Книга - A Raposa De Vermelho

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A Raposa De Vermelho
Dawn Brower


Desistir de seu sonho é a última coisa que ela quer, mas pode ter que escolher entre ele e o homem sem o qual não consegue viver.

Collin Evans, o Conde de Frossly é forçado a retornar à sua propriedade ancestral após anos evitando a responsabilidade. O administrador de sua propriedade pediu demissão e cabe a ele garantir que seus empregados e inquilinos não sofram com essa negligência. O que ele não esperava era encontrar por perto uma mulher sedutora que o tentasse além da razão. Após a erupção de um escândalo, Lady Charlotte Rossington é enviada ao campo para ficar com uma tia solteirona. O que seu pai falhou em perceber é que esse sempre foi o objetivo dela. Ela odeia a sociedade londrina e quer escrever um romance, porém a temporada de bailes impediria essa empreitada. Enquanto está lá, ela se cruza com o Conde de Frossly. Ele é bonito como o pecado e um dos malandros mais perversos que ela já conheceu. Ela é atraída por ele e acaba em seus braços com mais frequência do que escrevendo. Desistir de seu sonho é a última coisa que ela quer, mas pode ter que escolher entre ele e o homem sem o qual não consegue viver.








A Raposa de Vermelho


Para a minha família. Amo todos vocês.




Contents


AGRADECIMENTOS (#u0a888959-0173-526a-b5dc-010bf0f0b5bb)

CAPÍTULO UM (#u0d9f0c63-8873-5024-93f0-f15507d9e895)

CAPÍTULO DOIS (#u4537ef59-29d9-539e-b46e-d470248434fd)

CAPÍTULO TRÊS (#u733a0eb8-dc57-50a9-a6a7-c8bc888b5e03)

CAPÍTULO QUATRO (#u70181cc9-58bc-54df-994f-0fe41cf517f8)

CAPÍTULO CINCO (#u52888ea3-6972-584f-844e-3c365450fe37)

CAPÍTULO SEIS (#ufe3088a9-03b7-539d-b171-8f94e81af656)

CAPÍTULO SETE (#u6e4c9ae7-e1bc-58af-97d8-76544aa4bb00)

CAPÍTULO OITO (#uda73e868-682a-593c-bcf2-222d934cb26f)

CAPÍTULO NOVE (#ubada1263-f22d-5e2d-856b-d0f9362ef5a2)

Epílogo (#u493ea8a8-f108-56db-a554-66c0695ed911)

Afterword (#u835a56f6-bc2f-5007-be51-a512ef42f04c)

SOBRE DAWN BROWER (#u558221de-a1c0-52de-84f4-1235e13769d3)

Sorte no Amor (#u02abf8be-512e-5ecd-aef9-afe06c3d5af4)

Dawn Brower

Prólogo (#u9ab8b6ca-edc0-5aec-9328-9a4a9c0c2496)


Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são frutos da imaginação da autora, ou são usados de forma fictícia e não devem ser interpretados como real. Qualquer semelhança com eventos, locais ou pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

A Raposa de Vermelho 2020 Direitos Autorais © Dawn Brower.

Arte da capa e edição por Victoria Miller (https://victoriamillerartist.com/).

Tradução por Elaine lima

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida eletronicamente ou impressa sem permissão por escrito, exceto no caso de citações breves incorporadas em resenhas.




AGRADECIMENTOS


Agradecimentos especiais a Victoria Miller por me ajudar a aperfeiçoar este livro e criar uma arte tão bonita para ele. Eu não poderia fazer isso sem você.

Elizabeth Evans, você é igualmente importante. Sem o seu apoio, não encontraria a motivação para seguir em frente quando, algumas vezes, é difícil lembrar o quanto escrever significa para mim. Obrigado por ser você e por fazer parte da minha vida.




CAPÍTULO UM


O sol brilhava forte no céu e o vento soprava levemente no rosto de Lady Charlotte Rossington. O jardim da casa de seu pai, o marquês de Seabrook, em Londres, começava a florescer. As flores ainda eram meros botões, mas prometiam se tornarem verdadeiras belezas quando atingissem o seu auge. Ela se abaixou e passou os dedos pelas pequenas flores e sorriu.

