Книга - O Metro Do Amor Tóxico — Romance

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O Metro Do Amor Tóxico - Romance
Guido Pagliarino






Copyright © 2019 Guido Pagliarino

All rights reserved

Book published by Tektime

Tektime S.r.l.s. - Via Armando Fioretti, 17 - 05030 Montefranco (TR) – Italy









Guido Pagliarino

O Metro Do Amor Toxico

Romance

(Tradução da terceira revisão italiana transformada pelo autor)

Com apendice do conto, sobre as mesmas personagens,

O Defunto D’Aiazzo

Tradução de italiano para português de Aderito Francisco Huo

© Copyright 2019 Guido Pagliarino

Obra distribuida pela Tektime



Edição desta obra em língua italioana:

1a Edição, com o título “Il Poeta e il Committente, romance”, livro cartão, © Copyright Boopen Editore, fora de catalogo do ano 2014; do mesmo ano il © Copyright voltou ao Guido Pagliarino

2a Edição, revista e modificada, publicada apenas em ebook de todos os formatos com o título “Il metro dell’amore tossico (Il Poeta e il Committente), romanzo”, © Copyright 2015 Guido Pagliarino, Smashwords Edition

3a Edição, conforme à segunda, publicada em e-book de todos os formatos e em livro cartão com o título “Il Metro dell'Amore Tossico, romanzo - Il Fu D’Aiazzo, racconto”, Tektime Editore, © Copyright 2017 Guido Pagliarino



As personagens, os aconteciemntos, os nomes das pessoas entidades e firmas e as suas sedes mencionados no romance e no conto são imaginários, eventuais referências à realidade passada e presente são casuais e absolutamente involutários.


Índice



O Metro do Amor Tóxico - Romance (#ulink_414916b5-e96d-56be-a8be-6b81acbc44ca)

I Capítulo (#ulink_8073d1f1-40e1-5724-9cba-9ec5018e10a0)

II Capítulo (#ulink_2810b6ca-8a9b-524d-9dc7-1c49ba95f772)

III Capítulo (#ulink_346f48e0-ac7b-5dcd-9405-3d579802d298)

IV Capítulo (#ulink_28714122-860c-5c73-9d0a-0174a8b9e07e)

V Capítulo (#ulink_d510c2f5-69b1-55a7-8a8f-3a8289c45c18)

VI Capítulo (#ulink_e387e74e-b985-5620-9528-894e0017e3ac)

VII Capítulo (#ulink_c1797462-3beb-5d62-9f13-bb8c95f828dc)

VIII Capítulo (#ulink_323f10a0-3d12-5c8b-9129-1783cbddce60)

IX Cap ítulo

X Cap ítulo

XI Cap ítulo

XII Cap ítulo

XIII Cap ítulo

XIV Cap ítulo

XV Cap ítulo

XVI Cap ítulo

XVII Cap ítulo

XVIII Cap ítulo

XIX Cap ítulo

XX Cap ítulo

XXI Cap ítulo

XXII Cap ítulo

XXIII Cap ítulo

XXIV Capítulo

XXV Capítulo

O Defunto D’Aiazzo - Conto


Guido Pagliarino (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



O Metro do Amor Tóxico (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



Romance (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



(© 1992 - 2019) (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)


I Capítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



Era 1 de Julho de 1969, uma terça-feira regressando no fim da tarde, tinha retirado um envelope grande no marco do correio. No momento tinha apenas observado que chegara via aérea duma desconhecida Alfio Valente Cultural Foundation – New York. Não tinha dado a devida importância àquele maço, sem pressa tinha subido em casa, um modesto apartamento no último andar dum velho prédio do centro histórico, pusera-me em liberdade e, finalmente, sentado na escrivaninha do quartinho que servia-me de escritório, tinha aberto o envelope. Tivera uma exaltante surpresa. Tinham-me atribuído o Brooklyn Alfio Valente Poetry Award pela minha obra poética traduzida e publicada nos Estados Unidos: um premio em dinheiro, nada menos de 5.000 dólares, um montante chorudo naqueles tempos; as despesas de estadia estavam pagas. Aqueles senhores americanos deviam nutrir grande confiança nos serviços dos correios, visto que não tinham-me advertido por registo internacional. Pediam-me, a assinatura do presidente Albert Valente, que tinha imaginado parente e teria sabido do filho defunto titular da Fundação, para confirmar telefonicamente a aceitação do premio e a minha presença à cerimonia da entrega. Tinha considerado, depois de ter dado uma olhadela no relógio e ter subtraído 6 horas às 17 e 38 minutos que marcava, que por causa da diferença do fuso horário em New York ainda era manhã. Tinha ligado para a central telefónica da única sociedade telefónica italiana daqueles tempos, a SIP, para que me conectassem à fundação: quanto à celeridade de chamadas internacionais, eram tempos de mamute, o utente devia recorrer a uma das telefonistas SIP e esperar que ela, depois de tantos minutos de espera como mínimo, no fim o conectasse com o distante numero graças a um circuito de comunicação operado a mão. Tinha pegado de novo e, esperando que o aparelho tocasse para advertir que estava em linha, tinha-me cozido ao fogo lento pela ideia do inesperado ganho que estava para chegar, realmente providencial porque a arte poética, como na sua natureza, não me rendia quase nada e vivia graças às contínuas colaborações num diário de Torino, La Gazzetta del Popolo, e à incerta posição de tradutor e editor duma casa editora, retribuído por empreitada por cada l4ivro. Pela verdade tinha também redigido um romance, potencialmente muito mais comercial que as obras em versos, e tinha até conseguido publicá-lo com a mesma casa editora de Torino pelo qual trabalhava, não sem o desgaste de umas tantas aproximações ao Khan dos Khan, como ousamos chamar entre nós o altivo e às vezes caprichoso proprietário: tinha tido muitos elogios da crítica, que não tinham enchido a minha carteira, e nenhum sucesso mercantil, tratando-se de “uma obra de prosa poética mais que dum romance narrado” como editor, já hesitante em publicá-lo, tinha-me enfim comunicado, frisando o tom sobre a última palavra. É bom que eu antecipe alem de mais, não apenas tratando-se dum caso ligado à minha miséria condição económica daqueles tempos mas porque, como veremos, se teria revelado dramático para mim e até fatal para muitos cidadãos dos Estados Unidos e da Itália, que seis meses antes de receber o premio Brooklyn Alfio Valente, ao desejar mais dinheiro teria colhido a improvisa ocasião a mim oferecida por um poderoso para compor-lhe e vender-lhe, por uma relevante soma, uma vintena de sonetos em honra da sua querida, poesias que ele tinha a declarada intenção de fazer passar por fruto do seu talento com a namorada. Digo sem hesitação, sinto ainda hoje amargura por ter vendido a minha arte e, por um conjunto de circunstâncias derivadas, até dignidade e liberdade, ainda que, como melhor narrarei no seu devido tempo, teria sido punido moralmente e fisicamente.

