céu e para a lua cheia brilhando no meio do teto desabado. "As estrelas estão alinhadas. As rodas do destino estão em movimento." Ela olhou para ele. "Hoje é a noite em que os Imortais morrerão."

Lore cerrou os punhos.

"Não, não é," disse ele por entre os dentes. "Vou liderar um exército se for preciso. Vou trazer o caos para a Terra. Vou destruir toda a raça humana antes de eu deixar o meu povo morrer.”

Enquanto ele falava, os Imortais ao seu redor começaram a olhar para cima, despertados pelo seu discurso e paixão. Ele virou as costas para sua mãe e dirigiu suas palavras a eles.





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