— Tem certeza de que esse é um plano inteligente? — Sua melhor amiga, Lady Pearyn Treedale, perguntou. Seus cabelos escuros estavam presos em um coque intrincado, mas alguns fios escaparam com a brisa. Seus olhos azuis eram da mesma cor do céu, ela era uma verdadeira beldade, e um dia seria uma duquesa, caso o seu noivo algum dia se dignasse a voltar para a Inglaterra. Pear não parecia se importar com sua ausência, pelo menos era o que ela proclamava para Charlotte com certa frequência… ela gostava de frequentar a sociedade sem ter que se preocupar em encontrar um pretendente. De certa forma, Charlotte a invejava, por ela, não participaria de forma alguma dos eventos da sociedade.

— É a única maneira de fazer minha mãe entender os meus desejos, já que o único desejo dela é me ver casada e com filhos. — Charlotte torceu o nariz em desgosto. — Minhas vontades e desejos vão muito além dos votos e anos de casamento. Ela pode ter encontrado a felicidade com meu pai, mas eu preferiria ter muito mais do que o amor para sustentar meu futuro.

Talvez um dia ela não se importasse de encontrar um homem a quem entregaria o seu coração, mas isso ainda levaria muito tempo. Charlotte queria um tempo para ficar sozinha, explorar quem ela realmente era, e escrever. Ela tinha tantas ideias e queria ter tempo para passar as histórias que tinha dentro de sua cabeça para o papel. Compartilhá-las com o mundo era seu maior sonho e ela não seria capaz de fazer nada disso se sua mãe a obrigasse a participar da Temporada de Bailes.

Pear respirou fundo. — Eu entendo, de verdade, mas não posso deixar de desejar que houvesse uma maneira melhor. — Ela torceu a boca em uma carranca, o que não era uma visão muito bonita em um rosto tão adorável. — O escândalo…

— É a razão pela qual estou fazendo isso, — Charlotte lembrou à sua amiga. — Minha mãe não terá escolha, terá que me deixar voltar para Seabrook. Lá, poderei resistir ao escândalo e ficarei em paz para escrever o meu primeiro romance. Vai funcionar, sei que vai.

Sua mãe, Rosanna, a Marquesa de Seabrook, ficaria lívida.

— Ainda não gosto nada disso. Com você em Seabrook, ficarei sozinha em Londres durante toda a Temporada. Sentirei saudades de você. — Pear suspirou. — E com você em reclusão, sua mãe não fará um baile privado como de costume. O baile da Mansão Weston também estará fora dos limites para você. Tudo isso me parece extremo. — Ela colocou uma mão no quadril e inclinou a cabeça para o lado. — Vale mesmo a pena ficar sem nenhuma interação social por meses para escrever o seu livro?

Charlotte acenou com a cabeça vigorosamente. — Sim, sim e sim, — respondeu. A simples ideia de ficar sozinha para escrever… enchia seu coração de felicidade. — Não vai ser tão terrível, ainda podemos trocar cartas e terei minha família. Bem, minha mãe e meu pai. Não tenho certeza do que Rhys decidirá fazer, ele pode querer passar um tempo em Londres com a esposa.

Antes de seu irmão Rhys, o Conde de Carrick, se casar com Lady Hyacinth, Charlotte era encantada com a ideia de ir a bailes, saraus, musicais ou qualquer coisa que envolvesse a sociedade. Seu coração jovem via isso como uma oportunidade e, de certa forma, tinha sido. O primeiro ano foi maravilhoso, até que ela pensou que tinha se apaixonado e o patife partiu seu coração. Desde então, ela desistiu de encontrar alguém, doeu muito quando o cavalheiro de seus sonhos esmagou seu frágil coração. Agora ela preferia assumir o controle de sua vida, e este escândalo era o primeiro passo.

Pear tamborilou os dedos no banco em que estava sentada, enquanto Charlotte caminhava pelo jardim perto dela. — Suponho que você deseje que eu a acompanhe nesta sua empreitada.

— Adoraria, se você puder, — ela parou de andar, encontrou o olhar de Pear e disse. — Isso dará crédito à minha declaração.