Enquanto esperava de ser posto em comunicação com a fundação, a alegria tinha-me reduzido imediatamente: lendo de novo com mais atenção a carta, tinha notado que a data da entrega dos prémios estava próxima, nem sequer uma vintena de dias, e tinha verificado logo depois que o meu passaporte tinha inspirado validade. Um arrepio longo na coluna, textualmente, depois um acesso de ira: porquê tinham-me avisado no último momento? ! Dirigido portanto uma olhadela à data da expedição no envelope, tinha percebido que a fundação não era a culpada pelo atraso, a carta tinha partido a partir de New York há mais de duas semanas. Eh, sim, mas pelo menos de não ter enviado como carta com valor declarado isso sim, culpado, tinha-as de todas as formas lançado idealmente; e logo depois estava possuído com o incógnito descuidado – dos correios? Dum aeroporto? – Cujo devia a sucessiva complicação; para terminar tinha-me questionado se poderia obter a tempo a renovação do passaporte no comando da polícia, apesar de tudo, e, considerado que os prudentes Estados Unidos tinham-me exigido também um visto consular preventivo, tinham-me respondido: quase precisamente não; mas eis que tinha-me fulgurado uma esperança: … mas sim, pedirei ajuda ao Vittorio!

Comandante adjunto da polícia, Vittorio D´Aiazzo servia no comando policial de Torino, onde mesmo eu tinha operado às suas ordens antes de demitir-se poucos anos antes. Era um queridíssimo amigo, ou melhor o único que poderia ter; e sabia dele que eu mesmo, ambos de alma reservada, era o único verdadeiro amigo seu.

Imagina um pouco, tinha-me cada vez mais confortado, se, vista a importância da coisa, não se prodigalizará!

Certo, mas como alguma vez um indivíduo tranquilo como eu, antes longe disso que levado a um ofício armado, tinha entrado na polícia? Uma pessoa que tinha-se dedicado à arte métrica e a frequentíssimas leituras desde as medias, inspirada pelas traduções de Iliade del Monti e da Odisseia de Pindemonte – medias - ginnasio daqueles tempos -, um homem desejoso de alcançar a licenciatura em letras? Muito em breve dito: o clima familiar dos anos ᶦ40 do passado século era bem diferente daquele actual, era imprescindível pois para um rapazito o respeito da vontade de pai e mãe, e os meus pais não tinham-me absolutamente permitido de seguir aos ambicionados estudos clássicos e, com o seu sacrifício grande e enorme incompreensão, tinham-me encaminhado ao liceu secção de ciências, ilusão de fazer-me engenheiro e dedicar-me na mesma indústria automobilística da cidade onde trabalhavam eles mesmos como operários. Eu odiava a matemática e disciplinas científicas e tinha negligenciado aqueles estudos, tanto até para repetir o primeiro e o terceiro ano. Quase com os seus dezanove pois, lá para o meio daquele mesmo terceiro ano repetido, era 1952, não desejando sobrecarregar alem dos seus pais que estavam sacrificando-se inutilmente, tinha abandonado a escola e tinha entrado na Policia de Segurança Publica, como se chamava naquela altura a policia, desempenhando antes o serviço militar e depois ingressando no quadro permanente. Só muitos anos depois, expulsando o medo de ficar sem dinheiro tinha-me finalmente demitido, não deduzido o facto de ter que ganhar o grau e o melhor salário de vice brigadeiro. Permanecia aquela, efectivamente uma actividade que, com o seu perigo e os seus desordenados horários, estorvava a minha paixão pelas letras. Tinha sido movido de ter tido um discreto sucesso. Desde Dezembro de ᶦ57 tinha publicado o meu primeiro livro de líricas junto duma grande editora – revelarei depois o mistério dum acontecimento tão improvável – com sucesso da critica e a atribuição à antologia do celebre premio Versilia, secção estreia, graças a qual tinham-se vendido nada menos que trezentos e vinte e cinco copias; coisa muito importante, seguidamente ao premio tinha obtido, como jornalista publicista, colaborações literárias na Gazzetta del Popolo (jornal do povo) de Turim e a um par de notas semanais, com o crescimento da minha notoriedade. As minhas demissões tinham-me trazido posteriores frutos. Graças ao repleto tempo e as minhas frequentes colaborações, tinham sido publicados um poema e outras duas antologias de versos, estas compostas no decurso dos anos precedentes, àquele depois da minha demissão, e os meus versos tinham sido traduzidos em inglês e francês e publicados nos países europeus anglófonos e francófonos, nos Estados Unidos e em Canada. Sem largar o serviço, a vida de Ranieri Velli, a minha vida, provavelmente teria continuado a desenrolar duma à outra investigação sob as ordens do amigo, naquele tempo comissário, Vittorio D’Aiazzo, com poucas pausas de alegria literária, e não teria alcançado a verdadeira fama; pelo contrário contudo, não me teria encontrado nos últimos meses de ᶦ69, como veremos, entre os tristes protagonistas dum caso criminal internacional, pelo qual a Itália teria arriscado de cair, ainda uma vez, sob um regime ditatorial.

Tinha tocado o meu telefone. Era a comunicação com New York. Conhecia bem a língua inglesa, graças não só à escola mas a um curso intensivo de aprendizagem em Londres, muito cheio de termos judiciários, cujo tinha sido encaminhado pelo Vittorio num intercambio com oficiais inferiores de Scotland Yard. Não tinha tido nenhuma dificuldade em deixar-me compreender pela interlocutora americana: tinha pedido para falar com o senhor Valente explicando o motivo da chamada; não estava na sede e tinha-me passado a uma dirigente, lhe tinha confirmado a aceitação do premio e a minha presença à cerimonia da entrega dos prémios; e pelo menos esta tinha sido feita.

Agora a questão de fundo, o passaporte.


II (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



“Oh amicíssimo! Come é que vai a tua investigação sobre a poesia?” tinha-me saudado expansivo o doutor D’Aiazzo no seu forte sotaque napolitano, depois que tinha conseguido tê-lo em linha a partir da central telefónica do comando policial.

“O premio chegou e poeta exige” tinha respondido com um improvisado hendecassílabo engraçado; e tinha precisado: “venci um premio importante em New York.” Em tom comparticipante tinha-se felicitado, pois, intercalando alguma palavra no seu dialecto como às vezes fazia, e interpelando-me com o diminutivo que ele mesmo tinha a seu tempo inventado, tinha-me questionado: “va bbuo’


, Ran, felicitações a parte, o que precisa o´ poeta?




“Seria pela data da entrega do premio que está próxima e pelo meu passaporte expirado.”

“Não há problema. Deixa-mo ter aqui com os selos e as fotos e mando preparar rapidamente, que não é por nada em italiano faz quase rima com o meu apelido D’Aiazzo, acentos a parte. Ou melhor não, faz assim: na hora do jantar traga tudo na minha casa, as 20 horas! E assim comer um prato dum bom esparguete e dois pedaços de carne.”

“Óptimo, obrigado.”