A Nobreza notaria Charlotte de qualquer maneira, mas com Pear, elas também atrairiam a atenção de qualquer cavalheiro que estivesse por perto. Considerando sua condição de noiva, todos os cavalheiros se aproximavam dela, achavam que poderiam persuadi-la a romper o noivado. O que eles não entendiam é que ela gostava de estar noiva. Entretanto, Pear não desejava realmente se casar, ela dispensava o amor tanto quanto a Charlotte.

— Muito bem, — ela concordou. — Ficarei feliz em ajudá-la a se arruinar. — Ela soltou um longo suspirou. — É tudo tão dramático. Espero que o resultado final seja o que você espera, odiaria que um esquema tão elaborado fosse em vão.

— Você já mencionou isso várias vezes. — Charlotte sorriu. — Você realmente é a melhor amiga que uma dama poderia ter. — ela disse e bateu palmas com entusiasmo. — Mal posso esperar.

— Eu posso, — Pear disse secamente. — Depois que fizer isso, provavelmente não vou vê-la até o Natal.

— Não seja tão amarga, — Charlotte a repreendeu. — É impróprio da sua parte.

— Agora você até soa como sua mãe, — disse Pear com desagrado. — Não acho que você seja tão diferente quanto afirma.

Elas poderiam ter algumas semelhanças, mas não eram muitas.

— Nós nem nos parecemos muito, meus tons são mais parecidos com os do meu pai, — Charlotte retrucou.

Seu cabelo tinha o mesmo tom dourado do pai, mas seus olhos eram de uma tonalidade azul que ficavam em algum lugar entre os de sua mãe e de seu pai. Até mesmo seu irmão favorecia o seu pai na aparência. — Minha mãe já se queixou disso com frequência suficiente. Certa vez, ela disse que, se não nos tivesse dado à luz, não acreditaria que éramos seus filhos. O que foi muito grosseiro da parte dela dizer isso em voz alta. — Ela riu. — Embora, para ser justa, estávamos sendo atrevidas uma com a outra na época.

— Não tenho dúvidas disso, — disse Pear a ela. — Você pode ser bastante diabólica de vez em quando. — Ela estreitou o olhar. — Depois desse escândalo então… eles vão te considerar mais como uma raposa. Você está preparada para todas as más fofocas que surgirão?

Ela havia pensado muito sobre isso, Charlotte não apreciaria o que alguns da alta sociedade diriam abertamente sobre ela. Alguns boatos poderiam até… machucar. — Não direi que será divertido, mas creio que posso suportar até as mais duras críticas.

A maior parte sairia da língua afiada de sua própria mãe.

— Assim que estiver de volta a Seabrook, não estarei mais sujeita a isso. Então, posso fingir que eles não estão dizendo nada. Escreverei em paz e esquecerei o escândalo, vou ficar bem. — Ela sorriu para Pear. — Mas agradeço sua preocupação com meu bem-estar.

— Já que está resignada, — Pear começou, — então devemos nos preparar para este seu escândalo. Darei ordens para que preparem nossos cavalos, encontre-me lá depois de fazer os ajustes em sua vestimenta.

— Perfeito, — Charlotte disse. — Te encontro no estábulo em vinte minutos, não demorarei muito. Precisamos estar longe de casa e no Hyde Park antes que meus pais voltem do almoço com o Duque e a Duquesa de Weston.

— Xô, — Pear respondeu, acenando com as mãos para ela. — Não há um momento a perder.

Charlotte correu para a casa e até o seu quarto. Uma vez lá, ela tirou o vestido, a anágua e a camisola. Então, ela começou a vestir um par de calças velhas, camisa de linho, colete e a jaqueta de seu irmão. Ela teve a sorte de encontrar um velho par de botas de montaria dele também. Charlotte soltou o coque do cabelo e o trançou, em seguida, torceu em um nó na nuca. Uma vez que seu cabelo estava preso, ela deslizou um chapéu de cavalheiro no topo da cabeça. Se não fosse por seus seios e curvas, poderiam confundi-la com um homem à primeira vista. Satisfeita com o resultado, ela desceu correndo as escadas, tomando cuidado para que ninguém a notasse, e então foi para o estábulo.

Pear já estava montada em seu cavalo, e um criado segurava as rédeas da égua de Charlotte. Ela não pediu ajuda para montar. Tinha instruído Pear a solicitar uma sela regular para ela e ficou feliz em ver que o criado havia seguido as instruções. Charlotte caminhou até a baia e montou sozinha no cavalo. Calças eram tão libertadoras! Teria que descobrir maneiras de usá-las com mais frequência, ela poderia cavalgar como um homem e não se preocupar com uma sela lateral. Ela se virou para Pear e perguntou: — Você está pronta?

— Vamos levar uma dama de companhia?

— Isso iria contra o propósito, você não acha? — Ela mordiscou o lábio inferior. — Você está preocupada com sua reputação? — Charlotte não queria causar nenhum mal a sua amiga.

— Eu vou ficar bem de qualquer maneira, — Pear disse a ela. — Não tenho mesmo que me preocupar em garantir um bom partido. Possuo mais dinheiro do que preciso e até tenho um noivo, isso se um dia ele decidir que cansou de viajar pelo continente e enfim voltar para a Inglaterra. Eu só não estava certa de quanto escândalo você desejava causar, só isso.

— Bem, se você não se importar…

— Nem um pouco, — Pear assegurou Charlotte, então pressionou um joelho na lateral de seu cavalo e guiou a égua para um passeio. Charlotte fez o mesmo, e elas começaram seu caminho para o Hyde Park.

Elas não conversaram durante a maior parte da caminhada até o parque. Charlotte estava nervosa demais para encontrar as palavras. Até agora, tudo corria como planejado, o resto do plano se encaixaria. Caso contrário, todo o esquema teria sido em vão. Ela apertou os lábios enquanto cavalgava ansiosamente ao lado de Pear. Finalmente, elas chegaram ao parque e conduziram os cavalos para o trajeto planejado. Hyde Park era o lugar para ser visto, e grande parte da Nobreza aparecia para caminhar ou cavalgar no final da tarde. Talvez não houvesse tantas pessoas no parque como de costume, mas isso se devia, em grande parte, ao fato da Temporada de Bailes ainda não ter começado. O início da primavera ainda era considerado cedo, já que a pequena nobreza não voltaria totalmente à cidade até maio. Ainda assim, havia o suficiente da alta sociedade no Hyde Park para que o propósito de Charlotte desse certo.

— Estão olhando para nós? — ela disse em um sussurro alto para Pear.

— Ah, sim, — ela a tranquilizou. — Há algumas discussões, algumas pessoas encarando e dedos apontados em sua direção.

Ela odiava ser o centro das atenções, Charlotte nunca quis ser a bela do baile, seria muito mais do seu agrado se pudesse dançar algumas vezes e depois se retirar para a biblioteca. Ocasionalmente, um baile pode ser divertido, mas na maioria das vezes, ela os odiava. Bom, o fluxo de boquirrotos garantiria que ela estaria em Seabrook até o final da semana… talvez antes.

— Você estava certa, — disse Pear. — Vestir roupas de homem certamente chamou a atenção deles, provavelmente mais do que você esperava. — Havia um pouco de admiração em sua voz enquanto ela olhava ao redor do parque. — Você ainda quer dar uma volta completa ao pelo parque?

— Sim — respondeu ela. — Tenho que ir até o fim.

Ela estava começando a se perguntar se tinha perdido a cabeça, quanto mais elas se moviam pelo parque, mais os membros da nobreza começavam a falar… e alto. Ela ouviu várias palavras indelicadas que desejou não ter ouvido. Charlotte lembrou a si mesma que isso era o que ela queria, mas isso não fez com que doesse menos…

Eles chegaram ao fim do caminho e a saída para o parque finalmente estava à vista. Ela congelou. Seus pais estavam passeando no parque com o Duque e a Duquesa de Weston. Charlotte não havia previsto isso, tinha pensado que teria tempo de ir para casa e se trocar, então deixaria que os boatos chegassem até eles. Os olhos de sua mãe se arregalaram e seu pai se virou para ela, seus olhos brilharam de decepção. Isso doeu mais do que as palavras duras, ela odiava desagradar a seu pai…

Charlotte engoliu em seco e manteve a cabeça erguida. A hora de desistir havia passado no momento em que ela deixou a casa com calça de homem. Ela tinha feito isso de propósito, e agora ela teria que pagar o preço… seja ele qual for.