Justamente naquela noite tinha sofrido a primeira agressão. Tinha pensado num assalto dum marginal e só a uma segunda tentativa de querer acabar comigo, não muitos dias antes do voo para New York, teria percebido que alguém me queria ver morto:

Saindo de casa para dirigir-me ao jantar em casa do amigo, antes que pudesse fechar à chave a porta apareceu à minha frente um homem, a uma distância de quatro metros em relação a mim no patamar, rosto escondido por um passa-montanha e luvas nas Dum aeroporto? – Cujo devia a sucessiva complicação; para terminar tinha-me questionado se poderiamãos, que tinha-se atirado imediatamente contra mim com uma navalha aberta no punho e tinha tentado de assestar-me um golpe na garganta. O golpe não tinha-me atingido porque eu, com um movimento de artes marciais que aprendera na polícia de segurança pública, tinha bloqueado no meio o arco da lâmina e desarmado o braço criminoso deixado cair a navalha no chão; logo depois, tinha pisado muito bem o agressor na cabeça, na cara e no tronco e tinha-o deixado escapar pelas escadas: era jovem naqueles tempos, ágil e atlético e, coisa não insignificante, muito alto, 1 metro e 90, enquanto aquele indivíduo era de média estatura, por isso, mirando a garganta, tinha atingido de baixo para cima com não plena força. Não tinha julgado prudente segui-lo. Tinha recolhido e posto no bolso a navalha para levá-la a Vittorio, trancada a porta de casa e descera pelas escadas cauteloso evitando o elevador.

Como tinha pois esperado, do indivíduo nenhuma pista.

Tinha contado bruscamente ao amigo a minha desgraça, portanto lhe tinha entregado a lamina do agressor.

Tinha comentado: “são cada vez mais comuns os assaltos iniciados a partir do exterior, talvez quisera bater a porta e depois entrar sob ameaça daquela navalha para derrubar-te, mas foi surpreendido pela tua imprevista saída no patamar e, temendo que tu fizesse barulho, perdeu a cabeça e atirou-se contra ti, procurando fazer-te calar para sempre cortando a tua garganta. Porque inimigos mortais, tu não os tem, não é?”

“Não acredito mesmo.”

“Portanto deveria ter sido uma tentativa de assalto. Disseste que tinha luvas, por isso na da de impressões digitais se não as tuas. Mascarado, entretanto nenhum detalhe do rosto, a parte os olhos descobertos: observaste a forma e a cor? E diga-me: era alto, baixo, magro, gordo? Navalha no punho direito ou esquerdo? E disse para ti alguma coisa?”

“Não, nem sequer uma palavra, navalha na direita, os olhos não os notei no frenesim da defesa, era alto em cima de um metro e setenta e cinco, magro mas tinha os ombros largos e é certamente de bom aspecto e forte porque fugiu rapidamente pelas escadas ainda que o tinha enchido de pontapés.”

“Já é alguma coisinha, mas dificilmente o encontraremos, imagino que não seja muito parvo para deixar-se tratar no hospital, de todas as formas depois da tua denúncia poderemos investigar os postos de socorro; muito inteligente pois não deve ser, porque se não, não te teria assentado logo um golpe com o risco de acabar dentro por uma questão de sangue, te teria apenas ameaçado a uma certa distância mandando-te para voltar a entrar em silêncio ou simplesmente, teria escapado sem ter feito nada.”

“Hm… sim.”

“Ran, amanhã de manhã venha no comando policial para a denúncia; mas tu percebes que será um pouco difícil que o encontremos, chillo cattamàro


.”

Visto que nada me tinha sido roubado, tinha decidido de interromper.


III (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



A amizade com Vittorio D’Aiazzo nascera em Genova, ele comissário no comando policial e meu superior directo, eu como agente e depois seu assistente segundo sargento promovido por mérito, tendo salvado a vida dum poderoso ministro, o honrado professor Nuto Marradi: num dia do princípio de Fevereiro de 1957, eu, Vittorio, e dois dos meus colegas tínhamos sido delegados para proteger o homem político, a partir do momento do seu desembarque no aeroporto da cidade de Lanterna, lá para as 10 da manhã, no seu voo de regresso à tarde. Um certo aristide Maria Barani, indisciplinado já como funcionário ministerial e depois anarco - individualista clandestinamente, tinha tido a infeliz ideia de matá-lo precisamente naquela ocasião; sei lá e por quem tivesse tido a noticia.

Nós tínhamos ficado à espera de Marradi na zona do aeroporto onde, como programado, o avião DC3 Alitalia sobre o qual tinha embarcado teria paralisado os motores, e tínhamos prontamente aproximado ao avião quando tinha sido aberto a portinhola de desembarque.

Enquanto o comandante tinha pedido aos outros passageiros para permanecer aos seus lugares até ao novo convite, o ministro tinha descido com os dois agentes da sua escolta pessoal. A este ponto o terrorista solitário, disfarçado por um fato-macaco de servente, tinha aparecido correndo por detrás dum tractor para reboque das bagagens na mão com a soviética Tokarev TT-33 calibre 7,62, pistola pouco precisa mas precisamente fiável quanto aos eventuais encravamentos, e lhe tinha lançado contra à garibaldina gritando para ele: “porco ladrão patife!” não estando ainda próximo do alvo, lhe tinha disparado uma primeira bala, para o ar. Eu estando de retaguarda no nosso grupinho e o mais próximo do atirador – lembro sempre a sequencia como se tivesse sido um sonho – com um tiro da minha pistola Beretta de ordenança M34 calibre 9, também ela imprecisa, por isso certamente tinha contribuído bastante por sorte, tinha ferido o homem numa perna partindo-lha e deixando-o desmoronar no chão; depois rapidamente, com um pontapé, tinha-o desarmado. Vittorio, ao contrário de mim, estava no comando da nossa equipa e o mais próximo do ministro, a parte a sua escolta pessoal, onde sem a minha intervenção teria sido não improvavelmente atingido por um dos sucessivos tiros do anárquico.

O confuso Aristide Maria Barani não teria sido condenado à máxima pena, não obstante o atentado massacre, tendo sido julgado momentaneamente atingido por uma enfermidade parcial da mente no momento de cometer o facto, uma vez que, durante o internamento no hospital pela ferida, tinha resultado sobre as sequelas duma bebedeira: devia ter bebido para encorajar-se e precisamente o álcool devia tê-lo levado a agir sem vantagem; pois tinha fracassado não com o meu grande mérito. De todas as formas, um mês depois tinha chegado a partir de Roma a minha promoção a primeiro-sargento, por directa intervenção de Marradi, como teria corrido a palavra no escritório pessoal do comando policial.

É escusado que tenha sido bastante grato àquele ministro revelando-se capaz de actos reconhecidos. Todavia o terrorista não tinha falhado juízo sobre ele, o homem tinha pois realmente desvendado um “ladrão patife”: em 1967, tinha estado envolvido num escândalo clamoroso, segundo o jornal L’unita e outra imprensa social comunista em seguimento a manobras secretas de ambientes económicos arruinadas por certas suas políticas. A mesma força da oposição tinha mesmo aventado que ele pudesse ter tramado mais vezes anteriormente, sendo um secretário do estado de longo curso que tinha participado, como cabeça dos mais diferentes ministérios, em quase todos os governos das Republica, desde aqueles do centro dos anos ʹ50, até ao gabinete do centro-direita de 1960 apoiada a partir do exterior pelos neo-fascistas, até alguns do centro sucessivos e, até frequentar a partir de ʹ63 àqueles de centro-esquerda. Certamente é que ele tinha-se tornado cada vez mais poderoso ao decorrer dos anos. Pelo menos pelas últimas asneiras, depois que a imprensa as tinha descobertas e denunciadas à opinião pública, tinha sido posto em estado de imputação pelo parlamento reunido em sessão comum na base do artigo 96 da constituição, relativo aos delitos cometidos por membros do governo: ele apenas, ainda que a oposição tinha manifestado a suspeita que os culpados tivessem sido muitos e “todos da área governativa”. Antes que a câmara e o senado tivessem concedido a autorização para proceder à magistratura, o Marradi tinha tentado fugir para o exterior mas, na tentativa, tinha morrido num acidente aéreo, e isto tinha alimentado a grave suspeita que tivesse sido por cúmplices para que fechasse a boca para sempre.

Em 1968 a Itália da hegemonia democrata-cristão e depois democrata-cristão e socialista tinha começado a ser gravemente contestada, tinham começado greves em cadeia e tinha surgido o chamado movimento estudantil: para todos os manifestantes os governos de centro-esquerda eram para considerar-se nada mais que escravos dos patrões, quanto aos partidos de centro-direita, liberais inclusos, todos simplesmente fascistas. A contestação teria activado uma formidável mudança nos costumes da população, que desde então tinham permanecido em substancia aqueles das décadas precedentes baseados nos valores fortes da moralidade cristã até, pelo menos de fundo, para os ateus declarados.

Estava no tal circuito que se preparava a aventura que estava para enfrentar ladeado pelo amigo Vittorio, durante a qual teria aferido, entre outros, também o nome do defunto ministro Nuto Marradi.


IV (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



O D’Aiazzo era um homem dos seus cinquenta anos robusto mas não alto, em torno de um metro e sessenta e cinco. Arvorava uma cabeleira morena e encaracolado ainda espesso mas que, em 1969, começava a cair à calvície no topo da cabeça, configurando um princípio de coroa. Talvez para contrabalançar, há algum tempo tinha deixado crescer a barba. Era um herói da resistência anti-nazista, o meu amigo Vittorio: em 1943, muito jovem comandante adjunto, tinha sido um dos combatentes durante a primeira insurreição ante alemã da Europa, os chamados quatro dias de Napoli


, onde a sua cidade tinha-se libertado sozinha das ocupações alemãs, durante as quais vieram muitos mais polícias do comando policial napolitano, entre os quais o assistente directo naquele tempo do D’Aiazzo, um certo primeiro-sargento Marino Bordin, de que ele falava com admiração. Não obstante a alegria externa, Vittorio era uma pessoa fundamentalmente triste. Poucos meses depois a tentativa do assassínio do Marradi meu amigo, que tinha casado em Maio do ano anterior com uma mulher muito jovem, uma dos seus dezoito anos filha dum colega, conhecida no baile anual das debutantes, ficara vítima dum grave dissabor conjugal. Tinha contido dentro a sua dor durante muito tempo até que, um dia da primavera de 1958 em que devia ter-se sentido particularmente desconfortado porque calhava com o segundo aniversário do seu casamento, tinha-se confidenciado comigo, “com o meu poeta e amigo preferido”: tinha acontecido um ano antes que a sua jovem mulher tivesse conhecido um rico importante americano, que estava em Genova para os seus negócios, e que tivesse fugido com ele para New York, obtendo na América a dissolução do casamento e casando uma outra vez pouco depois com o amante, como tinha sido comunicado a Vittorio por via epistolar pelo advogado do casal, incumbido por ela. Na Itália não havia ainda o divórcio por isso Vittorio tinha permanecido casado com a “traidora”; mas uma vez o amigo dissera-me, enfim prestamos ambos serviço em Torino, que se mesmo tivesse havido o divórcio, como católico praticante – tinha pronunciado num tom solene a ultima palavra – não teria a vontade de pedi-lo. “Mas”, tinha acrescentado, “infelizmente” ele tinha “vocação ao casal”. Em suma, não obstante o seu conclamado catolicismo, não tinha conseguido durante muito tempo ficar sozinho, como tinha logo percebido.

Naquela noite ao jantar na sua casa, um apartamento na avenida Cernaia em frente da caserna dos policias homónima e não distante do comando policial da avenida Vinzaglio, nos tinha servido e, já como habito, entre um prato e outro tinha sentado connosco na mesa uma loira com aproximadamente vinte e nove anos, Carmen, formosita simpática e bonitona ainda que iletrada e de não ampla mente, que sabia exercitar para o amigo, além das funções de governante, mais intimas funções. Enfim no longínquo 1959, na ocasião do primeiro convite para o jantar de Vittorio depois da nossa transferência de Genova para Torino, ele tinha-ma apresentado na única primeira aparência e ela, para aquela vez não tinha sentado connosco; mas pela atitude confidencial que de todas as formas mostrava, tinha suspeitado. “A guagliona


, é do meu Napoli”, tinha-se revelado já aquela vez o amigo, embora com um certo embaraço, no momento em que Carmen estava na cozinha a preparar o café: “é uma órfã sem ʹna


lira que me mandaram papá e mammà


como governanta domestica: talvez já te disseram quando chegara” – tinha anuído - : “francamente, estava farto de pizzarias; e mesmo de estar… sozinho. Ela tem dezanove anos… hm… como a minha mulher quando me deixou. Eu tenho já quarenta. Contudo, sabes como é, assim aconteceu, que um pouco depois enfim… pois, percebeste. O problema é… que é ainda menor de idade


; por isso guarda para ti a sua idade”: não pudera conter um sorriso desajeitado; depois: “está bem, eu sei que estou a fazer mal, que como católico deveria fazer o casto e mesmo que esteja talvez aproveitando um pouco demasiado desta guagliona, embora ela parece-me bastante contente do meu afecto e mesmo do meu… bem, percebeste em que me refiro. Não sei, espero que de todas as maneiras o senhor tenha compaixão e perdoe-me.”

“Imagino”, tinha feito eco mecanicamente, sem ter-me dado conta de ter alimentado as suas dúvidas, sobre as quais se teria atormentado durante anos. Enfim as teria manifestado, na ocasião dum penoso acontecimento de que direi mais adiante. Tinha acrescentado: “certo, para vocês católicos é uma vida repleta de problemas, para mim já existe tantos assim outros na vida que, pelo menos aqueles religiosos, os têm sempre omitidos.”

“Não és crente justamente por nada?” tinha-me interrogado seriamente.

“Mas uma vez era totalmente ateu. Não sei… agora”, respondera hesitante: “às vezes… mas definitivamente, creio naquilo que vejo; e na poesia.”

“… E quem te manda a poesia?” tinha-me acossado, “a musa… como se chamava antes? Ah, sim, Calliope.”

“Errado, visto que escrevo poesia lírica: Calliope era musa da epopeia.”

“… e va bbuo′


, a musa em geral, não subutilizamos, guaglio′


, não, era apenas para te dizer que a poesia é como a amizade; aquela verdadeira, digo: vem de Deus. Ou melhor, é um dos sinais da amizade divina.”

Não se tinha mais falado durante dez anos daquela relação Deus - poesia até ao último convite quando, no meio do jantar, Vittorio tinha-me dito: “sabes? O premio literário chega a ti vindo do céu; como a tua poesia. Lembras-te que te disse há muitos anos? É Deus a verdadeira e única musa.”

“Também para aqueles como eu?”