CAPÍTULO DOIS


A comoção no parque deveria ter chamado a atenção de Collin, o Conde de Frossly. Normalmente teria, mas ele tinha muita coisa na cabeça. Ele tinha entrado no parque mais por hábito do que por vontade própria. Seu garanhão relinchou e ergueu a cabeça como se acenasse para um cavalo próximo. Aquilo o surpreendeu, os dois estavam trocando algum tipo de saudação?

Collin puxou as rédeas e parou seu cavalo. Seu bom amigo, Cameron, o Duque de Partridgdon, parou ao seu lado. Eles estavam cavalgando juntos em um silêncio amigável. Nenhum deles tinha muito a dizer e parecia ter encontrado conforto em não ter que levar uma conversa. O Duque tinha retornado à Inglaterra para uma curta viagem, Cameron estava ficando mais tempo fora do país do que de costume, sua maneira de evitar o casamento que sua família forçou a aceitar. Se não tivesse, o ducado estaria em ruínas. O noivado tinha garantido fundos antecipados do dote da mocinha para sustentá-los. Cameron odiava o contrato e a ideia de se casar com uma mulher com quem ele estava prometido há quase duas décadas. Ela era apenas uma criança quando o acordo foi assinado.

A situação do Collin não parecia estar muito melhor…

— Do que você acha que se trata tudo isso? — Cameron quebrou o silêncio.

Ele deu de ombros. — Decerto que não queremos saber. Provavelmente algum drama que nenhum de nós precisa se envolver.

— Certamente, — Cameron concordou. Ele estreitou os olhos e olhou para o outro lado do parque. — Uma das jovens parece familiar.

Collin virou-se para olhar na direção da comoção. Ele não reconheceu as duas damas. Ele franziu a testa. — A jovem loira está usando calças?

O que aquela dama estava pensando? Ele não podia achar uma razão para uma mulher se vestir tão descaradamente. Embora, ele teve que admitir que estava bastante curioso sobre ela agora. Tinha sido este o propósito dela? Ela esperava atrair a atenção de um cavalheiro? Ainda assim, não era a maneira correta de se comportar. Se ela esperava ser notada, decerto conseguiu, mas ele duvidava que fosse o tipo de atenção que ela queria. Ela atrairia todos os libertinos e patifes que a nobreza ostentava.

— Ela está, — Cameron respondeu. — Você as conhece?

Ele balançou a cabeça. — Tento ficar longe da sociedade civilizada. Minha irmã provavelmente as reconheceria. Se ela estivesse aqui, eu perguntaria. — Sua irmã, Kaitlin, tinha um casamento feliz com o Conde de Shelby há mais de quinze anos. Ela teve três filhos que a mantinham ocupada… dois filhos e uma filha precoce. — Mas como ela não está disponível, não me atrevo a adivinhar. — Ele se virou para Cameron. — Porque está interessado?

Cameron franziu a testa. — A outra senhora, — ele começou. — Não aquela de calças, — ele esclareceu. — Creio que é a minha noiva.

— Ah… — Collin disse, de repente compreendendo. — Devemos nos apressar então. Não seria bom se ela descobrisse que você está na Inglaterra, não é?

— Não, — ele concordou, franzindo a testa novamente. — Ela é mais adorável do que me lembrava. — A última parte foi dita em um mero murmúrio, porém Collin tinha ouvido.

Será que este pequeno passeio acabou por dar à Cameron algo a considerar? A dama de cabelos escuros era realmente bonita. Pelo menos o que ele podia ver dela. Já a loira… a audaciosa… algo nela o fascinava. Além disso, o fato de que ele podia ver cada uma de suas curvas delineadas naqueles calções, não deixava muito para a imaginação. Pelo visto, ela não tinha pensado muito nesse esquema dela. Qualquer homem de sangue quente acharia seus atributos atraentes, e Collin estava longe de ser santo.