“Percebe-se! Se não puros de coração, porem; e diga-me, tu sabes por que os versos não dão dinheiro?”

“Sei que diriam os soldados de monsieur de La Palice


: ‘porque têm poucos leitores’.”

“Uh, e chista ′ccà


existe para esse ′na


resposta?! Não, não os dão porque são coisas do espírito santo; e digo-te concretamente que a boa poesia nasce dos poetas que têm o espírito: tu serás também um republicano histórico, um não crente, mas és idealista.”

Ora bem, ficara durante um momento interdito: pela venda dos vinte sonetos àquele poderoso seis meses antes, efectivamente, não tinha escrito mais nem sequer um verso.

… Mas não, tinha concluído em mim mesmo aquela vez, mero acaso!


V (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



Bom para mim que, diferentemente do amigo, tivesse ficado magro e ágil como um tempo e que sentisse no corpo a mesma força de como tinha sido menininho, caso contrário naquele dia não me teria desenrascado.

Faltavam apenas mais dois dias para a minha partida para New York. Na primeira tarde tinha saído para dirigir-me à Gazetta del popolo (jornal do povo) para lavrar um artigo para a terceira página. Naqueles tempos sem internet, enquanto para as revistas podia-se usar o correio, para os jornais diários, por causa dos mais bons rápidos tempos de publicação, era preciso dirigir-se fisicamente à sede; apenas os correspondentes no exterior tinham o privilégio de ditar o artigo telefonicamente e de vez em quando os cronistas, se a noticia fosse urgente; eu e os outros publicistas devíamos entregar fisicamente o artigo escrito em casa, ou então lavrá-lo directamente na sede; habitualmente eu escrevia na redacção. Tinha anteriormente colaborado, sempre como externo pago por cada artigo, num dos mais importantes jornais italianos, ligure mas com uma edição de Torino, de propriedade do financeiro Angelo Tartaglia Fioretti, chefe dum colossal grupo económico; mas depois que, contando sobre a minha posição de independente publicista, sem avisar ninguém tinha começado a colaborar também com um outro jornal, diário adversário das concentrações económicas e favoráveis a uma economia social, o jornal de Tartaglia Fioretti não imprimira mais os meus escritos. Para o meu porquê? A resposta tinha sido exuberância de custos. Não tinham-me dito tão-pouco: cabe a ti escolher. Tinham-me simplesmente rejeitado, como se eu tivesse sido um cavalo deles improvisamente caprichoso que, sem necessidade de desculpas, não se monta mais. Tinha-me agastado, muito mais reflectindo que tinha sido justamente o Tartaglia Fioretti a comprar-me, há alguns meses, aquelas vinte poesias para passar como suas com a amante. Tinha finalmente percebido que, também naquela ocasião, tinha sido tratado como uma coisa que se pode adquirir e deitar quando se quiser.

O trajecto não era longo a partir da minha casa na rua Giulio, um bocadinho da mesma, rua da Consolata, rua do Carmine e poucos metros da avenida onde o jornal tinha como sede; mas naquele dia, na esquina entre a mesma e a rua de Carmine, já muitíssimo perto à meta, enquanto atravessava sobre o verde, uma furgoneta estacionada tinha arrancado velozmente dirigindo-se directamente para mim. Com um mergulho tinha-a evitado, justamente apenas, minimizando os danos às mãos esfoladas; e enquanto o meio fugia, tinha conseguido tirar a matrícula.

Depois de ter escrito a minha nota no jornal um pouco sob shock e pensando a quem pudesse ter por inimigo, tinha-me precipitado para o comando policial ao encontro de Vittorio. Como tinha pensado, a furgoneta tinha sido roubado. Na minha denúncia o amigo tinha anotado mesmo a agressão precedente, que enfim não se podia mais julgar com segurança para roubar. Podia ter sido o mesmo agressor da outra vez tentando matar-me? Depois de ter recuperado dos fortes golpes que lhe tinha desferido?

Infelizmente não pudera ver o protagonista no volante.

“Não tens nenhum suspeito, quem sabe, um grosseiro?” tinha-me questionado o D’Aiazzo.

“Não, dou-me bem com todos.”

“É verdade, certo: poderia ser uma vingança de alguém que tínhamos mandado para a prisão; mas de quem? Com todas as investigações feitas juntos e toda a gente que tínhamos metido na jaula… sei lá! Seja como for… talvez será melhor que tenha cuidado eu também.”

A partir daquele momento tinha sido bastante cauteloso e, até à minha chegada nos Estados Unidos, nada mais de mal tinha-me acontecido.


VI (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



Eram 9 da manhã, hora de New York.

No aeroporto tinha-se passado um controlo alfandegário tão minucioso que talvez era segundo apenas para certas inspecções carcerárias. Tinham revistado até no tubo da pasta dentífrica e no frasco de loção para a barba, tomando amostras que, certamente, teriam analisado. Teria esperado, na verdade um exame cuidado, embora não tanto.

Efectivamente, como até os nossos meios de informação tinham referenciado, dois meses antes nalguns bairros de New York a água potável tinha jorrado das torneiras juntamente com uma estranha5 substancia inadvertida ao gosto, incolor e inodoro, depositada por desconhecidos num dos aquedutos em quantidades proporcionalmente minúsculas, mas tão poderosas para induzir todas as pessoas que a tinham bebido durante pelo menos uma dezena de dias à condição irreversível de toxicodependentes ávidos de heroína. Nas semanas sucessivas tinha acontecido a mesma coisa em San Francisco e em philadelphia. Simultaneamente, os meios de comunicação social tinham estado às escutas e revelado que a Policia Federal tinham sabido, através dos agentes da CIA, dum produto químico que cientistas Soviéticos pareciam ter sintetizado. Alguém na FBI tinha tido a intuição de deixar analisar aquelas águas e tinha-se descoberto o composto. Inutilmente contudo tinha-se procurado o laboratório que o produzia. Tinha-se pois suspeitado que tivesse sido importado secretamente. Entretanto, os meios de comunicação social, preocupados Ainda mais os cidadãos, tinham-se questionado: trata-se duma operação de sabotagem da parte da União Soviética? Ou, com a sua ajuda, dos norte. Vietnamitas? Em nome do chefe da URSS Leonid Il'ič Brežnev, o embaixador Soviético tinha avançado uma nota de duro protesto à casa branca, acusando os Estados Unidos de ameaçadora calúnia.

Finalmente livre, tinha-me conduzido à saída para apanhar um táxi que me lavasse ao Plaza Hotel, onde os organizadores tinham reservado para mim um quarto.

Portanto ouvira a ser chamado por uma linda voz feminina. Era uma senhora em cima dos trinta anos, cabelos pretos asa de corvo, muito graciosa, que, à minha esquerda, estava agitando uma breve subtil vara em cima com um cartão branco com o meu nome e sobrenome escritos em vermelho.

“O poeta Velli, não é?” questionara-me aproximando-se e abaixando o letreiro.

Tinha parado: “em pessoa senhora...”

“Miniver: Norma Miniver. Fui mandada pela fundação Valente para vir ao seu encontro.” Tinha-me dado a mão, depois de ter passado o cartaz da direita para à esquerda. “Reconheci-o mal o vi. Sabe as fotos nos seus livros.”