— Oh, não, — Collin disse enquanto o Duque e a Duquesa de Weston, junto com o Marquês e a Marquesa de Seabrook, entravam no parque. Só então ele percebeu exatamente quem era a garota loira, ou mais importante, quem eram seus pais. — A comoção está prestes a piorar.

Cameron ergueu uma sobrancelha. — Não entendi.

Ele gesticulou em direção à frente do parque. — Creio que a Marquesa de Seabrook está prestes a estrangular sua única filha. — Cameron olhou para os dois casais e depois para as duas raposas que estavam causando o alvoroço.

— Ah… — seu amigo disse, e então sorriu. — Pode valer a pena sentar e testemunhar o desenrolar da cena. — Ele balançou a cabeça. — Porém, não tenho certeza se quero correr o risco. É uma pena que não possamos ficar.

— Certamente, — Collin concordou. — Provavelmente a Duquesa de Weston desempenhará o papel da voz da razão e isso não resultará em sangue. Ela está ensinando algumas práticas medicinais para minha prima, Marian, e ela não é o que se poderia considerar uma típica dama da nobreza. Ela possui ideias mais… progressistas.

Cameron suspirou. — É melhor nos apressarmos. Aproveitar que a tal nobreza está ocupada demais fofocando sobre o que está diante deles, e podemos fazer uma saída rápida.

— Vá em frente, — Collin disse a ele.

Ele preferia voltar para a casa de seu tio Charles, o Conde de Coventry, de qualquer maneira. Ele tinha que discernir a melhor maneira de lidar com sua situação atual. Se Cameron não tivesse aparecido inesperadamente, ele teria permanecido no escritório examinando os livros de sua propriedade. Seu Administrador de Bens havia se demitido e, pelo que ele sabia, o homem havia deixado tudo em ruínas. Ele desviou fundos dos cofres da propriedade e não fez nenhum dos reparos necessários. Collin poderia ter que ir para Peacehaven e viver em sua mansão até que tudo fosse feito de acordo com seu gosto. Ele não confiava em deixar outra pessoa ao cargo disso.

Collin ainda precisava falar com as autoridades para que localizassem o homem. Ele odiava ter ficado em Londres, vivendo uma vida volúvel, enquanto era roubado às cegas. Que tolo ele tinha sido, deveria ter ido para sua propriedade há muito tempo. Se não houvesse tanta dor envolvida em relação a sua casa ancestral, estaria morando lá agora. Ele não tinha voltado para Peacehaven desde a morte de seus pais. Ele não tinha certeza se poderia ir sem que seu coração se despedaçasse, mas parecia que ele tinha pouca escolha. Ninguém mais poderia fazer isso por ele, e era hora de crescer e parar de evitar suas responsabilidades.

Eles saíram do parque sem ninguém perceber. Collin olhou para trás uma última vez para a dama de calças. Parte dele esperava que eles se cruzassem novamente. Ele queria perguntar sobre sua aventura e a razão para tudo aquilo. Seria uma história interessante… Contudo, seria improvável que a visse novamente. Logo, ele estaria no campo, enterrado em consertos domésticos e trabalhos agrícolas. Uma dama pouco convencional, que se atreveu a andar a cavalo no parque usando roupas masculinas, não se encaixaria neste mundo…






Charlotte andou de um lado para o outro em seu quarto, para onde foi banida ao voltar para casa. Uma vez lá, ela tirou as roupas masculinas emprestadas e se vestiu com suas próprias roupas íntimas e vestido. Sua mãe teria um ataque se ela descesse ainda de calças. Por um momento, ela pensou que sua mãe poderia estrangulá-la no parque. Ela não conseguia se lembrar de alguma vez ter visto a Marquesa de Seabrook com tanta raiva antes. Seu rosto estava tão vermelho que rivalizava com a cor de uma maçã vermelha brilhante.