Tinha tido o prazer. “Fala muito bem italiano”, tinha elogiado por minha vez no momento em que nos aproximávamos à saída.

“Sou italo-americana.”

“... Mas o apelido...”

“É do meu marido. Aquele da minha família é costante. Disse Miniver por habito. Na verdade”, tinha-se confidenciado sem embaraço, “recuperarei o meu daqui a pouco: ja vivo sozinha e estou para legalizar o divorcio.”

Ao Plaza depois das formalidades da entrada, Norma tinha-me procedido com o porteur até dentro da sala. Na porta, um cartaz em quatro línguas, mas não em italiano, advertia em letras maiúsculas: NÃO BEBER A ÁGUA DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. PODERIA CONTER SUBSTÃNCIAS NOCIVAS.

“Estou à sua disposição como hostess durante todo o tempo da sua permanência”, tinha-me tranquilizado; “mas agora, penso que o senhor deseja somente refrescar-se e repousar. Ocupo o quarto aqui ao lado esquerdo, para qualquer eventualidade.”

Tinha-me questionado se, entre as eventualidades, estivessem também aquelas que, inesperadas, estavam-me subindo a partir do baixo-ventre até à garganta naquele momento. Tinha sido ela a dar gorjeta ao rapaz da mala. Hospitalidade completa, tinha pensado, e quem sabe se está incluso também o amparo afectivo a este hóspede só e perdido? Lhe tinha dito somente: “terei certamente necessidade de ajuda e... conforto.”

Tinha sorrido bruscamente, abaixando um momento os olhos como quem está confusa; depois tinha-se encaminhada, mas sem pressa, à porta. “O almoço é as 13 horas”, tinha-se despedido, “aqui perto, ao Cooling’s. Aproveitei para informá-la sobre o programa.”

O Cooling’s oferecia apenas comidas frias, sem sabor ou pior. Tinha pedido uma galantina de frango gomosa com desgostoso arroz, quase gelado, ao carril e um bolo da maçã lenhosa. Terei abandonado dentro dos pratos grande parte da comida. Norma tinha-se limitado num batido esverdeado que deveria ser de salutar, como tinha dito, duma tal consistência densa, lamacenta que, talvez, tinha o preciso foco de fazer passara fome ao austero freguês em dieta.

“A cerimonia será em Brooklyn, imagino”, lhe tinha questionado encarando inconscientemente o pitéu e depois que ela, já em poucos goles, tinha esvaziado com coragem o seu copo.

“Não, a entrega de prémios será no parque da vivenda Valente, fora da cidade. As primeiras duas edições sim foram em Brooklyn, nos anos ′40 e ′50, quando havia ainda muitíssimos italianos. Hoje o premio, de Brooklyn, tem somente o nome.”

Instintivamente tinha tocado ligeiramente com o dedo da mão esquerda a unha do indicador da outra sua mão, que estava colocada há um bom tempo no meio da mesa, ao lado do meu copo de (água) mineral.

Não tinha retirado.

No fim do almoço, tinha-me proposto para dar uma volta pela cidade. Não tínhamos tarefas, de facto, até às sete da noite. O primeiro encontro da minha estadia prévia, para aquela hora, um aperitivo no apartamento de nova Iorque de Mark Lines, o meu editor americano. Finalmente nos teríamos conhecido. Tinha família mas nos teria recebido sozinho: trata-se dum pequeno sitio no último andar que mantém como base na cidade, onde vive com um criado: mulher e filhos habitam no campo, a umas quarenta milhas daqui, e com eles vê-se nos fins-de-semana”, tinha-me explicado Norma. Tinha acrescentado que estariam como hospedes também dois da família Valente, irmão e irmã, e alguns outros poderosos da cidade: “não obstante os milhões de habitantes, as famílias que contam realmente são poucas centenas e se conhecem quase todas entre elas.” Depois do aperitivo em casa do Lines, teria jantado com ele e a minha intérprete num restaurante próximo de Manhattan; depois, liberdade para mim e para fazer o que preferia. A minha assistente tinha dois bilhetes para um concerto, se quisesse podíamos ter ido ou se não, cabia a mim de propor. A entrega do premio teria sido no dia seguinte, as 18. Gravata preta, mas dada ao intenso calor daqueles dias, directamente para vestir uma camiseta logo de imediato. Seguidamente, uma festa em minha honra, no parque da vivenda.

“Tomo eu o comando pela cidade, senhor Velli, ou tem algumas preferências?” tinha posto o motor a funcionar.

“Entretanto preferiria que me chamasse Ranieri; ou melhor, Ran, que é mais simples. Posso chamá-la Norma? Tinha tido o impulso de tocar-lhe ligeiramente a mão, que tinha pousado na mudança para as manobras, todavia tinha-me contido. Pelo contrario tinha-lhe observado por muito tempo o perfil.

Ela, sem reparar-me, tinha respondido: “está bem, tratemo-nos mesmo por tu.”

“Seria do meu agrado ver Brooklyn. O que achas?”

“Okay, Ran.”


VII (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



Estávamos enfim no regresso, quase no fundo de Brooklyn-Queens Expwy, ao longo dos cais e palas pontes.

“... e agora, onde queremos ir?” questionara-me Norma.

“Para comer uma alguma coisa boa.”

“Para comer? Te assaltou a fome?!”

“Não toquei quase nada.” Tinha tido uma inspiração. Pegando-a vagamente, tinha arriscado: “se tu sabes dalguma cozinha disponível, poderia preparar eu alguma coisinha aceitavelmente agradável.”

“Sabes cozinhar? E gostas?” a sua voz sabia de surpresa e divertimento: “eu não gosto.”

“Eu gosto e, pelo menos, sei aquilo que consumo; mas onde podemos encontrar uma cozinha?” tinha-lhe tocado ligeiramente o braço numa brevíssima carícia.

“Na minha casa”, tinha sorrido.

Era uma pequena moradia no trigésimo quarto, junto de Herald Square, em Manhattan, no rés-do-chão duma casa antiga acabada de ser pintada de novo. Não era distante do hotel. Um lindo apartamento: a partir do átrio - sala, bastante amplo, com moveis em pluma de mogno estilo inglês do ′800 e dois pequenos sofás modernos contrapostos, pouco mais que poltronas, vislumbrava-se à esquerda, pela porta deixada aberta, a cómoda do quarto, Luigi XV; a entrada abria-se até ao fundo, por uma porta em arco, sobre uma linda cozinha, toda de madeira da nogueira. A casa de banho devia ser adjacente ao quarto.

“Vivo alugando”, tinha precisado Norma, “móveis inclusos. Até ao mês passado vivia no último andar do meu marido, aqui perto, Arnold tem também o ateliê.”

“Um atelier? O que é, um alfaiate?”

“Não”, tinha rido, “é Arnold Miniver, o pintor.”

“Nunca tinha ouvido falar dele: é famoso?”

“Famosíssimo!” tinha-se espantado: “vendeu também na Itália; mas não o conhecia?!”

“Francamente não.” Tinha sido breve: “posso ir à cozinha?”

“Oh... porque não, estamos aqui exactamente, não é verdade?” a expressão indicava um pensamento bem diferente.