Seus pais ficaram extremamente zangados. Muito mais lívidos do que ela esperava… o esquema que ela tinha tramado parecia uma boa maneira de conseguir o que queria. Agora, ela questionava a veracidade da sua lógica. Ela odiava desapontar seus pais. Especialmente seu pai… ela sempre o idolatrou, e admirava o quão corajoso ele foi durante a guerra. Se ela algum dia se casasse, ela esperava que o cavalheiro a quem ela entregasse seu coração pudesse ser igualmente corajoso. Não que ela esperasse que o país vivesse algo parecido com uma guerra novamente, mas ela queria que esta qualidade estivesse na essência de seu amor fictício antes de lhe dar seu coração. Não parecia que isto era pedir muito…

A porta de seus aposentos se abriu. Uma criada entrou e fez uma reverência. — Perdoe-me, milady, — ela disse. — Sua mãe e seu pai pedem a sua presença no salão.

Seu coração batia forte em seu peito… era isso. O apocalipse que ela causou lhe daria permissão para viajar de volta para Seabrook. Ela teria a liberdade para trabalhar em seu romance e não se preocuparia com nenhum compromisso social. Charlotte engoliu em seco e respirou fundo. — Obrigada, Mildred — ela disse à empregada. Ela estava orgulhosa de como sua voz soou firme, sua voz não demonstrava o nervosismo que fazia seu corpo inteiro tremer. Era um milagre que ela não estivesse tremendo incontrolavelmente. De alguma forma, ela duvidava que pedir sua presença tivesse sido o tom que seus pais usaram, estava mais para ordenar ou exigir que ela fosse até eles. Pedir implicava que ela tinha uma escolha. Charlotte tinha certeza de que exigem sua presença era a frase correta para descrever o que seus pais desejavam dela.

Ela parou um pouco antes de entrar no salão e respirou fundo. De alguma forma, ela pensou que precisaria dessa respiração a mais para o confronto que se aproximava. Charlotte deu um passo hesitante e então entrou no salão. Ela manteve a cabeça erguida, não faria nenhum bem para ela demonstrar fraqueza. Seus pais, por mais que ela os amasse, eram impiedosos. Eles a fariam chorar e correr de volta para seus aposentos se ela permitisse que eles a destruíssem com suas palavras. Isso não queria dizer que eles eram rudes. Seus pais sempre foram amorosos e cuidadosos enquanto ela crescia de uma criança para uma jovem mulher, mas eles também não toleravam tolices. Charlotte apostaria que consideravam seus feitos mais do que tolos.

Sua mãe parecia serena, sem um fio de seus cachos noturnos fora do lugar. Não havia muita cor em sua pele, apenas um toque de rosa. As manchas vermelhas escuras se foram, restando nada além da pele cremosa.

— Vocês pediram minha presença? — Não era realmente uma pergunta, mas de alguma forma escapou como uma…

— Sente-se, por favor, — disse o seu pai, apontando para uma cadeira perto do sofá em que já estavam sentados. A mãe dela serviu calmamente uma xícara de chá e colocou dois torrões de açúcar. Ela então tomou seu chá como se não estivesse prestes a punir a filha. Impiedosa…

— Não vamos discutir suas ações, — seu pai começou. Seu cabelo loiro dourado estava desgrenhado. Ele deve ter passado a mão pelas mechas várias vezes em frustração. — É inútil repetir os detalhes do incidente. O que aconteceu, aconteceu. — Ele ergueu um copo cheio de um líquido âmbar e tomou um gole. Nada de chá para o seu pai… era conhaque que ele tinha no copo. Ela levou seu querido pai a beber. Ela não tinha certeza de como se sentia sobre isso. Talvez devesse estar envergonhada, e talvez estivesse, mas havia alcançado seu objetivo, então ela deveria continuar neste caminho caso quisesse colher os frutos esperados. — O que vamos discutir é o que decidimos fazer quanto à situação.

Sua mãe pegou um bolinho, untou-o com geleia e deu uma mordida. Será que ela ignoraria Charlotte durante toda a conversa? De alguma forma, isso era pior… doeu.

— Entendo, — ela respondeu. De alguma forma, ela conseguiu manter seu tom de voz livre de emoção. Até agora, ela estava lidando com tudo sem problemas. Ela poderia fazer isso.

— Você tem algo a dizer em sua defesa?