Na verdade tinha pensado, a um certo ponto de abandonar a ideia do almoço e dedicar-me logo ao galanteio, mas a fome era tal e, no fim de contas, aquele adiamento podia ser uma boa táctica para aumentar o seu interesse para mim; com a condição que eu lhe mostrasse logo o meu. Ao ultrapassá-la, tinha-lhe deixado percorrer uma subtilíssima carícia nas costas.

Na dispensa não tinha muita coisa. Tinha improvisado com aquele pouco, carne crua cortada fina, pepinos em vinagre, iogurte, salsa congelada, tomates; e tinha-me aprestado para preparar quatro deliciosos escalpes. Tinha picado delgadamente os pepinos misturando-os depois com iogurte numa tigela, com um pouco de sal e um pouco de salsa que tinha antes descongelado um instante no fogo. Tinha deixado pousar de novo. No entanto tinha colocado ao fogo uma espessa frigideira anti-aderente, sobre uma viva chama, colocando um pedaço de papel branco. Quando tinha ficado acinzentado nos pontos em contacto com o fundo, tinha tirado o papel e estendido a carne na frigideira. Sempre na chama alta, tinha cozido por uns quatro minutos, dois para cada lado dos pequenos bifes, até que se tinha formado nos ambos uma pequena crosta morena. Tinha posto sal e servido em dois pratos, cobrindo a carne com um molho frio. Alguns tomates em rodelas para acompanhamento e adorno.

Uma bondade rapidíssima!

Norma, mesmo em dieta, tinha comido toda a sua porção, satisfeita. Sim, também as mulheres podem conquistar-se desta forma, tomando-a pela gula.

Não sabia que, talvez justamente naquele momento, alguém qualquer estava preparando-se para pôr-me o baraço na garganta, com uma bebida; e com um objectivo bem diferente.


VIII (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)C (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)apítulo (#ulink_4f7e5a0e-d06d-5e57-9a93-b622d1d21b3c)



Tinha-se permanecido na intimidade até quase à hora do aperitivo.

Para o meu espírito não teria sido uma simples aventura de viagem. Voltando para o hotel com Norma, tinha começado a percebê-lo.

Tinha já feito o duche em casa dela e ao Plaza tinha mudado num instante; mas tínhamos chegado na mesma em casa de Lines com meia hora de atraso, por último: “Está bem assim”, tinha sussurrado ela para mim, um pouco antes de entrar, vendo que reparava o relógio, “és o hóspede de honra.”

Talvez não ficava muito bem para o dono da casa que, mal o criado, um mulato dos seus sessenta anos de aspecto frágil, nos tinha introduzido, tinha deixado escapar um sorridente “oh, finalmente!” mas de imediato tinha-se corrigido: “estávamos todos impacientes de conhecê-lo pessoalmente, senhor Velli!” e, depois de ter-me apertado a mão, dirigindo-se aos presentes, tinha aplaudido para mim. Os outros tinham-se unido.

O editor parecia ter por aí cinquenta anos, cabelos bastos grisalhos mantidos incultos, altura média e magríssimo; mas forte: o aperto da mão tinha sido potente.

Éramos uma vintena. Os hóspedes mais importantes, como tinha percebido pela atitude de maior respeito do Lines e melhor teria tido conhecimento através da Norma, eram oito: 0s irmãos Albert e Elizabeth Valente, ambos em cima dos quarenta anos, bilionários em dólares, ele patrono do premio em nome do falecido pai poeta amador que tinha vivido durante décadas na fama de padrinho mafioso mas, quando morrera, tinha enfim conquistado a batina do honesto financeiro: Peter Capponi, grande importador dos seus quarenta anos, e a sua mulher Angela, em cima dos trinta anos, única mulher presente toda ornada de jóias; um certo Vito Valloni, gordo barbudo de pêlo branco na cabeça com uma envelhecida cabeleira postiça em porco-espinho que o tornava ridículo, homem com altura media, para além dos sessenta, proprietário de grandes armazéns e lojas, emitentes televisivos e jornais em vários estados; o reservado general Reginald Huppert, chefe da policia de New York, com a mulher Liza, bastante jovem do que ele, em cima dos trinta e cinco anos, meia irmã do Lines: muito linda; Anne Montgomery, viúva, a mais rica mulher da América, por aí com cinquenta e cinco anos; o seu filho Donald, de aspecto insignificante, não muito alto, cabelos morenos, que demonstrava ter por aí trinta anos; e o seu administrador e consultor financeiro John Crispy, mais ou menos dos seus sessenta anos.

“Entretanto idealista, aquele Donald Montgomery”, tinha-me dito Norma depois que tínhamos saído nós os dois no terraço: “É o herdeiro duma colossal fortuna mas, depois da licenciatura em direito que a mãe lhe aconselhou fazer para que melhor cuidasse os seus interesses, entrou como financeiro na FBI: incrível, não é?”

“Podia talvez ter escolhido melhor.”

“É o que penso eu também. Seja como for os negócios da família continuam a ser totalmente dirigidos, por detrás da percentagem, por John Crispy.” Tinha-o indicado com um breve movimento da cabeça: naquele momento o homem, sentado numa esquina logo no interior, estava absorvido em sorver tudo numa única mistura e a comer azeitonas: “não deixar-te enganar pela aparência: chamam-no Caimão de Wall street. Trabalha como um louco ficando sóbrio todo o dia, depois lá por volta desta hora começa a relaxar-se bebendo à brava.

Não sei como faz mas não se embebeda por acaso.”

Tinha continuado a bisbilhotar tocando outros presentes.

Tinha-me questionado, como Norma, simples funcionária da fundação, pudesse saber todas aquelas coisas. Talvez tramite o marido. Precisa resposta tinha chegado depois dalguns minutos.

Enquanto entrava-se de novo, tinha-se aproximado ágil Liza Huppert, a mulher do general, que pegando-me pelo braço tinha-me distanciado da Norma e encaminhado quase a força, à mesa das bebidas.

Ela sendo parente do dono da casa, tinha-a seguido dócil.

“Norma é boa assistente, senhor Velli?” tinha-me questionado num italiano rudimentar: “já mostrado cidade?”

Tinha anuído com a cabeça mecanicamente: “pode falar na sua língua, senhora Huppert: conheço bem o anglo-americano. Sim, Norma Miniver é para mim utilíssima, na verdade.”

Sei lá com que rosto o tinha dito? Sei que a mulher tinha saído com um sorriso não bom; e, com enorme má educação: “atento, doce porta! Não será por ventura que vocês os dois…”

“Não”, tinha desmentido secamente: “é para mim de valido apoio, tudo aqui”. Tinha-a reparado fixamente, com repreensão: como ousava?!

“Ah”, tinha parecido regozijar-se, sem mostrar de ter notado a minha expressão e expirado sonoramente aquele ah; depois tinha-me colocado com ambas as mãos um dos cálices da mesa, o único que tivesse uma bebida verde que cheirava menta e rosmaninho; e tinha-me segurado o copo e a mão direita entre as suas, por um pouco, com a evidente intenção de aproximação. Portanto, pegada por si uma taça cheia de rosé tinha-a esvaziado num único gole. “Eh sim, pobre rapariga, não teve a sorte!” tinha retomado a dizer arvorando-se o rosto a uma ambígua comoção sem saber esconder o próprio sadismo.