Charlotte balançou a cabeça lentamente. Não adiantaria em nada defender suas ações. Ela havia se vestido de homem e cavalgado pelo Hyde Park… propositalmente. Não havia desculpa que fosse aceitável. — Não desejo agregar qualquer defesa de minhas ações. Aceitarei o que decidirem. — Havia apenas um lugar para onde ela poderia ser enviada. Ela rezou para que sua pequena peripécia no parque não fosse em vão, eles tinham que mandá-la para casa. Não tinham outra escolha. Charlotte odiava ser a causa de qualquer ansiedade ou desconforto de seus pais, mas causar um escândalo era a única maneira de garantir que eles a mandariam para casa. Ela não mudaria nada do que tinha feito. Isso daria a ela o que ela mais queria… voltar para Seabrook. Por isso, ela não podia se permitir se sentir culpada ou desistir dos seus objetivos. Seus pais não entendiam os seus desejos, portanto, ela tinha que fazer com que eles fizessem o que ela precisava. Mesmo que acabassem desapontados com ela.

— Isso é sábio da sua parte, — seu pai disse a ela. — Especialmente porque você não tem escolha.

Isso não soou muito… bom. Um mau pressentimento se instalou profundamente em seu estômago. — Tudo bem… — ela engoliu em seco. — O que decidiram?

— Avaliamos algumas opções, — seu pai começou. Algumas? Só havia uma: Seabrook… O que ele quis dizer com isso? — Seabrook é sempre uma opção, mas se nós mandássemos você para casa, você não aprenderia nenhuma lição de verdade. Então, não seria o certo.

Seu coração afundou e seu estômago começou a doer. O que estava acontecendo? Para onde eles iriam mandá-la? Isso estava errado, totalmente errado. — Se eu não for para casa, para onde irei? — Ela tinha feito tudo isso por nada? Ela nunca considerou que eles poderiam não mandá-la para Seabrook. Isso… ela não tinha palavras para descrever como isso a fazia se sentir. Ela tinha que permanecer forte. Talvez ela ainda pudesse atingir seus objetivos, mesmo que não tivesse saído exatamente como ela queria.

Um sorriso se formou no rosto de sua mãe. Era quase… ameaçador. — Pensei que era exatamente isso que você queria. — Ela pousou o chá e encontrou o olhar de Charlotte. — Você ficará com sua tia-avó Seraphina. Ela mora sozinha e será um benefício para ela ter sua companhia nos próximos meses.

A mente dela ficou em branco por alguns momentos enquanto a informação se acomodava. Ela estava desapontada por não ir para casa, e eles a estavam mandando para um lugar que ela estava fadada a odiar. Eles a estavam punindo, como ela esperava, mas tão severamente que ela começou a se arrepender do que tinha feito.

Tia Seraphina… era extremamente velha, uma anciã. Tudo bem, talvez estivesse exagerando, mas Charlotte não queria passar os próximos meses com sua tia como companhia. Ela gostava de conversar e ter compromissos sociais, todas as coisas que Charlotte queria evitar. Não tinha saído como planejado, mas ela não podia voltar no tempo. Ela tinha feito isso a si mesma e teria que se conformar com a situação. O quão ruim poderia ser?





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Desistir de seu sonho é a última coisa que ela quer, mas pode ter que escolher entre ele e o homem sem o qual não consegue viver.

Collin Evans, o Conde de Frossly é forçado a retornar à sua propriedade ancestral após anos evitando a responsabilidade. O administrador de sua propriedade pediu demissão e cabe a ele garantir que seus empregados e inquilinos não sofram com essa negligência. O que ele não esperava era encontrar por perto uma mulher sedutora que o tentasse além da razão. Após a erupção de um escândalo, Lady Charlotte Rossington é enviada ao campo para ficar com uma tia solteirona. O que seu pai falhou em perceber é que esse sempre foi o objetivo dela. Ela odeia a sociedade londrina e quer escrever um romance, porém a temporada de bailes impediria essa empreitada. Enquanto está lá, ela se cruza com o Conde de Frossly. Ele é bonito como o pecado e um dos malandros mais perversos que ela já conheceu. Ela é atraída por ele e acaba em seus braços com mais frequência do que escrevendo. Desistir de seu sonho é a última coisa que ela quer, mas pode ter que escolher entre ele e o homem sem o qual não consegue viver.

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