Tinha-me desapontado e tinha percebido de estar enfim apaixonado por Norma. Tinha estado ali para afastar-me mas também desta vez não quisera ofender, na Liza, seu irmão Mark. Tinha contudo lançado uma olhadela instintiva a que não muito distante, estava a falar com um dos convidados. A senhora Huppert tinha seguido o meu olhar e, sorrindo amplamente e começando a apertar-me forte a mão livre do copo, tinha dito: “sim, coitada: o anterior marido era muito rico, mas depois de poucos anos do casamento tinha terminado em ruína e suicídio. Graça aos amigos Valente, lhe tinha sido dado uma colocação na fundação; e melhor para ela que quis conservá-lo mesmo depois do novo casamento.” Eu mantinha-me calado. Imperturbável, sem quase tomar fôlego, tinha acrescentado: “possível que não tivesse descoberto, pobre ganso, as tendências do marido? Contudo parece realmente que não tivesse sabido durante um certo tempo, até quando um dia, apresentando-se inesperadamente no seu ateliê, famoso descuidado aquele pintor porém, o seu apartamento está precisamente no mesmo andar! Então Norma tinha surpreendido o maridinho nu abraçado aos seus modelos: um bissexual, lhe digo mas com um pé na cova!




Irritado por aquela companhia, tinha pousado o copo, sem ter bebido, e esforçando-me tinha sorrido: “desculpe.”

Distanciando-me, tinha notado que Caimão Crispy aproximava-se à mesa e, começando a conversar com Liza, sem saber que fosse o meu copo pegava-o e começava a beber aos goles o liquido verde.

Aproximou-se para comigo o Lines: “queria falar com o senhor. Vamos ali, por favor.”

Deixara-me acomodar sobre uma poltrona do seu gabinete de trabalho domestico, apinhado de livros e manuscritos que sufocavam a pequena escrivaninha Carlo X cujo estava sentado e extravasava pelas duas livrarias estilo império: “muitas vezes trabalho aqui ao invés do escritório. Para os outros géneros não, mas a poesia prefiro lê-la primeiro eu; e aqui posso saboreá-la mais tranquilamente. Eu também publiquei alguns livros de versos e, conhecendo bastante bem sete línguas, incluso o italiano, posso avaliar em original textos estrangeiros.”

Tinha sorrido complacente.





































































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Ranieri Velli, poeta de Turim, voltando em casa num dia de Julho de 1969 encontra no correio uma carta, expedida de New York, que lhe comunica a atribuição dum rico premio literário pela sua obra poética traduzida no Estados Unidos. Pouco depois são perpetrados atentados à sua vida, disfarçados por incidentes, sem êxito graças à capacidade atlética e à habilidade marcial do alvo. Talvez tratou-se de tentativas de vingança da parte dum dos tantos delinquentes que Ranieri, anteriormente funcionário da polícia, tinha mandado prender antes de demitir-se? Ou, como ele chega a suspeitar, próprio naquele prémio literário vai procurando o móbil? Ou ainda mais surpreendentemente, pode ser motivo uma antologia das suas poesias impressos há pouco tempo sem o seu conhecimento? Tendo voado para New York para a cerimonia da entrega dos prémios, alguem tenta de novo de matar o poeta, sempre mascarando as proprias tentativas criminosas de fortuitos incidentes; e se Ranieri consegue ainda escapar a mo Ranieri Velli, poeta de Turim, voltando em casa num dia de Julho de 1969 encontra no correio uma carta, expedida de New York, que lhe comunica a atribuição dum rico premio literário pela sua obra poética traduzida no Estados Unidos. Pouco depois são perpetrados atentados à sua vida, disfarçados por incidentes, sem êxito graças à capacidade atlética e à habilidade marcial do alvo. Talvez tratou-se de tentativas de vingança da parte dum dos tantos delinquentes que Ranieri, anteriormente funcionário da polícia, tinha mandado prender antes de demitir-se? Ou, como ele chega a suspeitar, próprio naquele prémio literário vai procurando o móbil? Ou ainda mais surpreendentemente, pode ser motivo uma antologia das suas poesias impressos há pouco tempo sem o seu conhecimento? Tempo antes, uma figura de topo das finanças italianas tinha-o contratado, tramite um seu subordinado, para pedir-lhe para compor e vender-lhe, a um preço elevado, poesias de amor endereçadas a uma certa Tatiana, com o declarado fim de qualificá-las a título pessoal sendo suas com a amada; e o poeta, que não obstante a notoriedade vividas em angústias económicas, tinha aceitado, sem imaginar de que terrível jogo se teria tornado peão. Tendo voado para New York para a cerimónia da entrega de prémios, é recebido no aeroporto Kennedy por uma jovem ítalo americana, Norma Costante, beleza carnal que foi encarregada pela Fundação Valente, organizadora do Premio, de assisti-lo como interprete e acompanhante; ela, prestes a divorciar-se com o marido, pintor bissexual que a traiu abandonando em orgias com seus modelos, parece apaixonar-se fortemente dele enquanto Ranieri, certamente, abrasa-se; mas um facto amargo emergirá do passado da sua sensual senhora. Entretanto também na América alguém tenta, mais vezes, de matar o poeta, sempre mascarando as próprias tentativas por fortuitos incidentes; por último é o condutor dum pesado autocarro que tenta assassina-lo procurando de gritar e deitar abaixo para um viaduto o automóvel sobre o qual Norma o levava à cerimónia da entrega de prémios; e se Ranieri consegue ainda uma vez escapar à morte, são todavia atingidas, de varias formas, outras pessoas, primeiro John Crispy, grande corretor dos Estados Unidos que manobra as finanças internacionais e administra os bens de Donald Montgomery, jovem director do FBI de New York de carácter álgido, que se revelará alias erotomaníaco; este é candidato do próprio partido para o senado dos Estados Unidos: ele talvez odeia o seu administrador porque está prestes a casar com a sua mãe, a mulher mais rica da América, almejando verosimilmente a disputar a herança da mulher. Enquanto se procuram os mandantes das tentativas criminosas contra Ranieri e do delito Crispy, um facto aparece a um certo ponto seguro, que o poeta transformou-se, contra a sua vontade, um peão dum jogo de xadrez criminal internacional, que diz respeito particularmente a Itália, país aliás presa, naquele 1969, por violências sociais e desordens civis. Numerosos são os lances teatrais no decurso do romance, entre outras pessoas julgadas certamente defuntos reaparecem em cena vivas, enquanto figuras julgadas honestas revelam-se repugnantes e niilistas. O comandante adjunto da polícia Vittorio D’Aiazzo, fraterno amigo de Ranieri Velli, é ordenado pelos seus superiores para ocupar-se do caso e desloca-se para New York para investigar ao lado de Donald Montgomery. O polícia italiano será determinante na solução do caso; será ainda mais um dos salvadores da vida do poeta, entretanto raptado e brutalmente violentado pelo imprevisível artífice do gigantesco plano criminoso. Em apêndice o conto “Il fu D’Aiazzo”, cujas vicissitudes dizem respeito as mesmas personagens Velli e D’Aiazzo e são sucessivamente poucas daquelas do romance.

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